Neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a nos
aproximar de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão.
Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força
para a missão.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
Aproximar-se de Jesus e
tocar suas chagas, em nossos irmãos sofredores. Este foi o convite do Papa aos
milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Oração do Regina Coeli - e
também a nós - neste II Domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia.
Francisco recordou que é
das chagas de Jesus que brota a misericórdia, que todos temos necessidade, e é
“dali que brota a paz, a alegria e a força para a missão”.
A paz
Sua reflexão foi
inspirada na passagem do Evangelho de São João, que narra a incredulidade de
Tomé após a aparição de Jesus aos discípulos. Com sua morte, “estavam
desorientados e com medo”, por isso - disse Francisco - eram os primeiros a ter
necessidade da paz oferecida por Jesus em suas primeiras palavras: "A paz
esteja convosco!"
Tomé, ao ser informado
deste “evento extraordinário”, mantém-se incrédulo. Assim, oito dias mais tarde
– exatamente hoje, observa o Papa – “a aparição se repete: Jesus vai de
encontro à incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar suas chagas”.
“ Elas constituem a fonte
da paz, porque são o sinal do imenso amor de Jesus que derrotou as forças
hostis ao homem, o pecado e a morte. ”
As chagas são um tesouro, delas brota a
misericórdia
É como se Jesus nos
dissesse, a todos nós: "Mas se tu não estás em paz, toca as minhas
chagas":
“Tocar as chagas de
Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças, de
tantas pessoas que sofrem. Tu não estás em paz? Vai, vai visitar alguém que é o
símbolo da chaga de Jesus. Toca a chaga de Jesus. Mas daquelas chagas brota a misericórdia,
por isso hoje é o Domingo da Misericórdia. Um santo dizia que o corpo do Jesus
crucificado era como um mar de misericórdia, que por meio de suas chagas veio
até nós”.
“ Todos nós temos
necessidade de misericórdia, sabemos disso. ”
Assim – foi a exortação
do Santo Padre – “aproximemo-nos de Jesus e toquemos suas chagas,
em nossos irmãos que sofrem”:
“As chagas de Jesus são
um tesouro, delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de
Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, as mostra ao Pai, como se
dissesse: "Pai, este é o preço, estas chagas são o que paguei pelos meus
irmãos". Isto é, com as chagas, Jesus intercede diante do Pai. Nos dá
misericórdia se nos aproximamos e intercede por nós. Não esqueçam as chagas de
Jesus.”
A alegria
O segundo dom que Jesus
ressuscitado traz aos discípulos - acrescentou o Papa - é alegria, como
relatado pelo evangelista: "os discípulos encheram-se de alegria em ver o
Senhor":
“Também conosco quando,
quem sabe algo de incrível, de belo tenha acontecido, nos vem dizer: “Eu não
posso acreditar, isso não é verdade!” Assim eram os discípulos, eles não podiam
acreditar, tamanha alegria. Esta é a alegria que Jesus nos traz. Se tu estás
triste, se tu não estás em paz, olha para Jesus crucificado, olhe para o Jesus
ressuscitado, olhe para suas chagas e experimente essa alegria”.
A missão
Depois da paz e da
alegria, Jesus também dá aos discípulos a missão, dizendo: "Como o Pai me
enviou, assim também eu vos envio":
“A ressurreição de
Jesus é o início de um novo dinamismo de amor, capaz de transformar o mundo com
a presença do Espírito Santo”.
Assim, neste segundo
domingo de Páscoa, somos convidados a nos aproximar de Cristo com fé, abrindo o
nosso coração à paz, à alegria e à missão”.
“ Mas não esqueçam as
chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão. ”
"Confiemos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, Rainha do céu e da terra", disse o Santo Padre, antes de rezar a oração do Regina Coeli.
Líbia
Após a oração, o Santo
Padre recordou as beatificações de quatro mártires na
Argentina, felicitou os cristãos das Igrejas Orientais e Ortodoxas que
celebram a Páscoa neste Domingo, e fez apelos pelas vítimas do conflito na
Líbia:
“Convido-os a
unirem-se à minha oração pelos refugiados que se encontram em centros de
detenção na Líbia, cuja situação já é muito séria, e se torna ainda mais
perigosa pelo conflito em curso. Apelo para que especialmente as mulheres, as
crianças e os doentes, possam ser o mais rapidamente evacuados, através de
corredores humanitários”.
Inundações na África do Sul
E também pelas vítimas de
inundações na África do Sul:
“E rezemos também por
aqueles que perderam a vida ou sofreram sérios danos com as recentes inundações
na África do Sul. Também a esses nossos irmãos, não falte a solidariedade e o
apoio concreto da comunidade internacional”.
Ao saudar os diversos
grupos presentes, Francisco recordou em particular “dos devotos da Divina
Misericórdia”, que neste domingo estão reunidos na Igreja Santo Spirito in
Sassia - proximidades do Vaticano - para as celebrações da Festa da Divina
Misericórdia.
Óh! Sangue e Água que
jorraste do Coração de Jesus como Fonte de Misericórdia para nós, eu confio em
Vós!
(vaticannews)
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