DOMINGO XXIX DO TEMPO COMUM – ANO A
Leituras
Is 45, 1.4-6
Sl 95, 1.3-5.7-10a.c
1 Tes 1, 1-5b
Mt 22, 15-21
Dia Mundial das Missões
Rasteiras, ratoeiras, manipulação. A César o que é de César, a Deus o que é de Deus! O Evangelho deste Domingo diz, claramente, que a questão colocada a Jesus era, simplesmente, para O «tentar», para Lhe criar embaraço e levá-Lo a contradizer-Se. Parecia que tanto dizer que sim como dizer que não criaria problemas sérios, insolúveis, ao Senhor. Não pagar impostos? Cuidado com as autoridades ocupantes, com o imperador de Roma! Dizer que sim? E o patriotismo? E a reacção do povo? Enfim: inimigo de César ou inimigo do povo!? Era mesmo uma ratoeira, uma tentativa de manipulação da resposta, uma tentativa de fazer Jesus escorregar.
Há tanto disto no mundo! Tanta hipocrisia, mesmo da parte de gente conhecida pela (aparente) grande piedade! A maldade é refinada nos meios a que recorre para criar conflitos, para tirar a paz de alma aos incautos que se esforçam por ser sérios e cumpridores.
Jesus saiu-Se bem. Respondeu, fazendo Ele uma pergunta, e afirmando mais do que se Lhe pedia, ao apontar para o que é prioritário: Deus!
Tudo é vosso. Mas… Jesus traz Deus para a ribalta, ao responder à provocação. «Do Senhor é a terra e o que nela existe, o mundo e quantos nele habitam» (Salmo 23, 1). Deus é Senhor do mundo e da vida, também das nações, do Estado. Dê-se ao Estado o que é da sua competência, mas só a Deus, Criador de tudo, devemos servir em tudo, também na responsabilidade com que cumprimos as obrigações cívicas. Ao Estado, o que lhe pertence, e é muito! Mas: «a Deus, o que a Deus pertence». A Deus pertence mais, pertence tudo! O importante, neste episódio, é a chamada de atenção para o que é prioritário. E prioritário é Deus, que, para lá dos nossos dons, e acima deles, nos quer a nós mesmos, por inteiro. O Estado quer o meu dinheiro, Deus quer-me a mim! Não apenas um bocadinho, ao Domingo, mas 24 horas por dia, no quotidiano.
Que dar a Deus? Temos a resposta na segunda leitura: rezar, agradecendo, uma fé actuante, caridade esforçada, esperança firme. No próximo, Deus vem ao nosso encontro. O próximo deve poder, em nós, encontrar Deus. Deus, fora do qual «não há outro», Deus que é «o Senhor e mais ninguém» (1ª leitura).
«… Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 22-23).
(Jesuítas)
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