X DOMINGO DO TEMPO COMUM
"A Origem do Mal"
A
Liturgia, através das leituras bíblicas, vai nos introduzindo
nos
Mistérios de Deus e iluminando a realidade humana.
No Mundo em que
vivemos, existem muitos males.
Nasce espontânea a
pergunta: "Qual é a sua origem?"
Na busca de um
responsável, somos levados a ACUSAR alguém
como culpado.
A Bíblia tem uma
resposta clara: a origem e a causa dessa situação é o pecado.
O homem rompeu a
sua relação amorosa com Deus
e surgiu uma
mudança essencial em sua vida.
Pretendeu libertar-se
de Deus e tornou-se escravo de suas paixões e egoísmos.
A 1ª Leitura fala do primeiro Pecado no
mundo, com Adão e Eva. (Gn 3,9-15)
Esses capítulos da
Bíblia não querem mostrar como aconteceu no início...
mas sim levar a
refletir sobre o caos social em que viviam os homens
no tempo em que o
autor sagrado escreveu.
Deus fez todas as
coisas perfeitas. Por isso, esse mundo conturbado
não poderia ser o
que Deus queria... Então como deveria ter sido?
-
Qual é a causa e a origem de
tudo isso?
A "serpente"
seduziu e continua seduzindo o homem
para se apropriar
dos frutos proibidos...
Consequência: surge a desarmonia
na natureza, com os homens, com Deus...
- O HOMEM não se
encontra mais no lugar que lhe foi designado na Criação.
"Onde estás?" - Teve medo e se
escondeu...
- Adão acusa Eva,
Eva acusa a serpente...
- Sente-se
"Nu", despojado a dignidade com que foi criado...
- Abala a ordem da
natureza:
Perde a fertilidade e produz espinhos e ervas
daninhas...
- Mas a narrativa
termina com uma Mensagem de Esperança:
a luta entre a "serpente" e o homem
continuará até o fim dos tempos.
Mas a descendência da mulher conquistará a
vitória final,
esmagará a cabeça da "serpente".
* O PECADO
é a origem do mal: rompeu a harmonia da criação de Deus.
Para o autor sagrado, o PARAÍSO TERRESTRE é Saudades ou Esperança?
Na 2ª Leitura, Paulo manifesta seu
interesse pela Comunidade de Corinto
e expõe os motivos
pelos quais sofre com paciência:
a esperança da
ressurreição gloriosa e a fé no prêmio que espera. (2 Cor 4,13-5,1)
No Evangelho, Jesus aponta o caminho para
lutar contra o mal:
Convida aos que
formam a "sua família", como Maria,
a fazer sempre a
vontade de Deus. (Mc 3, 20-35)
Os familiares de
Jesus chegam e, de fora, mandam chamá-lo.
Não entram; ele
que deve sair: querem levá-lo de volta a Nazaré.
Estão
preocupados... julgam que ele "está fora de si".
E Jesus: "Quem
é minha mãe? Quem são meus irmãos?"
A Verdadeira
família de Jesus, a partir de agora,
é formada pelos
que estão ao redor dele e fazem a vontade de Deus.
Os doutores da lei
pretendem desprestigiar o Mestre diante do Povo
e o acusam
de endemoniado. Jesus contesta com duas imagens:
o reino dividido e
uma família dividida: não se mantém de pé.
A Nova família de Jesus.
A verdadeira
família de Jesus, a partir de agora,
é formada pelos
que estão ao redor dele,
numa atitude de companheiros
na ação libertadora,
e que fazem a
vontade de Deus.
A relação mais
intima com Jesus não se faz através do parentesco de sangue, mas na sintonia
com sua prática libertadora.
Só quem passa do
estar fora para o estar dentro, com Jesus,
é que será
considerado irmão, irmão e mãe de Jesus.
* Maria era
"Mãe" duplamente: porque gerou a Jesus e
porque mais do que
ninguém soube fazer sempre a vontade de Deus.
O pecado nasce e é fruto
do orgulho.
- Adão acusa
Eva... Eva acusa a serpente...
- Os judeus não
aceitaram o desfio da conversão:
e acusaram o Cristo como um endemoniado...
- E nós? Procuramos sempre uma desculpa...
Reconhecer o
próprio erro, por escabroso que seja,
é sempre mais
dignificante e libertador
do que repassá-lo
injustamente a outros.
Quem acusa está querendo se esconder atrás da
acusação.
Quanto esposo
acusando a esposa e vice-versa.
Quantos filhos
acusando os pais e vice-versa.
Quantos adultos
acusando os jovens e quantos jovens acusando os adultos.
Ouvimos toda hora parente
contra parente, vizinho contra vizinho,
patrão contra
empregado e empregado contra patrão.
Há acusações
necessárias e justas.
Há acusações que
devem ser feitas e que não merecem punição.
Mas, muitas vezes,
a pessoa que acusa está se defendendo.
Está escondendo
algo de errado em si mesmo.
A acusação nunca
leva a nada e acaba com o dialogo entre as pessoas.
Há uma necessidade
de busca de diálogo e não de acusação.
Quando na
sociedade for instaurado o diálogo, acabarão as acusações.
Ninguém mais
estará escondendo sua covardia com a acusação.
Pe. Antônio Geraldo Dalla
Costa- 10.06.2018
(buscandonovasaguas)
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