Na Missa matutina na Casa Santa Marta, Francisco refletiu sobre
as perseguições aos cristãos e a cada homem e mulher de hoje, através das
colonizações culturais, das guerras, da fome e da escravidão provocadas pelo
diabo.
Giada Aquilino – Cidade do Vaticano
Hoje assistimos a uma
“grande perseguição” não somente em relação aos cristãos, mas também contra
toda homem e mulher, “através das colonizações culturais, das guerras, da fome
e da escravidão”, porque o mundo contemporâneo é “um mundo de escravos”: esta
foi a reflexão do Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de
sexta-feira (1º/06) na Casa Santa Marta.
A perseguição é parte da vida cristã
Falando sobre a Primeira
Leitura, de São Pedro Apóstolo, em que se afirma que a perseguição aos cristãos
nos primeiros séculos eclodiu como um incêndio, o Papa explicou que se trata de
“parte da vida cristã”, uma “bem-aventurança”: Jesus foi perseguido por “causa
de sua fidelidade ao Pai”.
A perseguição é um pouco
como o “ar” do qual vive o cristão inclusive hoje, porque hoje existem muitos,
muitos mártires, muitos perseguidos por amor a Cristo. Em muitos países, os
cristãos não têm direitos. Se você carrega uma cruz, vai para a prisão e há
pessoas presas; há pessoas condenadas a morrer por serem cristãs hoje. Houve
pessoas mortas e o número é mais alto do que os mártires dos primeiros tempos.
Mais alto! Mas isso não faz notícia. E por isso os telejornais, os jornais não
publicam essas coisas. Mas os cristãos são perseguidos.
Perseguições ao homem e à mulher, imagem de Deus
Francisco observou que
hoje existe também outra perseguição: “a cada homem e mulher porque são imagens
vivas de Deus”.
Por trás de cada
perseguição, seja aos cristãos, seja aos humanos, está o diabo, está o demônio que
tenta destruir a confissão de Cristo nos cristãos e a imagem de Deus no homem e
na mulher. Desde o início, tentou fazer isso – como podemos ler no Livro do
Gênesis –, destruir aquela harmonia entre homem e mulher que o Senhor criou,
aquela harmonia que deriva do ser imagem e semelhança de Deus. E conseguiu
fazer. Conseguiu fazer com a mentira, a sedução… Com as armas que ele utiliza.
Sempre faz assim. Mas também hoje tem uma força, eu diria essa fúria contra o
homem e a mulher porque, do contrário, não se explica esta onda crescente de
destruições ao homem e à mulher, ao humano.
O diabo provoca fome, exploração, colonizações culturais e
guerras
O pontífice pensa na
fome, uma "injustiça" que "destrói o homem e a mulher porque não
têm o que comer", ainda que exista "muita comida" no mundo.
Depois falou da exploração do ser humano, das diferentes formas de escravidão e
recorda como recentemente viu uma filmagem feita "escondida" em uma
prisão onde estão recolhidos migrantes, submetidos à "torturas", a
formas de "destruição" para "escravizar". E constata
que isso acontece "depois de 70 anos da declaração dos direitos
humanos".
Então ele reflete sobre
as colonizações culturais, "quando - explica - os impérios impõe
disposições de sua cultura contra a independência, contra a cultura do povo,
impondo coisas que não são humanas para destruir”, para "a
morte".
Francisco observa que o
que o diabo quer é precisamente "a destruição da dignidade" e
"por isso persegue":
E no final, podemos
pensar nas guerras como um instrumento de destruição de pessoas, da imagem de
Deus. Mas também nas pessoas que fazem as guerras, que planejam as guerras para
ter poder sobre os outros. Há pessoas que trabalham em muitas indústrias de
armas para destruir a humanidade, para destruir a imagem do homem e da mulher,
tanto física como moralmente, como culturalmente. "Mas, padre, esses não
são cristãos. Por que são perseguidos?" - "Sim, são a imagem de Deus.
E por isso o diabo os persegue". E os impérios continuam as perseguições
hoje. Nós não devemos nos permitir ser ingênuos. Hoje, no mundo, não só os
cristãos são perseguidos; os seres humanos, o homem e a mulher, porque o pai de
toda perseguição não tolera que sejam a imagem e semelhança de Deus. E ataca e
destrói essa imagem. Não é fácil entender isso; é preciso muita oração para
entendê-lo.
(vaticannews)
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