domingo, 1 de julho de 2012

HOJE É O DIA DO SENHOR




XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM - B





Tema do 13º Domingo do Tempo Comum

Deus ama a vida! Ele quer apenas a vida! “Deus criou o homem para ser incorruptível” (primeira leitura). Pelo seu Filho, salva-nos da morte: eis porque Lhe damos graças em cada Eucaristia. Na sua vida terrena, Jesus sempre defendeu a vida. O Evangelho de hoje relata-nos dois episódios que assinalam a defesa da vida: Ele cura, Ele levanta. Ele torna livres todas as pessoas, dá-lhes toda a dignidade e capacidade para viver plenamente. Sabemos dizer-Lhe que Ele é a nossa alegria de viver?
Estamos em tempo de verão, início de férias… É uma ocasião propícia para celebrar a festa da vida! O 13º domingo celebra a vida mais forte que a morte, celebra Deus apaixonado pela vida. Convém, pois, que na celebração deste dia a vida expluda em todas as suas formas: na beleza das flores, nos gestos e atitudes, na proclamação da Palavra, nos cânticos e aclamações, na luz. No cântico do salmo e na profissão de fé, será bom recordar que é o Deus da vida que nós confessamos, as suas maravilhas que nós proclamamos. Durante toda a missa, rezando, mantenhamos a convicção expressa pelo Livro da Sabedoria: “Deus não Se alegra com a perdição dos vivos”.

LEITURA I – Sab 1, 13-15; 2,23-24

Leitura do Livro da Sabedoria

Não foi Deus quem fez a morte,nem Ele Se alegra com a perdição dos vivos.
Pela criação deu o ser a todas as coisas,e o que nasce no mundo destina-se ao bem.
Em nada existe o veneno que mata,nem o poder da morte reina sobre a terra,
porque a justiça é imortal.
Deus criou o homem para ser incorruptível e fê-lo à imagem da sua própria natureza.
Foi pela inveja do demónio que a morte entrou no mundo,e experimentam-na aqueles que lhe pertencem.”

Breve comentário

O Livro da Sabedoria foi composto um pouco antes da vinda de Jesus. A sua doutrina é mais serena que a dos livros mais antigos, em particular quando apresenta o rosto de Deus.
Este anúncio deve ser proclamado com força, porque vem contradizer ideias ainda muito espalhadas, segundo as quais agradaria a Deus fazer morrer o homem. A morte vem de outro, pois “não foi Deus quem fez a morte”. Pelo contrário, Ele cria a vida e dá-la à humanidade, modelada à sua imagem. Ele restaura a vida, quando esta está em perigo de se apagar. Dá a vida quando está perdida, como testemunha o Evangelho deste domingo.
“Vivificaste-me”, diz o salmista. No seguimento da primeira leitura, o salmo exprime a experiência de um Deus que quer a vida dos seus fiéis. Em Jesus ressuscitado, e para todos os que n’Ele acreditam, a oração do salmo encontra toda a sua verdade.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 29 (30)

Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes.

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.
Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.
Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.

LEITURA II – 2 Cor 8,7.9.13-15

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Já que sobressaís em tudo – na fé, na eloquência, na ciência,em toda a espécie de atenções
e na caridade que vos ensinámos – deveis também sobressair nesta obra de generosidade.
Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ele, que era rico, fez-Se pobre por vossa causa,para vos enriquecer pela sua pobreza.
Não se trata de vos sobrecarregar para aliviar os outros,mas sim de procurar a igualdade.
Nas circunstâncias presentes,aliviai com a vossa abundância a sua indigênciapara que um dia
eles aliviem a vossa indigência com a sua abundância.
E assim haverá igualdade, como está escrito:«A quem tinha colhido muito não sobrou
e a quem tinha colhido pouco não faltou».


Breve comentário

As primeiras comunidades cristãs praticaram a entreajuda e a partilha, não apenas entre os seus membros, mas também entre comunidades. O apóstolo Paulo solicitou-as nesse sentido.
O apóstolo Paulo tinha organizado um peditório junto das comunidades que tinha fundado na Ásia Menor, na Macedónia e na Grécia, em favor dos irmãos de Jerusalém que estavam em dificuldades. Esta iniciativa correspondia às orientações da jovem Igreja, segundo Act 4,32-35. Paulo justifica esta acção de partilha pela generosidade de Cristo: esta é modelo para os cristãos e eles próprios já beneficiaram dela.

ALELUIA – cf. 2 Tim 1,10

Aleluia. Aleluia.
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho.

EVANGELHO – Mc 5,21-43

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago,
reuniu-se grande multidão à sua volta,e Ele deteve-Se à beira-mar.
Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo.
Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência:
«A minha filha está a morrer.Vem impor-lhe as mãos,para que se salve e viva».
Jesus foi com ele,seguido por grande multidão,que O apertava de todos os lados.
Ora, certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos,que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens,sem ter obtido qualquer resultado,antes piorava cada vez mais,tendo ouvido falar de Jesus,veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto,
dizendo consigo:
«Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada».
No mesmo instante estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada da doença.
Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo.
Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?»
Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’»
Mas Jesus olhou em volta,para ver quem O tinha tocado.
A mulher, assustada e a tremer,por saber o que lhe tinha acontecido,veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade.
Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou».
Ainda Ele falava,quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu.
Porque estás ainda a importunar o Mestre?»
Mas Jesus, ouvindo estas palavras,disse ao chefe da sinagoga:
«Não temas; basta que tenhas fé».
E não deixou que ninguém O acompanhasse,a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga,Jesus encontrou grande alvoroço,com gente que chorava e gritava.
Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações?
A menina não morreu; está a dormir».
Riram-se d’Ele.
Jesus, depois de os ter mandado sair a todos,levando consigo apenas o pai da meninae os que vinham com Ele,entrou no local onde jazia a menina,pegou-lhe na mão e disse:
«Talitha Kum»,que significa: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te».
Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar,pois já tinha doze anos.
Ficaram todos muito maravilhados.
Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.”


Breves comentários



. O Reino de Deus é a vida. Jesus percorre o país para o anunciar e o estabelecer. Ele fala e age. A sua fama espalha-se, porque uma força brota d’Ele, é a força da ressurreição, o Espírito de vida.
“Sê curada”. O imperativo de Jesus tem algo de afectuoso para com esta mulher, restaurada na sua dignidade, restabelecida na sociedade que excluía o seu mal. Este “sê curada” aparece também como uma constatação: é a sua fé que a salvou, e Jesus alegra-Se por isso. A cura é consequência da fé, que é sempre fonte de vida e de felicidade.
“Levanta-te”. Este segundo imperativo do Evangelho deste dia é dinâmico e traduz perfeitamente este louco desejo de Deus em ver o homem vivo, o seu amor incondicional pela vida. “Adormecida”, no “sono da morte”… um estado do qual Deus nos quer fazer sair, um estado do qual Jesus nos salva. “Eu te ordeno: levanta-te”. A palavra evoca a ressurreição, o novo surgir da vida, o amor divino que nos coloca de pé. Jesus pede ao pai da jovem apenas uma coisa: “basta que tenhas fé”. E quanto a nós, cremos verdadeiramente?
. Bilhete de Evangelho: a transformação pela fé. Um chefe de sinagoga cai de joelhos e suplica a Jesus para curar a sua filha… Uma mulher atingida por hemorragias não diz nada, mas contenta-se em tocar as vestes de Jesus, sem dúvida porque se considera impura. Isto basta Àquele que veio para levantar, curar, salvar a humanidade ferida. As reacções dos que acompanham Jesus são diversas. Riem-se d’Ele. Só a fé solicita um sinal de Jesus, a fé de Jairo, a fé da mulher, a fé de Pedro, Tiago e João… E esta fé faz Jesus agir e transforma os beneficiários: a mulher é curada, a jovem levanta-se, as testemunhas ficam abaladas. Decididamente, Jesus não é um taumaturgo: é reconhecido por aqueles que acreditam, recomenda insistentemente que ninguém saiba, com receio, sem dúvida, que se valorize os seus sinais sem os ver com os olhos da fé.

(Dehonianos)


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