terça-feira, 30 de abril de 2019

Papa Francisco: que o Espírito Santo seja o protagonista da nossa vida


Missa em Santa Marta
Não se pode ser cristãos sem deixar que o Espírito Santo seja o protagonista da nossa vida, disse o Papa na homilia matutina na Casa Santa Marta.

Debora Donnini – Cidade do Vaticano

Podemos renascer “daquele pouco que somos”, da “nossa existência pecadora” somente com a “ajuda da própria força que fez ressurgir o Senhor: com a força de Deus” e por isso “o Senhor nos enviou o Espírito Santo”. Foi o que recordou o Papa Francisco ao celebrar a missa na Casa Santa Marta na manhã desta terça-feira (30/04).
Em sua homilia, o Pontífice se inspirou na resposta de Jesus a Nicodemos, proposta pelo Evangelho do dia (Jo 3,7-15). Jesus fala de “renascer do alto” e o Papa traçou este elo entre a Páscoa e a mensagem do renascimento.

A força é o Espírito
A mensagem da Ressurreição do Senhor é “este dom do Espírito Santo”, recordou Francisco e, de fato, na primeira aparição de Jesus aos apóstolos, no domingo mesmo da Ressurreição, diz a eles: “Recebam o Espírito Santo”. “Esta é a força! Nós nada podemos sem o Espírito”, explicou o Papa, recordando que a vida cristã não é somente comportar-se bem, fazer isto, não fazer aquilo. “Nós podemos fazer isto”, podemos inclusive escrever a nossa vida com “caligrafia inglesa”, mas a vida cristã renasce do Espírito e, portanto, é preciso reservar um lugar a ele:

É o Espírito que nos faz ressurgir dos nossos limites, das nossas mortes, porque nós temos muitas, muitas necroses na nossa vida, na alma. A mensagem da ressurreição é esta de Jesus a Nicodemos: é preciso renascer. Mas como é possível deixar espaço ao Espírito? Uma vida cristã, que se diz cristã, que não deixa lugar ao Espírito e não se deixa levar avante pelo Espírito é uma vida pagã, fantasiada de cristã. O Espírito è o protagonista da vida cristã, o Espírito – o Espírito Santo – que está em nós, nos acompanha, nos transforma, vence conosco. Ninguém jamais subiu ao céu senão Aquele que desceu do céu, isto é, Jesus. Ele desceu do céu. E Ele, no momento da ressurreição, nos diz: “Recebam o Espírito Santo”, será o companheiro de vida, de vida cristã.

Companheiro diário
Portanto, não pode existir uma vida cristã sem o Espírito Santo, que é “o companheiro de todos os dias”, dom do Pai, dom de Jesus.

Peçamos ao Senhor que nos dê esta consciência de que não se pode ser cristãos sem caminhar com o Espírito Santo, sem agir com o Espírito Santo, sem deixar que o Espírito Santo seja o protagonista da nossa vida.

Trata-se então de se perguntar qual seja o lugar na nossa vida, porque – reiterou o Papa – "você não pode caminhar numa vida cristã sem o Espírito Santo”. É preciso pedir ao Senhor a graça de entender esta mensagem: “o nosso companheiro de caminhada é o Espírito Santo”.

(vaticannews)

Palavra de Vida – abril 2019





“Se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns aos outros” (Jo 13, 14).


O evangelista João, ao recordar as últimas horas passadas na companhia de Jesus antes da sua morte, põe no centro da narrativa o episódio de Jesus que lava os pés aos seus discípulos. Lavar os pés era, no antigo Oriente, um sinal de acolhimento ao hóspede, depois da viagem por estradas cheias de poeira. E era normalmente feito por um escravo. Precisamente por isso, num primeiro momento, os discípulos recusam aceitar esse gesto do seu Mestre. Mas depois, Ele explica-lhes:
“Se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
Com esta imagem tão significativa, João revela-nos inteiramente a missão de Jesus: Ele, o Mestre e o Senhor, entrou na história humana para ir ao encontro de cada homem e de cada mulher, para os servir e os levar ao encontro com o Pai.
Dia após dia, durante toda a sua vida terrena, Jesus despojou-se de todo e qualquer sinal da sua grandeza, e ali prepara-se para dar a vida na cruz. E é precisamente nesse momento que Ele confia aos seus discípulos, como sua herança, a palavra que lhe está mais a peito:
“Se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
É um convite claro e simples. Todos o podemos compreender e pôr em prática imediatamente, em todas as situações e em qualquer contexto social e cultural.
Os cristãos que receberam a revelação do Amor de Deus, por intermédio da vida e das palavras de Jesus, têm uma “dívida” para com os outros: imitar Jesus, acolhendo e servindo os irmãos, para se tornarem também arautos do Amor. Como Jesus: primeiro amar concretamente e depois acompanhar o gesto com palavras de esperança e amizade. E o testemunho é tanto mais eficaz quanto mais prestarmos atenção aos pobres, com espírito de gratuidade. Por outro lado, devemos evitar qualquer atitude de servilismo para com quem tem poder e prestígio.
Mesmo perante situações complexas, e até trágicas, que não conseguimos impedir, há sempre qualquer coisa que ainda podemos e devemos fazer para contribuir para o “bem” comum: sujar as mãos, com generosidade e responsabilidade, e sem nunca esperar recompensas.
Além disso, Jesus pede-nos que testemunhemos o Amor, não só pessoalmente, nos nossos ambientes de vida, mas também como comunidade, como povo de Deus, cuja lei fundamental é precisamente o amor recíproco.
“Se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.”
Após ter proferido estas palavras, Jesus continua: «Na verdade, dei-vos o exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também… Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática» (1). Comentando esta frase do Evangelho, Chiara Lubich escreveu: «[…] “Sereis felizes…”. O serviço recíproco, o amor mútuo que Jesus ensina com este gesto desconcertante é, portanto, uma das bem-aventuranças ensinadas por Jesus. […] Como havemos de viver, durante este mês, esta palavra? A imitação que Jesus nos pede não consiste em repetir pedestremente o seu gesto, mesmo se o devemos ter sempre diante de nós, como um luminosíssimo e incomparável exemplo. Imitar Jesus significa compreender que a nossa vida de cristãos tem sentido se vivermos “para” os outros. Se entendermos a nossa existência como um serviço aos irmãos. Se toda a nossa vida se basear nisto. Então teremos realizado aquilo que Jesus tem mais a peito. Teremos centrado o Evangelho. Seremos realmente felizes, bem-aventurados (2).
Letizia Magri
1) Cf. Jo 13, 15-17; 2) C. Lubich, Parola di Vita abril 1982, in Parole di Vita, por Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5, Città Nuova, Roma 2017), pp. 233, 235.

(focolares)

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Hoje é celebrada Santa Catarina de Sena:




de analfabeta a Doutora da Igreja




REDAÇÃO CENTRAL, 29 Abr. 19 / 05:00 am (ACI).- “Se formos o que devemos ser, incendiaremos o mundo”, dizia Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja, grande defensora do Papado e proclamada copadroeira da Europa por São João Paulo II, cuja festa é celebrada neste dia 29 de abril.
Era uma jovem corajosa, filha de humildes artesãos, analfabeta, e que vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Domingos.
Santa Catarina nasceu em Sena (Itália), em 1347, em uma família de pais piedosos. Gostava muito da oração, das coisas de Deus, e aos sete anos fez um voto particular de virgindade. Mais tarde, sua família tentou persuadi-la a se casar, mas ela se manteve firme e serviu generosamente aos pobres e doentes.
Aos 18 anos, recebeu o hábito da Ordem Terceira de São Domingos, vivendo a espiritualidade dominicana no mundo secular e sendo a primeira mulher solteira a ser admitida. Teve que superar muitas tentações do diabo que procurou fazer com que desistisse, mas ela seguia confiando em Deus.

(acidigital)

Papa: das chagas de Jesus brota a misericórdia, são fonte de paz, alegria e missão



Neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a nos aproximar de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão. Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Aproximar-se de Jesus e tocar suas chagas, em nossos irmãos sofredores. Este foi o convite do Papa aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Oração do Regina Coeli - e também a nós - neste II Domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia.
Francisco recordou que é das chagas de Jesus que brota a misericórdia, que todos temos necessidade, e é “dali que brota a paz, a alegria e a força para a missão”.

A paz

Sua reflexão foi inspirada na passagem do Evangelho de São João, que narra a incredulidade de Tomé após a aparição de Jesus aos discípulos. Com sua morte, “estavam desorientados e com medo”, por isso - disse Francisco - eram os primeiros a ter necessidade da paz oferecida por Jesus em suas primeiras palavras: "A paz esteja convosco!"
Tomé, ao ser informado deste “evento extraordinário”, mantém-se incrédulo. Assim, oito dias mais tarde – exatamente hoje, observa o Papa – “a aparição se repete: Jesus vai de encontro à incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar suas chagas”.

“ Elas constituem a fonte da paz, porque são o sinal do imenso amor de Jesus que derrotou as forças hostis ao homem, o pecado e a morte. ”

As chagas são um tesouro, delas brota a misericórdia

É como se Jesus nos dissesse, a todos nós: "Mas se tu não estás em paz, toca as minhas chagas":

Tocar as chagas de Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças, de tantas pessoas que sofrem. Tu não estás em paz? Vai, vai visitar alguém que é o símbolo da chaga de Jesus. Toca a chaga de Jesus. Mas daquelas chagas brota a misericórdia, por isso hoje é o Domingo da Misericórdia. Um santo dizia que o corpo do Jesus crucificado era como um mar de misericórdia, que por meio de suas chagas veio até nós”.

“ Todos nós temos necessidade de misericórdia, sabemos disso. ”

Assim – foi a exortação do Santo Padre – “aproximemo-nos de Jesus e toquemos suas chagas, em nossos irmãos que sofrem”:

“As chagas de Jesus são um tesouro, delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, as mostra ao Pai, como se dissesse: "Pai, este é o preço, estas chagas são o que paguei pelos meus irmãos". Isto é, com as chagas, Jesus intercede diante do Pai. Nos dá misericórdia se nos aproximamos e intercede por nós. Não esqueçam as chagas de Jesus.”

A alegria

O segundo dom que Jesus ressuscitado traz aos discípulos - acrescentou o Papa - é alegria, como relatado pelo evangelista: "os discípulos encheram-se de alegria em ver o Senhor":

“Também conosco quando, quem sabe algo de incrível, de belo tenha acontecido, nos vem dizer: “Eu não posso acreditar, isso não é verdade!” Assim eram os discípulos, eles não podiam acreditar, tamanha alegria. Esta é a alegria que Jesus nos traz. Se tu estás triste, se tu não estás em paz, olha para Jesus crucificado, olhe para o Jesus ressuscitado, olhe para suas chagas e experimente essa alegria”.

A missão

Depois da paz e da alegria, Jesus também dá aos discípulos a missão, dizendo: "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio":

A ressurreição de Jesus é o início de um novo dinamismo de amor, capaz de transformar o mundo com a presença do Espírito Santo”.

Assim, neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a nos aproximar de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão”.

“ Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão. ”

"Confiemos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, Rainha do céu e da terra", disse o Santo Padre, antes de rezar a oração do Regina Coeli.

Líbia

Após a oração, o Santo Padre recordou as beatificações de quatro mártires na Argentina, felicitou os cristãos das Igrejas Orientais e Ortodoxas que celebram a Páscoa neste Domingo, e fez apelos pelas vítimas do conflito na Líbia:

Convido-os a unirem-se à minha oração pelos refugiados que se encontram em centros de detenção na Líbia, cuja situação já é muito séria, e se torna ainda mais perigosa pelo conflito em curso. Apelo para que especialmente as mulheres, as crianças e os doentes, possam ser o mais rapidamente evacuados, através de corredores humanitários”.

Inundações na África do Sul

E também pelas vítimas de inundações na África do Sul:

E rezemos também por aqueles que perderam a vida ou sofreram sérios danos com as recentes inundações na África do Sul. Também a esses nossos irmãos, não falte a solidariedade e o apoio concreto da comunidade internacional”.

Ao saudar os diversos grupos presentes, Francisco recordou em particular “dos devotos da Divina Misericórdia”, que neste domingo estão reunidos na Igreja Santo Spirito in Sassia - proximidades do Vaticano - para as celebrações da Festa da Divina Misericórdia.

Óh! Sangue e Água que jorraste do Coração de Jesus como Fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós!

(vaticannews)