domingo, 31 de março de 2019

HOJE É O DIA DO SENHOR



IV DOMINGO DA QUARESMA


Sede misericordiosos

A Liturgia é um convite à RECONCILIAÇÃO.


As leituras mostram os caminhos da Reconciliação:
O Amor de Deus Pai se manifesta dando uma pátria ao povo de Israel,
uma casa paterna ao filho que volta e uma personalidade nova em Cristo.
Como resposta, o homem celebra o dom de Deus, reconhece seu pecado
e volta arrependido aos braços do Pai e reconhece que a iniciativa
da reconciliação vem de Deus por meio de Cristo reconciliador.

Na 1ª Leitura Deus se reconcilia com o seu Povo. (Jos 5,9a.10-12)

Israel celebra pela 1ª vez a Páscoa na Terra Prometida.
Antes, os nascidos no deserto, ainda não circuncidados, devem passar
pela circuncisão, como sinal da Aliança e de pertença ao Povo eleito.
Assim TODOS poderiam celebrar a Páscoa, como início de uma vida nova.

* A Quaresma é tempo de retificar os caminhos e nos reconciliar com Deus.
O Povo de Israel caminhou pelo deserto, buscou a liberdade e,
no final, chegou à terra prometida. Nela celebrou a Páscoa.
E nós, novo povo de Deus, que páscoa, que terra, que libertação procuramos?

A 2ª Leitura é um Hino que enaltece a Misericórdia de Deus,
que nos deu a vida em Cristo e recomenda:
"DEIXAI-VOS RECONCILIAR com Deus". (2Cor 5,17-21)
* Ser cristão é aceitar essa Reconciliação com Deus, em Cristo.
   A comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros irmãos.

No Evangelho, o PAI se reconciliou com o filho e
convidou os filhos se reconciliarem entre eles. (Lc 15,1-3.11-32)

Um grupo de fariseus e escribas criticava Jesus,
pela atenção especial que dava aos marginalizados,
muitas vezes tidos  como "pecadores pela sociedade de então.
- Jesus responde com três parábolas (Ovelha, Moeda e Filho Pródigo),
que revelam a grande bondade e MISERICÓRDIA de Deus,
que sai à procura do perdido

A Parábola do PAI MISERICORDIOSO (ou do Filho Pródigo)
narra 2 cenas: o Filho mais novo e o Filho mais velho,
unidas pela ação do PAI, que é o centro do relato:

+ O Filho mais novo, numa atitude de orgulho e de desprezo...
   afastou-se do Pai, da família e da comunidade...
   renunciou à sua posição de filho e foi "para longe"...
- Sonhou sua felicidade com uma vida de independência e de liberdade,
  e voltou espoliado, esfarrapado, faminto e sem dignidade...
- "Longe" da casa do Pai, não encontrou a felicidade desejada.
  A fome fez ter saudades da casa do Pai e
  a lembrança da bondade do Pai o animou a voltar...
+ O Filho mais velho é um "bom filho", sóbrio, obediente e trabalhador...
    mas não é um bom irmão. Não aceita a volta do irmão,
    nem mesmo o amor do Pai, que o acolheu...

+ O Pai é o personagem central:
   Sai ao encontro dos DOIS FILHOS:

   - CORRE "movido de compaixão" ao encontro do Filho mais novo...
     abraça-o... beija-o... Manda buscar roupa, calçado, o anel,
     para que o filho seja restituído em sua dignidade de filho.
     E faz uma FESTA para celebrar na alegria a sua volta...

   - VAI também ao encontro do Filho mais velho...
     Suplica-lhe que entre... convida-o para a festa... para a alegria...

* Podemos abandonar a nossa dignidade de filhos.
   Deus não abandona a sua missão de Pai.
   Deus sai à procura dos perdidos e festeja porque são resgatados...
   A ação do Pai reflete a atitude de Jesus e deve ser também a nossa.

- Quem é esse jovem, que num desejo de liberdade e felicidade,
  vai longe do pai, da família, da comunidade e de Deus...
  e quando sente o vazio em que se encontra,
  começa a sentir saudades da casa do pai?

- Quem é esse irmão mais velho, "bom praticante", mas mau irmão,
  que não se alegra com o retorno do irmão arrependido,
  e até tenta impedir a volta de quem se desgarrou na vida?
  Quantos filhos pródigos (Jovens) continuam ainda hoje pródigos,
  perdidos, longe da casa do Pai...
  porque não há quem acredite neles e vá ao seu encontro,
  ajudando-os a descobrirem os valores da vida e da fé...

  * Talvez sejamos um pouco dos dois:
     Todos temos um pouco do pecado do mais novo e
     da intransigência do mais velho.

+ O Evangelho de hoje nos convida a imitar o gesto do Pai:
   - que respeita a liberdade e as decisões dos seus filhos...
   - que continua a amar e a esperar o regresso dos filhos rebeldes.    
   - que está sempre preparado para abraçar os filhos que retornam..
   - que os acolhe com amor e os reintegra na sua família.
   - que festeja com alegria a sua volta...

Acolhendo os apelos de conversão da Quaresma e da Palavra de Deus,
a nossa celebração será sempre um verdadeiro banquete
para celebrar na alegria a volta ao Pai e à comunidade
dos filhos pródigos que estavam perdidos, mas que voltaram à vida
pela Bondade de Deus e pela Acolhida dos irmãos.


  Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 31.03.2019

(buscandonovasaguas)

sábado, 30 de março de 2019

· ​Missa do Pontífice em Santa Marta ·


Fidelidade sem meias-medidas



A questão da ´fidelidade a Deus» é crucial. Assim como a decisão de estar «com Ele ou contra Ele» porque não há meios-termos. O Papa Francisco abordou sem rodeios à essência das escolhas fundamentais de cada pessoa ao celebrar a missa na manhã de quinta-feira, 28 de março, em Santa Marta.
«Pedimos juntos esta exortação do Senhor à conversão: “Escutai hoje a voz do Senhor: não se endureça o vosso coração”» afirmou o Pontífice referindo-se ao salmo responsorial. «Porque muitas vezes somos surdos – acrescentou – e não ouvimos a voz do Senhor. Sim, ouvimos o telejornal, os mexericos do bairro: isto sim, ouvimos sempre. A voz do Senhor, muitas vezes, permanece desconhecida». Mas, especificou, «sem ouvir a voz do Senhor, o nosso coração torna-se como a terra árida: sem água. Dias, meses, anos sem água. Fica ressequida. Por isso o Senhor diz: “Não se endureça o vosso coração”».
«Quando o Senhor faz este convite – afirmou o Pontífice, referindo-se ao excerto do profeta Jeremias (7, 23-28) – fala de experiência, e a primeira leitura oferece-nos uma descrição desta experiência de Deus diante do seu povo teimoso, que não o quer ouvir». E pronunciando estas palavras o Papa até bateu a mão sobre o atril, precisamente para fazer compreender o seu pensamento: a teimosia do homem que se considera «autossuficiente». «É a lamentação do Senhor – observou – neste trecho do profeta Jeremias: “A única ordem que lhes dei foi esta: ‘Ouvi a minha voz e Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo'”». É uma «promessa». Mas «o que faz o povo?». Escreve Jeremias: «Eles, porém, não me ouviram, não me prestaram atenção; endureceram a sua cerviz».
Neste ponto Francisco sugeriu que «cada um de nós ouça o que o Senhor diz do povo e pense se não se comportou deste modo». Lê-se no trecho de Jeremias: «Seguiram os maus conselhos dos seus corações empedernidos; viraram-me as costas». Como para dizer «Não, o Senhor nada conta: prefiro isto, aquilo. Sim Deus está ali mas faço do meu modo».
Depois, prosseguiu o Papa, «Jeremias faz a descrição: “Desde o dia em que os vossos pais saíram do Egito até hoje, Eu vos enviei todos os meus servos, os profetas, dia após dia. Eles, porém, não me ouviram”». Talvez eles tenham respondido: «sim, sim: amanhã te ouviremos». Prossegue Jeremias: «Endureceram a sua cerviz e agiram pior que os seus pais». E também: «Tudo isto lhes transmitirás, mas não te escutarão. Chamá-los-ás e não te responderão. E o Senhor termina com esta triste declaração que é um testemunho de morte: “A sua lealdade desapareceu”».
É «um povo sem fidelidade, que perdeu o sentido da fidelidade», reiterou o Pontífice. E «esta é a pergunta que hoje a Igreja quer que nos façamos, cada um: perdi a fidelidade ao Senhor? – Não, não, vou à missa todos os domingos – sim sim mas aquela fidelidade do coração: perdi a lealdade ou o meu coração endureceu, é obstinado, é surdo, não deixa o Senhor entrar, desenrasca-se sozinho com três ou quatro coisas e depois faz o que quer?». Esta, afirmou o Papa, «é uma pergunta para cada um de nós: todos devemos formulá-la, porque a Quaresma serve para isto, para cultivar de novo o nosso coração».
«“Escutai hoje a voz do Senhor” é o convite da Igreja, “não endureça o vosso coração”» prosseguiu Francisco. De resto, explicou, «quando alguém vive com o coração duro, sem ouvir o Senhor, não só não o ouve; de facto, há algo do Senhor que não lhe apraz, deixa de lado o Senhor com algum pretexto, desacredita o Senhor, calunia-o, difama-o».
A propósito, o Pontífice referiu-se ao trecho do Evangelho de Lucas (11, 14-23) proposto pela liturgia: «É aquilo que aconteceu a Jesus com o povo: Jesus realizava milagres, curava os doentes para mostrar que tinha poder de cura também das almas, dos nossos corações. E estes obstinados o que disseram? “ É por meio de Belzebu, chefe dos demónios, que ele expulsa os demónios”».
«Desacreditar o Senhor – prosseguiu – é o penúltimo passo desta rejeição ao Senhor: não o ouvir, deixar que o coração se endureça como a terra que não é regada há anos, e depois desacreditá-lo: “Mas não, este milagre, é um feiticeiro” diziam de Jesus; “faz tudo com o poder do diabo, como todos os bruxos”».
Portanto, «desacreditar Jesus». E depois «só falta o último passo, do qual não há retorno, que é a blasfémia contra o Espírito Santo». No Evangelho vê-se que «Jesus procura convencê-los». Mas eles não o ouvem. A ponto que «no final, assim como o profeta acaba com aquela frase clara – “a lealdade desapareceu” – Jesus termina com outra frase que pode ajudar-nos: “Quem não está comigo está contra mim”». Com clareza o Papa recordou que não se pode dizer: «“Não, não, eu estou com Jesus, mas a uma certa distância, não me aproximo muito”. Não, não pode ser assim. Ou estás com Jesus ou estás contra Ele; ou és fiel ou és infiel; ou tens o coração obediente ou perdeste a fidelidade».
«Cada um de nós – sugeriu Francisco – pense hoje durante a missa e também durante o dia, pense: como está a minha fidelidade? Eu, para rejeitar o Senhor, procuro algum pretexto, alguma coisa e desacredito o Senhor?». Por isso não podemos «perder a esperança e estas duas expressões – “a fidelidade desapareceu” e “Quem não está comigo está contra mim” – ainda deixam espaço à esperança e a nós».
No final da homilia o Pontífice propôs «uma última palavra que ouvimos na aclamação ao Evangelho: “Retornai a mim com todo o coração, diz o Senhor, porque sou misericordioso e piedoso”». Então, insistiu, «o teu coração está empedernido, está duro. Sim, muitas vezes, desacreditaste-me por não me obedeceres, até talvez me tenhas caluniado. Mas ainda há tempo: “Retornai a mim com todo o coração, diz o Senhor, porque sou misericordioso e piedoso: esquecerei tudo. O importante é venhas a mim. Isto é o que importa, diz o Senhor”. E assim esquece o resto». Portanto, concluiu Francisco, «este é o tempo da misericórdia, é o tempo da piedade do Senhor: abramos o coração para que Ele venha a nós».
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 (osservatoreromano)

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Papa Francisco partiu para o Marrocos



O Pontífice deixou o Vaticano na manhã deste sábado (30/3) para mais uma Viagem Apostólica, a de número 28 do seu Pontificado. Desta vez Francisco visita o Marrocos, por dois dias, sob o lema: “Papa Francisco: servidor da Esperança”.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco partiu do aeroporto romano de Fiumicino às 10:58 (6:58 horário de Brasília) e chegará ao aeroporto de Rabat após três horas de viagem.

Agenda do final de semana
Neste sábado (30), Francisco manterá encontros com o Povo, as autoridades civis e religiosas e o Corpo Diplomático, visitará o Instituto dos Imames pregadores e pregadoras e, por fim, encontrará os Migrantes na sede da Caritas diocesana de Rabat.
Amanhã, domingo (31), o Papa visitará o Centro Rural e Social de Temára e encontrará o Clero e os representantes de outras Igrejas. Logo após o almoço, presidirá à Santa Missa, no conjunto esportivo de Rabat, ponto alto da sua viagem ao Marrocos.

Encontro com migrantes
Antes de partir para o Marrocos, o Papa Francisco encontrou-se nesta manhã, na Casa Santa Marta, no Vaticano,  com um grupo de migrantes marroquinos, hospedados na Itália, pela Comunidade de Sant'Egidio. O grupo era composto por duas famílias, cada uma com duas crianças. Os migrantes foram acompanhados pelo esmoleiro de Sua Santidade, cardeal Konrad Krajewski.

Telegramas do Papa
Durante suas Viagens Apostólicas, o Santo Padre costuma enviar telegramas aos Chefes de Estado dos países sobrevoados. Esta vez, enviou telegramas ao Presidente da Itália, Sergio Mattarella, ao Presidente da França, Emmanuel Macron, e ao Rei da Espanha, Sua Majestade Felipe VI.
O retorno do Papa a Roma está previsto para a noite deste domingo, quando deverá chegar ao aeroporto romano de Ciampino às 21.30 (16:30 hora de Brasília).

(vaticannews)