Papa: abrir caminhos de esperança
no deserto dos corações áridos
de
Mariangela Jaguraba
Cidade do Vaticano -
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, neste II Domingo de
Advento (10/12), com fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.
Na
alocução que precedeu a oração, o Pontífice recordou que no domingo passado,
“iniciamos o Advento com o convite a vigiar”, e “neste segundo domingo desse
tempo de preparação ao Natal, a liturgia nos indica os seguintes conteúdos: é
um tempo para reconhecer os vazios a serem preenchidos em nossa vida, para
aplanar as asperezas do orgulho e criar espaço para Jesus que vem”.
“O
profeta Isaías se dirige ao povo anunciado o fim do Exílio na Babilônia e o
retorno a Jerusalém. Ele profetiza: «Grita uma voz: Preparai no deserto o
caminho do Senhor […]. Nivelem-se todos os vales». Os vales a serem nivelados
representam todos os vazios do nosso comportamento diante de Deus, todos os
nossos pecados de omissão.”
“O vazio
em nossa vida pode ser porque não rezamos ou rezamos pouco. O Advento é o
momento favorável para rezar com mais intensidade, para reservar à vida
espiritual o lugar importante que lhe cabe. Outro vazio pode ser a falta de
caridade para com o próximo, sobretudo em relação às pessoas que precisam de
ajuda não só material, mas também espiritual. Somos chamados a prestar mais
atenção às necessidades dos outros, estar mais próximos. Desta forma, como João
Batista, poderemos abrir caminhos de esperança no deserto dos corações áridos
de muitas pessoas.”
“Rebaixem-se
todos os montes e colinas”, exorta ainda Isaías.
“Os
montes e as colinas que devem ser rebaixados são o orgulho, a soberbia e a prepotência.
Onde existe orgulho, prepotência e soberbia o Senhor não pode entrar, pois o
coração está cheio de orgulho, prepotência e soberbia. Devemos assumir
comportamentos de mansidão e humildade, sem repreender, mas ouvir, falar com
mansidão e assim preparar a vinda de nosso Salvador que é manso e humilde de
coração. Depois, somos convidados a eliminar todos os obstáculos que colocamos
em nossa união com o Senhor: “O terreno acidentado se torne plano e alisem-se
as asperezas. A glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens juntos
irão vê-la”, diz Isaías.
Segundo o
Papa, “essas ações devem ser realizadas com alegria, porque são finalizadas à
preparação da chegada de Jesus. Quando esperamos em casa a visita de uma pessoa
querida, organizamos tudo com carinho e felicidade. Devemos fazer o mesmo para
a vinda do Senhor: esperá-lo a cada dia com solicitude, para ser preenchidos
com a sua graça quando ele vier”.
Francisco
sublinhou que no Evangelho, João Batista representa a figura da “voz que grita
no deserto”, anunciada pelo Profeta Isaías.
“O
Salvador que esperamos é capaz de transformar a nossa vida com a sua graça, com
força do Espírito Santo, com a força do amor.
O Espírito Santo
derrama em nossos corações o amor de Deus, fonte inexaurível de purificação, de
vida nova e liberdade. A Virgem Maria viveu plenamente esta realidade,
deixando-se “batizar” pelo Espírito Santo que a encheu de sua força. Ela, que
preparou a vinda de Cristo com a totalidade de sua existência, nos ajude a
seguir seu exemplo e guie os nossos passos para o encontro com o Senhor que
vem.”
(radiovaticana)
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