Ciganos, um povo no coração da Igreja
Recorre hoje, 8 de abril, o Dia Mundial dos Povos Ciganos.
Recordamos os pronunciamentos do Papa Francisco e de outros Papas sobre esta
minoria étnica
Cidade do Vaticano
No mundo são cerca de 36
milhões. O povo cigano é um povo sem terra, com uma história marcada por
preconceitos, discriminações e terríveis páginas de perseguições durante a
Segunda Guerra Mundial. Mas também é uma história rica de desafios ligados à
integração e à evangelização. O Dia Mundial Povos Ciganos é uma ocasião
particular para recordar este povo, formado por homens mulheres e crianças
muitas vezes ignorados.
Uma verdadeira integração
Papa Francisco recordou
várias vezes, durante o seu Pontificado, os sofrimentos e as esperanças deste
povo. No Regina Coeli de 8 de abril de 2018, o Papa disse:
“ Desejo paz e fraternidade aos membros destes povos antigos, e
faço votos de que o dia de hoje favoreça a cultura do encontro, com a boa vontade
de conhecer-se e respeitar-se reciprocamente. É este o caminho que leva a uma
verdadeira integração ”
Erradicar preconceitos
seculares
Em 26 de outubro de 2015,
o Papa Francisco encontrou uma peregrinação do povo cigano, na
ocasião o Papa disse que “gostaria que se desse início a uma nova história, a
uma história renovada. É preciso virar a página! - exclamou Francisco -
Chegou a hora de erradicar preconceitos seculares, suspeitas e desconfianças
recíprocas que muitas vezes se encontram na base da discriminação, do racismo e
da xenofobia”. “Ninguém se deve sentir isolado, do mesmo modo como ninguém está
autorizado a espezinhar a dignidade e os direitos alheios. É o espírito da
misericórdia que nos chama a lutar a fim de que todos estes valores sejam garantidos”.
Coração da Igreja
O primeiro Papa a
encontrar o povo cigano foi São Paulo VI em 26 de setembro de
1965. “Vocês são o coração da Igreja – disse na ocasião – porque vocês estão
sós: ninguém fica sozinho na Igreja, vocês estão no coração da Igreja, porque
são pobres e necessitam de assistência, de instrução, de ajuda, a Igreja ama os
pobres, os sofredores, os pequenos, os deserdados, os abandonados”.
Uma história marcada pela
perseguição
Bento XVI em 11 de junho de 2011 encontrou os representantes de várias
etnias de ciganos e afirmou que a história desses povos é “complexa e em alguns
períodos dolorosa”.
“ Infelizmente, ao longo dos séculos vocês conheceram o sabor
amargo do não-acolhimento e, por vezes, da perseguição, como aconteceu durante
a II Guerra Mundial: milhares de mulheres, homens e crianças foram barbaramente
mortos nos campos de extermínio ”
"Foi — como vocês
dizem — o Porrájmos, a ‘Grande Devoração’, um drama ainda pouco reconhecido e
cujas proporções se calculam com dificuldade, mas que as suas famílias trazem
marcadas no coração".
Zeferino, beato cigano
O santo padroeiro da
população cigana é o beato Zeferino Giménez Malla, terciário franciscano,
fuzilado em 1936 durante a Guerra Civil Espanhola e jogado em uma fossa comum
por ter defendido um padre e o seu Rosário. Durante a cerimônia de
beatificação, em 4 de maio de 1997, São João Paulo II indicou
Zeferino como “um modelo a ser seguido”: a sua vida – disse João Paulo II,
demonstra que Cristo está presente em todos os povos e raças e que todos são
chamados à santidade”.
Uma missão de toda a
Igreja
A evangelização dos
ciganos é uma “missão de toda a Igreja, porque nenhum cristão deveria ficar
indiferente diante da situação de marginalização em relação à comunhão
eclesial”. São palavras evidenciadas no documento “Diretrizes para uma
pastoral dos ciganos”. No documento se recorda, em particular, que a
religiosidade ocupa “um lugar de grande importância na identidade desta
população”. De fato a relação com Deus é dada como certa e se traduz em uma
relação afetiva e imediata com o Todo Poderoso que cuida e protege a vida
familiar, especialmente nas situações dolorosas e preocupantes da existência.
(vaticannews)
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