Do lado sul da ilha fica a casa
onde ela foi menina.
Sempre que lá vai, o mar
vence a distância das rochas
e lança-se saudoso contra
os vidros da sua janela.
É o amante que entra manso
pelo seu quarto dentro
para saudar a sua chegada.
Do lado sul da ilha fica a casa
onde ela se demora a ser menina.
A esta distância consigo ver
a melancólica rapariga
do retrato com um vestido
às flores pelo joelho que
quando desfaz a trança
desprende do cabelo
revoadas de pássaros azuis.
Do lado sul da ilha fica a casa
aonde nunca me canso de voltar.
Mas entre eu e essa rapariga
há sempre a maresia.
(Gina Ávila Macedo -facebook)
Sem comentários:
Enviar um comentário