Papa Francisco: Se sonhamos com um futuro de paz,
precisamos dar espaço às mulheres
Vaticano,
08 Mar. 19 / 11:20 am (ACI).-
O Papa Francisco assinalou neste dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher,
que "a mulher torna o mundo mais bonito, o protege e o mantém vivo",
assim, "se amamos o futuro, se sonhamos com um futuro de paz, precisamos
dar espaço para as mulheres".
O
Pontífice fez esta declaração durante a audiência concedida a uma delegação do
Comitê Judaico Americano (AJC, na sigla em inglês), encabeçada pelo presidente
do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt
Koch.
"Hoje,
8 de março, eu gostaria de dizer algo sobre a contribuição insubstituível das
mulheres na construção de um mundo que é o lar de todos. A mulher torna o mundo
mais bonito, o protege e o mantém vivo; a sua graça torna as coisas novas; seu
abraço abrange a coragem de se doar", disse o Papa.
Além
disso, o Santo Padre afirmou que "a paz é mulher. Nasce e renasce da
ternura das mães. O sonho da paz se realiza com o olhar à mulher".
Explicou que "não é por acaso que na história do Gênesis, a mulher foi
tirada da costela do homem durante o sono. A mulher tem origem no coração
e nos sonhos. Por isso leva ao mundo o sonho do amor. Se quisermos um futuro
melhor, se sonhamos com um futuro de paz, precisamos dar espaço às
mulheres", incentivou.
Durante seu discurso na Sala do Consistório do Vaticano, o Papa Francisco
recordou a Declaração do Concílio Vaticano II 'Nostra Aetate' sobre o diálogo
da IgrejaCatólica com o judaísmo e destacou que
"cultivar estas boas relações fraternas por tanto tempo é um dom e, ao
mesmo tempo, um chamado de Deus".
Por isso,
o Papa disse que "somos chamados a construir, juntos, uma atmosfera
familiar, escolhendo, com todas as nossas forças, o amor divino, que inspira
respeito e apreço pela religiosidade de cada um. Não é ‘bonismo’, é o nosso
futuro", afirmou.
Não ao antissemitismo
Por outro
lado, o Papa Francisco expressou preocupação com "a propagação em muitos
lugares de um clima de maldade e de raiva, no qual se enraízam os excessos
perversos de ódio" e se referiu em particular aos ataques antissemitas em
vários países, reafirmando que "é preciso estar atentos a esse fenômeno. A
história nos ensina até onde podem chegar as atitudes, mesmo ligeiramente
perceptíveis, do antissemitismo: a tragédia humana da Shoah, na qual foram aniquilados
dois terços dos judeus da Europa".
"Reafirmo
que, para um cristão, toda forma de antissemitismo representa uma negação das
próprias origens, uma contradição absoluta. Devemos fazer como um pai, que,
apesar de ver coisas trágicas, jamais se cansa de transmitir aos seus filhos os
fundamentos do amor e do respeito. Enfim, devemos olhar o mundo com os olhos
das mães, com os olhos da paz", encorajou.
Nesse
sentido, o Santo Padre explicou que na luta contra o ódio e o antissemitismo,
uma ferramenta importante é o diálogo inter-religioso "que visa promover
esforços para a paz, o respeito mútuo, a defesa da vida,
a liberdade religiosa e a salvaguarda da criação".
"Judeus
e cristãos também compartilham uma rica herança espiritual, o que nos permite
fazer muitas coisas boas juntos. Num momento em que o Ocidente está exposto a
um secularismo despersonalizado, corresponde aos fiéis buscar e colaborar para
tornar mais visível o amor de Deus pela humanidade ", exortou o Papa.
Assim, o
Pontífice disse que, em um mundo "onde a distância entre os muitos que têm
pouco e os poucos que têm muito aumenta dia a dia, somos chamados a cuidar dos
irmãos mais vulneráveis: os pobres, os fracos, os doentes, as crianças, os
idosos".
Ao
finalizar, o Papa ressaltou a importância da formação das gerações futuras no
diálogo judaico-cristão. "O compromisso comum no campo da educação de
jovens também é uma ferramenta eficaz para combater a violência e abrir novos
caminhos de paz com todos".
(acidigital)
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