quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

É NATAL





Uma Luz

A liturgia desta noite nos fala de um Deus que ama os homens;
por isso, não os deixa perdidos e abandonados
a percorrer caminhos de sofrimento e de morte,
mas envia "um menino" para lhes apresentar
uma proposta de vida e de liberdade.

Nas "trevas" da Noite, queremos celebrar esse menino,
que veio para ser a "Luz" de todos os Povos.

A 1ª Leitura anuncia a chegada de "um menino", da descendência de David,
que inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim. (Is 9,1-6)

No tempo de Isaías (732 a.C), a população da Galileia (Zabulon e Naftali)
"andava nas trevas da morte", sob a opressão e a violência do império assírio.
De repente, surge uma "Luz": um "Menino" será enviado por Deus
para restaurar o trono de Davi e para estabelecer a paz, o direito e a justiça.
Essa promessa alimentou o sonho de um futuro novo de paz e de felicidade.
- Jesus é essa "Luz" anunciada pelo profeta, que veio vencer as "trevas da morte".
A Galileia oprimida torna-se imagem de toda a humanidade,
e aquele em quem ela coloca sua esperança deve ser o Salvador de todos.

* O nascimento que celebramos esta noite significa que este "Reino" chegou.
   No entanto, ele já é de fato uma realidade viva na história humana?

- Acolher Jesus, celebrar o seu nascimento,
é aceitar esse projeto de justiça e de paz que Ele veio trazer aos homens.
- Em quê, ou em quem coloco eu a minha esperança e a minha segurança?
Nos políticos, que prometem e se servem da minha ingenuidade para fins próprios? No dinheiro, que se desvaloriza e que não serve para comprar a paz do coração?
Na situação sólida da minha empresa, que pode desfazer-se
nas convulsões sociais ou numa crise econômica?
Isaías diz que só podemos confiar em Deus e
nesse "menino" que Ele mandou ao nosso encontro,
se quisermos encontrar a "luz" e a paz.

- Reparemos, ainda, no "jeito" de Deus:
Ele não se serve da força e do poder para intervir na história e mudar o mundo.
É através de um "menino", símbolo da fragilidade e da dependência,
que Deus propõe aos homens o seu projeto de salvação.
Temos consciência de que é na simplicidade e na humildade
que Deus age no mundo?

A 2ª Leitura lembra-nos as razões pelas quais devemos viver
uma vida cristã autêntica e comprometida. (Tt 2,1-14)

Se quisermos que a Luz se manifeste,
essa vida nova recebida deve manifestar-se em nossa vida.

O Evangelho narra a realização da tão esperada promessa:
O Sinal é um menino recém-nascido em Belém,
envolto em faixas e deitado numa manjedoura. (Lc 2,1-14)

Lucas pretende apresentar uma catequese sobre Jesus.
Por isso, as indicações são mais teológicas do que geográficas ou históricas.

- BELÉM: Sugere que Jesus é o Messias, da descendência de Davi,
anunciado pelos profetas. Um lugar pequeno e afastado dos grandes centros.

- O QUADRO do Nascimento: apresenta a pobreza e a simplicidade
que rodeiam a vinda ao mundo do libertador dos homens:
a falta de lugar na hospedaria, a manjedoura dos animais a fazer de berço,
os panos improvisados que envolvem a criança, a visita dos pastores…
É na pobreza, na simplicidade, na fragilidade,
que Deus se manifesta aos homens e lhes oferece a salvação.

- As TESTEMUNHAS do Nascimento: Os Pastores,
gente considerada rude, violenta, marginalizada,
colocada ao lado dos publicanos e dos cobradores de impostos.
Sugere que é para estes pecadores e marginalizados que Jesus vem;
por isso, a chegada de um tal "salvador" é uma "boa notícia":
a partir de agora, os pobres, os fracos, os marginalizados, os pecadores,
são convidados a integrar a comunidade dos filhos amados de Deus.

- Os TÍTULOS dados pelos anjos definem o papel e a Missão de Jesus:
Ele é "o Salvador, Cristo e Senhor".

No Prefácio,  proclamamos hoje jubilosos nossa ação de graças ao Pai.
"Quando o vosso Filho se fez homem,
 nova LUZ da vossa glória brilhou para nós,
para que, vendo a Deus com nossos olhos,
aprendêssemos a amar nele a divindade que ao vemos" (prefácio).

* Essa Luz já está presente em nossa vida, iluminando nossos atos?

Por que ele quis nascer na pobreza,
fora de casa, sem o aconchego de um berço bem quentinho?
E depois, passar longos anos nessa pobreza,
vivendo com o trabalho de suas mãos e dar a vida por nós?
Porque nos ama tanto e ama a todos...
Sejamos os anunciadores dessa Boa Nova:
Cristo nasceu, trazendo-nos a alegria e a Paz.


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 24.12.2014


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