O Sacramento da Reconciliação, disse o Papa aos participantes do
Curso de Foro Interno, é um verdadeiro “caminho de santificação”, pois “é o
sinal eficaz que Jesus deixou à Igreja para que a porta da casa do Pai
permanecesse sempre aberta, sendo assim sempre possível o retorno dos homens a
Ele”.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
“Queridos jovens
sacerdotes, futuros sacerdotes e queridos penitenciários, exorto-vos a sempre a
ouvir com grande generosidade as confissões dos fiéis, a percorrer com eles o
caminho da santificação que é o Sacramento. Contemplem os "milagres"
de conversão que a graça opera no segredo do confessionário, milagres dos quais
somente vocês e os anjos serão testemunhas. E que sobretudo vocês possam se
santificar, no exercício humilde e fiel do ministério da Reconciliação”.
Palavras do Papa
Francisco dirigidas aos cerca de 750 participantes do 30º Curso sobre Foro
Interno -promovido pelo Tribunal da Penitenciaria Apostólica – e recebidos em
audiência na Sala Paulo VI no final da manhã desta sexta-feira.
A importância do
"ministério da misericórdia" – observou o Santo Padre no início de
seu pronunciamento - “justifica, exige e quase nos impõe uma adequada
formação, para que o encontro com os fiéis que pedem o perdão de Deus seja
sempre um encontro real de salvação, no qual o abraço do Senhor é percebido em
toda a sua força, capaz de mudar, converter, curar e perdoar”.
Necessidade de formação
O Pontífice recorda que
diante da longa história da Igreja e da antiguidade da Penitenciaria Apostólica
– o mais antigo Tribunal a serviço do Papa, um tribunal de misericórdia - ,
estes trinta anos do Curso sobre Foro Interno podem não parecer muito. Mas para
nossa época, em que tudo corre velozmente, é tempo suficiente “para poder fazer
reflexões e balanços”.
O número de participantes
desta 30ª edição – mais de 700 – chamou a atenção de Francisco. Isto indica -
observa ele - “quão séria é a necessidade de formação e segurança, em
relação a matérias tão importantes para a própria vida da Igreja e para o
cumprimento da missão que o Senhor Jesus a ela confiou”.
Superar a crise com as armas da fé
Se por um lado há uma
certa dificuldade do homem contemporâneo em relação à Confissão e ao senso de
pecado - e devemos reconhecer isto, diz o Papa -, “esta grande
participação de sacerdotes, recém-ordenados e ordenandos, testemunha o
permanente interesse em trabalhar juntos para enfrentar e superar a crise,
antes de tudo com as "armas da fé" e oferecendo um serviço cada vez
mais qualificado e capaz de manifestar realmente a beleza da Misericórdia
divina”.
O Sacramento da
Reconciliação é um verdadeiro “caminho de santificação” – enfatiza o Papa -
pois “é o sinal eficaz que Jesus deixou à Igreja para que a porta da casa do
Pai permanecesse sempre aberta, sendo assim sempre possível o retorno dos
homens a Ele”.
Santificação para o penitente e para o confessor
A confissão é o caminho
de santificação para o penitente e para o confessor, “E vocês, queridos jovens
confessores, farão logo a experiência disto”, diz Francisco, explicando:
“Para o penitente, é
claramente caminho de santificação porque, como repetidamente enfatizado
durante o recente Jubileu da Misericórdia, a absolvição sacramental,
validamente celebrada, restaura a inocência batismal, a plena comunhão com
Deus. Aquela comunhão que Deus nunca interrompe com o homem, mas a qual o homem
às vezes se subtrai, fazendo mal uso do estupendo dom da liberdade”.
Para nós, sacerdotes –
explicou o Papa - o quarto sacramento também é o caminho da santificação:
“Antes de tudo quando,
humildemente, como todos os pecadores, nos ajoelhamos perante o confessor e
imploramos por nós mesmos a Misericórdia divina. Recordemos sempre de sermos
primeiro pecadores perdoados, e somente mais tarde, ministros do perdão”.
Como confessores –
enfatiza Francisco - “temos o privilégio de contemplar constantemente os
“milagres” das conversões. Devemos sempre reconhecer a poderosa ação da graça,
que é capaz de transformar o coração de pedra em coração de carne, de mudar um
pecador que fugiu para longe em um filho arrependido que volta à casa do pai”.
Importância da formação
Neste sentido, é
importante a “formação para uma celebração reta e eficaz do Sacramento da
Reconciliação, pressuposto indispensável para que dê frutos”:
“Isso para que cada
confissão seja sempre um novo e definitivo passo em direção a uma santificação
mais perfeita; um terno abraço, cheio de misericórdia, que contribui para
expandir o Reino de Deus, Reino de amor, de verdade e paz”.
Indispensável segredo da confissão
O Papa recorda que a
própria Reconciliação “é um bem que a sabedoria da Igreja sempre salvaguardou
com toda a sua força moral e jurídica com o segredo sacramental. Isso, embora
nem sempre entendido pela mentalidade moderna, é indispensável para a santidade
do Sacramento e para a liberdade de consciência do penitente, o qual deve estar
certo, em qualquer momento, que o colóquio sacramental permanecerá no segredo
do confessionário, entre a própria consciência que se abre para a graça e Deus,
com a necessária mediação do sacerdote”.
“ O segredo sacramental é
indispensável e nenhum poder humano tem jurisdição, nem pode reivindicá-lo
sobre ele. ”
(vaticannews)
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