9 mulheres que foram exemplares para a Igreja e o mundo
REDAÇÃO
CENTRAL, 08 Mar. 18 / 05:00 am (ACI).- Há quem diga que a mulher não tem papéis
importantes na Igreja. Entretanto, desde o início do cristianismo
até a atualidade, Deus suscitou mulheres que orientaram o Povo de Deus,
influenciando também no curso do Papado. Conheça 9 mulheres que foram
exemplares para a Igreja.
1. A Virgem Maria
“Mulher,
isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou” (Jo 2,4), disse Jesus à sua
Mãe nas Bodas de Caná, em um casamento ao qual ambos tinham sido convidados.
Cristo escutou sua mãe, a primeira mulher que acolhe o Senhor e motiva o
primeiro milagre conhecido da vida pública
de Jesus.
Os
primeiros séculos do cristianismo estão cheios de mulheres corajosas que não
duvidaram em dar sua vida por Cristo, incentivando os demais cristãos a não
fraquejar quando lhes chega o momento.
2. Santa Hildegarda de Bingen
Mais
tarde, durante a Idade Média, a Igreja já não era perseguida, mas vivia-se uma
cultura machista, própria da época. Isto não foi impedimento para Santa
Hildegarda de Bingen (1098-1179), religiosa beneditina de origem alemã, que
chegou a ter uma séria de visões místicas.
Escreveu
obras teológicas e de moral com notável profundidade e foi declarada Doutora da
Igreja por Bento XVI no ano 2012, junto com São João
d’Ávila. Sua popularidade fez com que muitas pessoas, entre bispos e
abades, lhe pedissem conselhos.
“Quando o
imperador Federico Barbarroja provocou um cisma eclesial, opondo 3 antipapas ao
Papa legítimo, Alexandre III, Hildegarda, inspirada em suas visões, não hesitou
em recordar-lhe que também ele, o imperador, estava submetido ao juízo de
Deus”, contou o Papa Bento XVI em sua audiência geral
sobre esta santa em 2010.
3. Santa Catarina de Sena
Posteriormente,
apareceria outra mística e Doutora da Igreja, Santa Catarina de Sena
(1347-1380), que vestiu o hábito da ordem terceira de Santa Domingo. Nesta
época, os Papas viviam em Avignon (França) e os romanos se queixavam de ter
sido abandonados por seus bispos, ameaçando com o cisma.
Gregório
XI fez um voto secreto a Deus de regressar a Roma e ao consultar Santa
Catarina, ela lhe disse: “Cumpra com sua promessa feita a Deus”. O Pontífice
ficou surpreso porque não tinha contado a ninguém sobre o voto e, mais tarde, o
Santo Padre cumpriu sua promessa e voltou para a Cidade Eterna.
Mais tarde, no pontificado de Urbano VI, os cardeais se
distanciaram do Papa por seu temperamento e declararam nula sua eleição,
designando Clemente VII, que foi residir em Avignon. Santa Catarina enviou
cartas aos cardeais pressionando-os a reconhecer o autêntico Pontífice.
A Santa
também escreveu a Urbano VI, exortando-o a levar com temperança e alegria os
problemas, controlando o temperamento. Santa Catarina foi a Roma, a pedido do
Papa, que seguiu suas instruções. A Santa também escreveu aos reis da França e
Hungria para que deixassem o cisma. Toma uma mostra de defesa do papado.
4. Santa Teresa de Jesus
Com a
aparição do protestantismo, a Igreja se dividiu e foi realizado o Concílio de
Trento. Estes são os anos de Santa Teresa de Jesus (1515-1582), religiosa
contemplativa que marcou a Igreja com sua reforma carmelita.
Apesar de
ter sido incompreendida, perseguida e até acusada na Inquisição, seu amor a
Deus a impulsionou a fundar novos conventos e a optar por uma vida mais
austera, sem vaidades, nem luxos. Submersa muitas vezes em êxtases, nunca
deixou de ser realista.
Sendo
Santa Teresa D’Ávila relativamente inculta, dialogava com membros da realeza,
pessoas ilustres, membros eclesiásticos e santos de sua época para lhes dar
conselhos, receber ajuda e levar adiante o que havia se proposto. Tornou-se
escritora mística e é também Doutora da Igreja.
5. Santa Rosa de Lima
Do outro
lado do mundo, na América, mais precisamente no Peru, Santa Rosa de Lima
(1586-1617) tomou Santa Catarina de Sena como modelo e se omitiu àqueles que a
pretendiam por sua grande beleza, para poder viver em virgindade, servindo aos
pobres e doentes.
“Provavelmente,
não houve na América um missionário que com suas pregações tenha conquistado
mais conversões do que as que Rosa de Lima obteve com sua oração e suas
mortificações”, disse o Papa Inocêncio IX ao se referir à primeira Santa da
América.
São João
Paulo II disse sobre a santa que sua vida simples e austera era “testemunho
eloquente do papel decisivo que a mulher teve e segue tendo no anúncio do
Evangelho”.
6. Santa Teresa de Lisieux
Do amor
dos santos esposos franceses Louis Martin e Zélia Guérin, canonizados em
outubro de 2015, nasceu Santa Teresa de Lisieux (1873-1897), Doutora da Igreja
e padroeira universal das missões.
Santa
Teresa viveu somente 24 anos. Um ano depois de sua morte, a partir de seus
escritos, foi publicado o livro “História de uma alma”, que conquistou o mundo
porque deu a conhecer o muito que esta religiosa tinha amado Jesus.
“Teresa
do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem dos ‘Doutores da Igreja’, mas
seu ardente itinerário espiritual manifesta tal maturidade, e as intuições de
fé expressas em seus escritos são tão vastas e profundas, que lhe merecem um
lugar entre os grandes professores do espírito”, disse São João Paulo II sobre
esta santa.
O Papa
Francisco também comentou em diversas ocasiões a profunda devoção que o une a
esta santa e compartilhou em uma de suas viagens que antes de cada viagem ou
diante de uma preocupação, costuma pedir “uma rosa”.
Durante a
perseguição nazista no século XX, surgiu na Europa outra grande mulher,
convertida do judaísmo, religiosa carmelita descalça e mártir, Santa Edith
Stein, também conhecida como Santa Teresa Benedita da Cruz (1891-1942).
Junto com
outros judeus conversos, foi levada ao campo de concentração de Westerbork em
vingança das autoridades pelo comunicado de protesto dos bispos católicos dos
Países Baixos contra as deportações de judeus.
Santa
Edith foi transferida para Auschwitz, onde morreu nas câmaras de gás, junto com
sua irmã Rosa, também convertida ao catolicismo, e muitos outros de seu povo.
São João
Paulo II diria sobre ela: “Uma filha de Israel, que durante a perseguição dos
nazistas permaneceu, como católica, unida com fé e amor ao Senhor Crucificado,
Jesus Cristo, e, como judia, ao seu povo”.
8. Santa Teresa de Calcutá
O
testemunho de Santa Teresa de Calcutá (1910-1997) de servir a Cristo nos “mais
pobres entre os pobres” ensinou que a maior pobreza não estava nos subúrbios de
Calcutá, mas nos países “ricos” quando falta o amor ou nas sociedades que
permitem o aborto.
“Para
poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração
é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço
ao próximo. Isso nos conduz à paz”, dizia a também ganhadora do Prêmio Nobel da
Paz de 1979.
Em sua
canonização em outubro de 2016, o Papa Francisco disse que “Madre Teresa, ao
longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia
divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da
vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados.
Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que ‘quem ainda
não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável’”.
9. Santa Gianna Beretta Molla
Para
encerrar esta lista de grandes mulheres que mudaram o mundo e a história,
recordamos Santa Gianna Beretta
Molla (1922-1962). Esta santa italiana adoeceu de câncer e
decidiu continuar com a gravidez de seu quarto filho, em vez submeter-se a um
aborto, como lhe sugeriam os médicos para salvar sua vida.
Gianna
estudou medicina e se especializou em pediatria. Seu trabalho com os doentes se
resumia na seguinte frase: “Como o sacerdote toca Jesus, assim nós, os médicos,
tocamos Jesus nos corpos de nossos pacientes”.
Casou-se
com o Pietro Molla, com quem teve quatro filhos. Durante toda sua vida,
conseguiu equilibrar seu trabalho com sua missão de mãe de família.
Gianna
morreu em 28 de abril de 1962, aos 39 anos, uma semana depois de ter dado à
luz. Foi canonizada em 16 de maio de 2004 pelo Papa João Paulo II, que a tornou
padroeira da defesa da vida.
(acidigital)
Sem comentários:
Enviar um comentário