Audiência Geral
Vaticano,
15 Jan. 20 / 08:48 am (ACI).- O Papa Francisco assinalou que "os
caminhos dos homens, se vividos na fé, podem se tornar um espaço de trânsito
para a salvação de Deus”.
Assim
indicou o Santo Padre na Audiência Geral desta quarta-feira, 15 de janeiro, ao
concluir sua série de catequeses sobre o livro dos Atos dos Apóstolos, que se
centrou na última etapa missionária de São Paulo: Roma.
“A viagem de Paulo,
que foi a mesma do Evangelho, é a prova de que as rotas dos homens, se vividas
na fé, podem se tornar um espaço de trânsito para a salvação de Deus, através
da Palavra de fé que é um fermento ativo na história, capaz de transformar
situações e abrir caminhos sempre novos”, explicou.
O Papa enfatizou em
sua catequese semanal que a narração dos Atos dos Apóstolos não termina com o
martírio do apóstolo Paulo, "mas com a abundante semeadura da
Palavra" que "contém e resume todo o dinamismo da Palavra de Deus,
Palavra irrefreável que deseja correr para comunicar a salvação a todos”.
Além disso, o
Pontífice lembrou que, quando São Paulo chega a Roma, encontra “antes de tudo
seus irmãos em Cristo, que o recebem e lhe dão coragem e cuja hospitalidade
calorosa mostra quão aguardada e desejada era a sua chegada”.
Nesse sentido, o
Santo Padre relatou que, embora Paulo vivesse "em custódia militar",
ou seja, "em prisão domiciliar", o apóstolo se encontrava com os
judeus para "conversar com eles sobre o Reino de Deus" e acrescentou
que "ele tenta convencê-los sobre Jesus, partindo das Escrituras e
mostrando a continuidade entre a novidade de Cristo e a ‘esperança de Israel’”.
"Paulo se
reconhece profundamente judeu e vê no Evangelho que prega, ou seja, no anúncio
de Cristo que morreu e ressuscitou, o cumprimento das promessas feitas ao povo
escolhido", afirmou.
Além de se reunir
informalmente com judeus, Francisco relatou que São Paulo se encontrou com
outras pessoas a quem "anuncia o Reino de Deus e tenta abrir seus
interlocutores à fé em Jesus", mas, ao ver que "nem todos estão
convencidos, ele denuncia o endurecimento do coração do povo de Deus, causa de
sua condenação, e celebra com paixão a salvação das nações que se mostram
sensíveis a Deus e são capazes de ouvir a Palavra do Evangelho”.
Assim, o Papa
Francisco sublinhou que a narrativa termina não com a morte do apóstolo Paulo,
mas com "o dinamismo de uma Palavra que não está acorrentada", porque
São Paulo "não tem liberdade para se mover, mas é livre para falar, porque
a Palavra não está acorrentada, mas é uma Palavra pronta para ser semeada pelo
Apóstolo”.
“Paulo faz isso com
toda coragem e sem obstáculos, numa casa onde acolhe aqueles que desejam
receber o anúncio do Reino de Deus e conhecer Cristo. Esta casa aberta a todos
os corações em busca é uma imagem da Igreja que, embora perseguida,
incompreendida e acorrentada, nunca se cansa de acolher todos os homens e
mulheres com o coração maternal para lhes anunciar o amor do Pai que se tornou
visível em Jesus”, disse o Papa.
Finalmente, o
Pontífice rezou para que o Espírito Santo "reanime em cada um de nós o
chamado para sermos evangelizadores corajosos e alegres" e também
"nos faça capazes de impregnar nossas casas com o Evangelho e torná-las
cenáculos de fraternidade, onde podemos acolher o Cristo vivo, que vem ao
nosso encontro em todas as pessoas e em todos os tempos”.
Publicado
originalmente em ACI Prensa.
Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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