Organizações
de Direitos Humanos denunciaram que o Estado Islâmico sequestrou pelo menos 150
cristãos na Síria
ROMA, 27 Mar. 15 / 10:24 am (ACI).-
Ativistas cristãos de direitos humanos denunciaram na terça-feira que pelo
menos 150 pessoas das vilas cristãs assírias foram sequestradas no nordeste da
Síria pelos terroristas do Estado Islâmico (ISIS).
Em declarações feitas à agência Reuters da cidade de
Amã (Jordânia), o presidente do Conselho Nacional Siríaco da Síria, Bassam
Ishak, disse que “verificamos que pelo menos 150 pessoas foram sequestradas”.
Mais cedo, o Observatório Sírio pelos Direitos
Humanos com sede na Grã-Bretanha, disse que 90 foram raptados quando os
extremistas islâmicos invadiram as vilas habitadas pela antiga minoria cristã
no oeste de Hassakah, uma cidade sustentada principalmente pelos curdos.
Os ataques em Hassakah foram condenados pelos Estados
Unidos, que exigiu a imediata e incondicional libertação dos civis. O
Departamento de Estado disse que centenas de outros permanecem presos nas vilas
rodeadas pelo ISIS, cuja violência deslocou cerca de três mil pessoas.
Milhares de cristãos assírios, que vivem na Síria há
várias gerações, estão agora fugindo para evitar a decapitação ou que as
mulheres e crianças sejam levadas como escravos pelos jihadistas.
Uma destas vítimas é Francie Yaacoub, uma mulher de 50
anos que se encontra agora na diocese assíria de Sid al-Boushriyeh. “Tivemos
que sair de pijamas. Meu filho caminhou descalço, saímos sem sapatos. As bombas
caíam ao nosso redor. Tivemos que fugir porque a segurança das nossas crianças
é o mais importante”, disse à imprensa internacional.
Conforme informou Reuters, o ISIS tomou a terceira
parte das vilas cristãs assírias e sequestrou cerca de 200 membros da
comunidade que estava formada por 30.000 pessoas até antes do início da guerra
civil.
Por sua parte, Chorbishop Yatron Koliana disse que “as
vilas de Khabur estão agora vazias, não há ninguém exceto alguns combatentes”.
“Nosso povo experimentou uma grande tragédia na Síria. Estão deprimidos. Alguns
têm doenças crônicas”, assinalou.
“O mundo inteiro, desde a ONU até os Estados Unidos e
Rússia, é responsável. Eles (ISIS), destruíram nossa civilização inteira… e o
mundo está olhando”, acrescentou por sua parte Simaan, um cristão refugiado que
teve que fugir de Tal Hormuz.
Desde fins de fevereiro o Estado Islâmico está
atacando o nordeste da Síria, principalmente as vilas assírias assentadas nas
duas margens do rio Khabur. Segundo peritos militares, os extremistas islâmicos
querem abrir uma nova frente para libertar a pressão que estão sofrendo depois
de perderem a cidade de Kobane na fronteira com a Turquia. “O ISIS está
perdendo várias áreas, por isso querem atacar outras zonas”, indicou o geral
jordano em retiro, Fayez Dwiri.
Abdul Rahman al-Numai, um comerciante têxtil, disse à
imprensa internacional que centenas de famílias chegaram a Hassakah nos últimos
dias das vilas cristãs, assim como árabes beduínos.
(acidigital.com)
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