Uma Luz
A liturgia desta
noite nos fala de um Deus que ama os homens;
por isso, não os
deixa perdidos e abandonados
a percorrer
caminhos de sofrimento e de morte,
mas envia "um
menino" para lhes apresentar
uma proposta de
vida e de liberdade.
Nas "trevas"
da Noite, queremos celebrar esse menino,
que veio para ser
a "Luz" de todos os Povos.
A 1ª Leitura anuncia a chegada de "um
menino", da descendência de David,
que inaugurará uma
era de alegria, de felicidade e de paz sem fim. (Is 9,1-6)
No tempo de Isaías
(732 a.C), a população da Galileia (Zabulon e Naftali)
"andava nas trevas da morte", sob a opressão e
a violência do império assírio.
De repente, surge
uma "Luz": um "Menino" será enviado por Deus
para restaurar o
trono de Davi e para estabelecer a paz, o direito e a justiça.
Essa promessa
alimentou o sonho de um futuro novo de paz e de felicidade.
- Jesus é essa
"Luz" anunciada pelo profeta, que veio vencer as "trevas da
morte".
A Galileia
oprimida torna-se imagem de toda a humanidade,
e aquele em quem ela
coloca sua esperança deve ser o Salvador de todos.
* O nascimento que
celebramos esta noite significa que este "Reino" chegou.
No entanto, ele já é de fato uma realidade
viva na história humana?
- Acolher Jesus,
celebrar o seu nascimento,
é aceitar esse
projeto de justiça e de paz que Ele veio trazer aos homens.
- Em quê, ou em
quem coloco eu a minha esperança e a minha segurança?
Nos políticos, que
prometem e se servem da minha ingenuidade para fins próprios? No dinheiro, que
se desvaloriza e que não serve para comprar a paz do coração?
Na situação sólida
da minha empresa, que pode desfazer-se
nas convulsões
sociais ou numa crise econômica?
Isaías diz que só
podemos confiar em Deus e
nesse
"menino" que Ele mandou ao nosso encontro,
se quisermos
encontrar a "luz" e a paz.
- Reparemos,
ainda, no "jeito" de Deus:
Ele não se serve
da força e do poder para intervir na história e mudar o mundo.
É através de um
"menino", símbolo da fragilidade e da dependência,
que Deus propõe
aos homens o seu projeto de salvação.
Temos consciência
de que é na simplicidade e na humildade
que Deus age no
mundo?
A 2ª Leitura lembra-nos as razões pelas
quais devemos viver
uma vida cristã
autêntica e comprometida. (Tt 2,1-14)
Se quisermos que a
Luz se manifeste,
essa vida nova
recebida deve manifestar-se em nossa vida.
O Evangelho narra
a realização da tão esperada promessa:
O Sinal é um
menino recém-nascido em Belém,
envolto em faixas
e deitado numa manjedoura. (Lc 2,1-14)
Lucas pretende
apresentar uma catequese sobre Jesus.
Por isso, as
indicações são mais teológicas do que geográficas ou históricas.
- BELÉM: Sugere que Jesus é o Messias, da
descendência de Davi,
anunciado pelos
profetas. Um lugar pequeno e afastado dos grandes centros.
- O QUADRO do Nascimento: apresenta a
pobreza e a simplicidade
que rodeiam a
vinda ao mundo do libertador dos homens:
a falta de lugar
na hospedaria, a manjedoura dos animais a fazer de berço,
os panos improvisados
que envolvem a criança, a visita dos pastores…
É na pobreza, na
simplicidade, na fragilidade,
que Deus se
manifesta aos homens e lhes oferece a salvação.
- As TESTEMUNHAS do Nascimento: Os Pastores,
gente considerada
rude, violenta, marginalizada,
colocada ao lado
dos publicanos e dos cobradores de impostos.
Sugere que é para
estes pecadores e marginalizados que Jesus vem;
por isso, a chegada
de um tal "salvador" é uma "boa notícia":
a partir de agora,
os pobres, os fracos, os marginalizados, os pecadores,
são convidados a
integrar a comunidade dos filhos amados de Deus.
- Os TÍTULOS dados pelos anjos definem o
papel e a Missão de Jesus:
Ele é "o
Salvador, Cristo e Senhor".
No Prefácio, proclamamos
hoje jubilosos nossa ação de graças ao Pai.
"Quando o
vosso Filho se fez homem,
nova LUZ da vossa glória brilhou para nós,
para que, vendo
a Deus com nossos olhos,
aprendêssemos a
amar nele a divindade que ao vemos" (prefácio).
* Essa Luz já está presente em nossa vida, iluminando nossos
atos?
Por que ele quis nascer na
pobreza,
fora de casa, sem o aconchego de um berço bem
quentinho?
E depois, passar longos anos nessa pobreza,
vivendo com o trabalho de suas mãos e dar a
vida por nós?
Porque nos ama tanto e ama a todos...
Sejamos os anunciadores dessa Boa Nova:
Cristo nasceu, trazendo-nos a alegria e a Paz.
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 24.12.2014
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