O amor que recebemos de Cristo eucarístico
deve ser partilhado
“A presença de Jesus vivo na Eucaristia é como uma porta, uma
porta aberta entre o templo e a estrada, entre a fé e a história, entre a
cidade de Deus e a cidade do homem”: disse o Papa Francisco no Angelus
referindo-se à festa de Corpus Christi, cuja solenidade a Igreja no Brasil
celebrou na última quinta-feira.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
A festa de Corpus
Christi nos ensina a tornar-nos mais acolhedores e disponíveis aos que
buscam compaixão, auxílio, encorajamento, e se encontram marginalizados e
sozinhos. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus este
domingo (03/06) ao rezar a oração mariana com milhares de fiéis e peregrinos
reunidos na Praça São Pedro.
O Santo Padre lembrou que
este domingo se celebra em muitos países, entre os quais a Itália, a festa
de Corpus Christi, dedicando a alocução que precedeu a oração
mariana ao significado desta solenidade.
Humilde sinal do pão que
se tornou o Corpo de Cristo
Retomando as palavras do
Evangelho do dia, pronunciadas por Jesus na Santa Ceia com seus discípulos:
“Tomai, este é o meu corpo”. Depois, “Este é o meu sangue da aliança, que é
derramado por muitos”, o Pontífice ressaltou que em força deste testamento de
amor, a comunidade cristã se reúne todo domingo, e todo dia, em torno da
Eucaristia, sacramento do Sacrifício redentor de Cristo. “E através da sua
presença real – acrescentou – os cristãos o adoram e o contemplam através do
humilde sinal do pão que se tornou o seu Corpo”.
“Toda vez que celebramos
a Eucaristia, mediante este Sacramento tão sóbrio e, ao mesmo tempo, tão
solene, fazemos experiência da Nova Aliança, que realiza plenamente a comunhão
entre Deus e nós. E enquanto partícipes desta Aliança, nós, mesmo pequenos e
pobres, colaboramos para edificar a história como quer Deus.”
Amor que recebemos de
Cristo deve ser partilhado com os outros
Por isso, continuou
Francisco, “toda celebração eucarística, ao tempo em que constitui um ato de
culto público a Deus, evoca a vida e as vicissitudes concretas da nossa
existência. Ao mesmo tempo em que nos alimentamos do Corpo e Sangue de Cristo,
somos assimilados a Ele, recebemos em nós o seu amor, não para detê-lo
ciosamente, mas para partilhá-lo com os outros”. Esta é a lógica eucarística.
Nela contemplamos Jesus pão partilhado e doado, sangue derramado para a nossa
salvação.
“É uma presença que como
fogo queima em nós as atitudes egoístas, nos purifica da tendência a dar
somente quando recebemos, e acende o desejo de fazer-nos também nós, em união
com Jesus, pão partilhado e sangue derramado pelos irmãos.”
Corpus
Christi, escola de amor
concreto, paciente e sacrificado
A festa de Corpus
Christi “é um mistério de atração a Cristo e de transformação n’Ele. E
é escola de amor concreto, paciente e sacrificado, como Jesus na cruz”.
“A presença de Jesus vivo
na Eucaristia é como uma porta, uma porta aberta entre o templo e a estrada,
entre a fé e a história, entre a cidade de Deus e a cidade do homem”.
Procissão com o
Santíssimo, expressões da piedade eucarística popular
Francisco ressaltou ainda
que as procissões com o Santíssimo Sacramento são expressões da piedade
eucarística popular, que se realizam nesta solenidade em vários países,
destacando em seguida a celebração da missa na parte da tarde deste domingo na
localidade Ostia – litoral romano – com a procissão com o Santíssimo
Sacramento, convidando todos a participar, também espiritualmente, através do
rádio e da televisão.
Saudação aos fiéis e
peregrinos presentes na Praça São Pedro
Na saudação aos vários
grupos de fiéis e peregrinos presentes, Francisco lembrou a beatificação, no
sábado (02/06), em Nápoles, da fundadora das Irmãs Apóstolas do Sagrado
Coração, Irmã Maria Crucificada do Amor Divino, filha espiritual de Pe. Pio.
Além do novo premente
apelo em favor da paz na Nicarágua, saudou também os fiéis reunidos em Sotto il
Monte, com o bispo de Bergamo – norte da Itália – no aniversário da morte de
São João XXIII, cujos restos mortais encontram-se estes dias naquelas terras.
Francisco fez votos de que tal peregrinação possa suscitar em todos generosos
propósitos de bem.
(vaticannews)
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