terça-feira, 28 de outubro de 2014

Beatificação de Paulo VI “mais do que justificada”



D. António de Sousa destaca “o seu papa”: por o ter ordenado e por ser “o grande timoneiro do Concilio”
O Bispo de Angra considera “mais do que justificada” a opção do Vaticano de beatificar o Papa Paulo VI por ser um  “profeta do nosso tempo”, um “grande teólogo e escritor que se mostrou também como um homem profundamente espiritual. Viveu e testemunhou uma profunda experiência de fé”.
Num texto de opinião a que o Sítio Igreja Açores teve acesso, D. António de Sousa Braga lembra que foi Paulo VI quem “levou para a frente a realização” do Concilio Vaticano II.
“S. João XXIII teve a intuição e a coragem de convocar o Concílio Vaticano II, mas foi Paulo VI que levou para frente a realização do Concílio. E, sobretudo, começou a implementar a sua aplicação. Pensemos na reforma litúrgica, na renovação da Cúria Vaticana, na instituição do Sínodo e na internacionalização do corpo cardinalício. Foi Ele que determinou um limite de idade, para ser eleitor do Papa (80 anos)”, destaca o prelado diocesano.
Para o Bispo de Angra o novo beato da igreja católica foi, enquanto Papa um verdadeiro “timoneiro”.
“Promoveu o diálogo, no seio da Igreja e com o mundo. Abriu caminho a uma nova forma de ser Igreja e de estar no mundo. Foi por isso que começou a viajar pelo mundo, visitando os cinco Continentes. Foi o primeiro Papa a visitar a Terra Santa e a falar na ONU. Foi também o 1º Papa peregrino em Fátima (1967)”, sublinha.
“Mártir do diálogo, orientou a Igreja no conturbado período do pós-Conclío, numa sociedade, agitada pelo movimento contestador de Maio-68. Procurou ser mediador, entre as alas conservadora e progressista da Igreja. Por isso não agradou, nem a uns nem a outros” frisou, ainda, D. António de Sousa Braga.
O responsável pela Igreja Católica nos Açores deixa, ainda, exemplos de textos escritos pelo Papa, entre enciclicas e homilias, “de uma enorme profundidade espiritual e doutrinal” como por exemplo “o Credo do Povo de Deus”, proclamado no Ano Santo (1975) ou o Seu Testamento Espiritual e o desabafo, na Missa em sufrágio de Aldo Moro, seu amigo pessoal, então Primeiro Ministro da Itália, assinado pelas “Brigate Rosse».
António de Sousa Braga sublinha , por fim, o amor de Paulo VI a Cristo e à Igreja, noemadamente quando o agora beato, no reinicio dos trabalhos do Concilio Vaticano II, pediu à assembleia que “se deixasse guiar por Cristo- a esperança e a meta” e disse , depois, que “quem não ama a igreja não ama a Cristo”.

(Facebook - Outubro, 24 2014 , Açores)

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