sábado, 18 de outubro de 2014

Senhor, parte o meu coração de pedra



Sempre gostei muito de apanhar pedras lisas, macias, redondas ... No verão quando ia ao banho no mar, havia uma enseada com muitas pedras destas, onde o mar batia muito... às quais chamávamos "pedras da baía". Pensava então, que elas tinham "nascido" ali assim, redondinhas.

Eu gosto muito de pedras, sejam elas quais forem, mas por estas, tenho um gosto especial  e estou sempre a carregá-las para casa.

Ao olhar uma destas macias e redondas, penso quantas centenas e centenas de anos, quantas tempestades foram necessárias para moldar as pedras de lava formadas por um vulcão há milhares de anos! Foi preciso tanto tempo e persistência.

Que bom eu não ter nascido uma pedra! Tinha que renascer milhentas vezes até ficar mais "apurada"...

Deus quis que eu fosse um ser humano, mas como não tenho um milésimo de vida de uma pedra para me transformar,  vou ter que agir depressa e não apenas quando surge um ciclone ou mar agitado. Para o meu caso, a "tempestade" tem de vir todos os dias; a vigilância tem de ser continua com a persistência e a paciência que caracteriza as coisas e as pessoas do bem.

Até ao fim da minha vida aqui na terra eu tenho que ficar como esta pedrinha redonda e macia. 

Muito tem que limar o meu ourives! Porque eu sou uma pedra vulcânica, negra, cheia de bicos e áspera, por isso tenho urgência, muita urgência em ser polida e moldada ao gosto de quem me criou! 

Senhor, parte esta pedra velha e rija e molda-me ao Teu jeito. Eu quero ser uma pedra polida e lisinha.

TEM UM BOM DIA

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