REDAÇÃO
CENTRAL, 04 Jul. 18 / 05:00 am (ACI).- “Onde, se não na corte, são mais
necessárias as mortificações? Aqui os perigos são maiores”, costumava dizer
Santa Isabel de Portugal, cuja memória litúrgica é celebrada neste dia 4 de
julho.
Foi
dessa forma que a santa viveu, como uma mulher de caridade e reconciliadora,
mesmo cercada pelas pompas, intrigas e lutas do reino.
Isabel
nasceu na Espanha, em 1271, filha de Pedro II, rei de Aragão. Quando veio ao
mundo, seu pai, ainda um jovem príncipe, queria se divertir. Por isso, deixou a
menina sob os cuidados de seu avô, Tiago I, o qual levava uma vida voltada
para a fé e deu uma educação cristã para a futura rainha.
Quando
estava em seu leito de morte, Tiago I acariciou sua neta, então com seis anos,
e declarou que ela seria uma pedra preciosa da casa de Aragão, profecia que
viria a se concretizar anos mais tarde.
Aos 12 anos, pretendentes pediram Isabel em casamento e seu pai escolheu o
herdeiro do trono de Portugal, dom Dinis.
Era tida
como uma das rainhas mais belas da corte espanhola e portuguesa, sendo
conhecida também por sua personalidade forte e doce, sua inteligência e
diplomacia. Foi um grande testemunho de esposa cristã, mulher de oração e
centrada na Eucaristia.
Deu à luz
dois filhos: Constância, que viria a se tornar rainha de Castela, e Afonso,
herdeiro do trono de Portugal e que viveu muito conflitos com o pai, mediados e
reconciliados pela santa.
Isabel
viu seu marido se lançar a numerosas aventuras extraconjugais, que a humilhavam
diante todos. Porém, mostrou-se magnânima no perdão, chegando até mesmo a criar
os filhos frutos desses relacionamentos, com o mesmo afeto que dedicava aos
seus próprios filhos.
Certa
vez, porém, seu marido se deixou tomar pelo ciúme e deu créditos às calúnias e
insinuações de um cortesão que não conseguiu se aproximar de Isabel. Foi grande
o sofrimento da rainha, mas ela não desistiu e conseguiu provar sua inocência.
Em meio
aos dramas familiares, Isabel ainda dedicava atenção às disputas internas das
cortes de Portugal e Espanha, destacando-se como única voz a pregar a concórdia
e conseguir a pacificação.
Por outro
lado, tinha grande preocupação pelos mais necessitados. Ocupava seu tempo
ajudando os pobres, os enfermos, por meio da caridade e da piedade. Construiu o
hospital dos inocentes, para receber crianças cujas mães desejavam abandonar.
Conta a
tradição popular que, certa vez, a rainha saia para distribuir pães aos
desfavorecidos durante o inverno, quando o rei Dinis a interceptou o perguntou
o que levava no regaço. Ela responde: “São rosas”. O rei questionou como
poderia haver rosas naquela estação, ao que Isabel expôs o conteúdo do regaço
do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que tinha ocultado.
Isabel
também construiu o Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, o mosteiro cisterciense
de Almoste e o Santuário do Espírito Santo em Alenquer.
Quando o
rei Dinis morreu, a rainha se recolheu no Mosteiro de Santa Clara, ingressando
na Ordem Terceira Franciscana. Abdicou de seu título de nobreza, depositou sua
coroa no altar de São Tiago de Compostela e doou sua fortuna pessoal para as
obras de caridade.
Isabel
partiu para a Casa do Pai no dia 4 de julho de 1336, em Estremoz, e foi
sepultada no Mosteiro de Coimbra. Em 1665, foi canonizada pelo Papa Urbano
VIII. Foi declarada padroeira de Portugal e é invocada como “a rainha santa da
concórdia e da paz”.
(acidigital)
Sem comentários:
Enviar um comentário