Por Alvaro de Juana
VATICANO, 09 Mar. 15 / 09:43 am (ACI).-
O Papa Francisco enviou uma mensagem por
ocasião da celebração dos 150 anos dos “Cristãos ocultos” do Japão, os fiéis
que depois de 250 anos de perseguição foram finalmente libertados da obrigação
de professar uma fé distinta à cristã.
O encontro acontecerá de 14 a 17 de
março em Nagasaki, onde o Cardeal Orlando Quevedo, Arcebispo de Cotabato
(Filipinas) acudirá como enviado especial do Pontífice.
O texto de sua
designação, que está escrito em latim, destaca a importância deste aniversário
e faz memória dos cristãos perseguidos.
“É exemplar a história das comunidades
cristãs no Japão. Sofreram uma dura perseguição nos inícios do século XVII.
Muitos foram martirizados, os membros do clero foram expulsos e milhares de
fiéis foram assassinados.
Não permaneceu nenhum sacerdote no Japão, todos foram
expulsos”, recorda o Papa.
Por sua vez, o Pontífice destaca que “sobreviveram
com a graça de seu Batismo!”.
“Isto é grande: o Povo de Deus transmite a fé, batiza os seus filhos e segue
adiante. E mantiveram, em segredo, um forte espírito comunitário, porque o
Batismo lhes tinha feito converter-se em um só corpo em Cristo: estavam
isolados e ocultos, mas sempre foram membros do Povo de Deus, membros da Igreja”.
A perseguição no
Japão foi uma das mais terríveis da história. Em 1597, 50 anos depois da
chegada ao país dos Jesuítas e antes da chegada dos franciscanos e dos
dominicanos, o imperador acreditava que seu apostolado era na realidade um
projeto de conquista militar.
Desde então, os cristãos se converteram em
“kakure”, a denominação que se deu aos membros da Igreja que foram perseguidos
e tiveram que esconder-se nas catacumbas. Como não havia sacerdotes, já que
tinham sido expulsos, eram os próprios pais os que batizavam os filhos e se
ocupavam de transmitir-lhes a fé.
Foram assassinadas muitas pessoas por ódio à
fé, entre eles 26 mártires em Nagasaki e 188 pessoas que perderam a vida na segunda onda de
perseguições entre 1603 e 1639. Entre estes últimos, muitas mulheres, crianças
e famílias inteiras.
Apesar da gravidade da perseguição, conseguiram camuflar
os símbolos por trás dos budistas e a comunidade cristã ressurgiu em 1865,
quando o Japão reabriu as suas portas aos missionários franceses, que
celebraram na Sexta-feira Santa com dez mil fiéis.
(acidigital)
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