Americanos
consideraram Lubitz inapto para voar
Documentos
internos da Lufthansa mostram que recebeu tratamento psiquiátrico e tinha
problemas graves. Na casa onde vivia foram encontrados "indícios
significativos" mas nenhuma nota de suicídio.
Quinta-feira,
21.00 na pequena localidade de Montabaur. A polícia deixa finalmente a casa
onde Andreas Lubitz, o copiloto que fez despenhar o avião da Germanwings, vivia
com os pais. A investigação decorreu durante quatros horas e os 12 mil
habitantes da povoação, próxima de Frankfurt, não esconderam o choque: o jovem
de 27 anos era "completamente normal", disse à imprensa o presidente
do clube aéreo LSC Westerwald, onde o copiloto aprendeu a voar. Foi dos únicos
que quis comentar. A vizinhança assistiu mas não quis entrar em especulações.
Após o
relato feito pelo procurador de Marselha sobre o que aconteceu nos últimos
minutos do voo da Germanwings que se despenhou nos Alpes, começaram a chegar a
Montabaur os repórteres que procuravam explicações para o ato de Lubitz, junto
dos amigos ou conhecidos. Pouco depois, a polícia alemã entrava na casa dos
pais do copiloto. As buscas resultaram na apreensão de vários sacos de material
e um computador. O objetivo era reunir o máximo de informação possível sobre a
vida de Lubitz. Segundo oEl País, a análise dos documentos pessoais
do copiloto poderá levar alguns dias, mas o Telegraph aponta para a descoberta
de indícios importantes e significativos que podem esclarecer os motivos do
copiloto. Nenhuma nota de suicídio terá sido encontrada.
Já o El Mundo, escreve que o quarto de Lubitz
tinha as paredes forradas com fotografias de aviões e emblemas da Lufthansa. E
cita um amigo de escola do copiloto, um dos únicos que quis falar sobre o seu
passado: "sempre foi muito obsessivo, queria ser piloto acima de tudo, mas
agora tinha conseguido aquilo com que sonhava. Que razão podia ter para fazer
isso?", questionava.
Horas
depois de terminada a investigação na casa dos pais de Lubitz e no apartamento
que mantinha em Düsseldorf, o ministro alemão do Interior admitia que "segundo
as provas recolhidas", estava descartada a hipótese de atentado
terrorista, deixando tudo em aberto.
Inapto para
voar
(DN
GLOBO)
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Andreas
Lubitz causou deliberadamente a queda do avião
e impediu o comandante de entrar
no 'cockpit'
Copiloto
do Airbus A320 fez o avião despenhar-se nas montanhas. Os passageiros só se
deram conta do que estava a acontecer no último momento.
Foi o
copiloto que iniciou a descida do avião da Germanwings que se despenhou nos
Alpes, quando estava sozinho no cockpit, tendo impedido o comandante de
regressar à cabine. A informação foi avançada por Brice Robin, da procuradoria
de Marselha, em conferência de imprensa. E indica que o copiloto, Andreas Lubitz, de 28 anos, "queria
destruir o avião", tendo sido responsável pelo desastre que tirou a vida a
150 pessoas, incluindo a sua.
"Podemos
falar uma ação deliberada para destruir o avião", disse o procurador, com
base na gravação recuperada da caixa negra do avião. Segundo Robin, o copiloto do Airbus
A320, de nacionalidade alemã, estava respirar normalmente, o que exclui a
possibilidade de este se ter sentido mal. Além disso, tinha de estar
consciente porque iniciou manualmente os procedimentos para provocar a descida
do avião - uma queda de mil metros por minuto.
No
entanto, depois de o comandante Patrick Sonderheimer sair da cabine,
dizendo-lhe "deixo-te aos comandos do avião", depois de um início de
voo normal em que tinham tido uma conversa educada, Andreas Lubitz não voltou a
falar. Nem perante os
murros na porta do colega, que foram ficando cada vez mais fortes. "Não
disse nenhuma palavra durante os últimos 10 minutos."
"A
caixa negra regista a conversa entre o comandante e copiloto. Temos os últimos
30 minutos de voo. Durante os primeiros 20 minutos os dois falam normalmente.
Depois ouve-se o comandante a falar sobre a aterragem e a resposta do copiloto
é lacónica. Depois ouve-se o comandante pedir ao copiloto para assumir o comando
e ouvimos em seguida uma cadeira a afastar-se e uma porta que se fecha. Parece
que saiu."
As
autoridades francesas estão à espera de mais informação das autoridades alemãs
sobre o copiloto, Andreas Lubitz. Questionados pelos jornalistas sobre a origem
étnica e religião do piloto, Robin disse não ter informação, mas considerou
que podem não ser importantes. Aliás, o procurador considera que não é provável
que tenha sido um ato de terrorismo.
Brice
Robin disse ainda que as vítimas só se deram conta do que estava a acontecer no
último momento, pelos gritos que se ouvem na gravação. As mortes foram instantâneas uma vez que
o avião bateu na montanha a 700 quilómetros por hora. Segundo as autoridades as
operações para recuperar e identificar os corpos podem estender-se ao longo das
próximas duas semanas.
Os
últimos 30 minutos do voo:
- Nos
primeiros 20 minutos os dois pilotos, o comandante Patrick Sonderheimer e o
copiloto Andreas Lubitz, falam normalmente.
- Quando
o comandante começa a discutir os procedimentos para a aterragem há uma
resposta "lacónica".
- O
comandante diz ao copiloto: "Deixo-te ao comando do avião".
- Ouve-se
uma cadeira a arrastar-se e uma porta a fechar-se, o que leva os investigadores
a pensar que Sonderheimer saiu da cabine.
- O copiloto
inicia deliberadamente a descida - uma queda de mil metros por minuto. Não
volta a falar.
- Ouve-se
o comandante a bater à porta e a pedir para entrar.
- A
gravação do cockpit mostra que o copiloto estava a "respirar
normalmente", apesar de não responder.
- Ouve-se
o controlador aéreo de Marselha a perguntar o que se passa, várias vezes. O
controlador aéreo pede a outros aviões que tentam contactar com o Airbus.
- O
comandante continua a bater à porta, cada vez com mais força.
- Ouve-se
um alarme de aproximação a terra.
- Só nos
últimos momentos é que se ouvem gritos dos passageiros.
- Há um
primeiro impacto e depois o avião bate contra a montanha a 700 km/hora.
(DN
GLOBO)
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