domingo, 3 de junho de 2018

HOJE É O DIA DO SENHOR




IX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Nosso Domingo, como vai?

A Liturgia desse domingo nos dá a oportunidade para refletir sobre o Dia do Senhor e o seu verdadeiro sentido.

A 1ª Leitura lembra a ordem emanada por Deus
para descansar no dia do Sábado. (Dt5,13-15)

Para Israel, a observância do sábado era considerada como a mais sagrada
de todos os preceitos do decálogo.
O repouso sabático tinha três significados religiosos profundos:
- Repouso, sinal de Libertação: Israel devia interromper o trabalho no sábado  
  para lembrar-se de que foi libertado dos trabalhos forçados do Egito.
- Repouso, participação no repouso de Deus, na criação.
  É um sinal de que nos sentimos filhos de Deus.
- Repouso para Deus. "Mas o sétimo dia é o sábado para o Senhor teu Deus".  
  Não é prescrição legal, mas exigência de diálogo entre Deus e o seu povo.

Mas com o passar do tempo, perdeu o sentido religioso e
tornou-se apenas uma série pesada de prescrições e proibições.
Tornou-se sinal de uma nova escravidão e um culto formalista e exterior.
Jesus precisava corrigir essa mentalidade.

No Evangelho, Jesus interpreta o verdadeiro sentido do Sábado.
Isso aparece em dois episódios:
- Os discípulos colhem e comem espigas de trigo num sábado...
  porque tinham fome...  reação dos judeus... Jesus: a vida está acima da lei...
- Jesus cura o homem da mão seca num sábado na sinagoga... reação...
  Jesus pergunta: "É permitido curar? é dia de libertação?"
  E, transgredindo a lei do Sábado, cura o doente, para mostrar
  que toda lei deve estar a serviço do homem e do bem comum
  e não o homem ser escravo das leis...
  E justifica: "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado"

Afirma assim o primado da misericórdia sobre as exigências da Lei e
o primado da consciência sobre a regra, do homem sobre a Lei.
O sábado e a própria lei estão subordinados ao bem do homem.
O Sábado torna-se até um dia privilegiado para fazer o bem.

Por que Domingo?
- Os primeiros cristãos vindos do judaísmo, no começo observavam o sábado,
mas se reuniam para a "fração do pão" no primeiro dia da semana,
o "Dia do Senhor" ("Dies dominica").
- Mas aos poucos o sábado foi substituído pelo domingo,
dia em que Jesus ressuscitou.
- O Domingo não deve ser visto apenas como uma prática obrigatória,
mas como um memorial da libertação trazida pela ressurreição de Jesus Cristo.
- "Santificar” o dia do Senhor não significa ficar sem fazer nada,
mas ocupar-se de coisas que nos identificam com Deus
e utilizar as horas desse dia para o louvor do Senhor,
tanto por palavras, como por gestos e atitudes.
Não se reduz a ir à missa...

Como viver o DOMINGO ?
o Verdadeiro domingo se celebra de três maneiras:

1. É O DIA DA PARTICIPAÇÃO CONSCIENTE NA EUCARISTIA:
que constitui uma ocasião para os cristãos se recuperarem e
enriquecerem as forças interiores e espirituais.
Entrar de novo em si mesmo,
tomar consciência da própria situação interior,
confrontar-se com a Palavra de Deus,
encontrar-se com a pessoa do Cristo no sacramento:
tudo isso dá ao domingo e à semana toda, um sentido de força,
tornando o homem senhor de si mesmo e
devolvendo-lhe as rédeas que talvez lhe tenham fugido das mãos.
A missa constitui, portanto, o ponto de chegada da semana
que passou e de partida para a sucessiva.
É um acontecimento divino e humano, que levanta o tom da vida.

2. É o Dia do encontro FAMILIAR e FRATERNO :
    A fraternidade em torno da mesa eucarística
    deve projetar-se também fora da igreja.
- A família encontra unidos todos os seus componentes
  que durante a semana não podem se encontrar pela diversidade de horários..
- A caridade cristã se estende também para fora da família
   nas obras de caridade para com os pobres, e necessitados...

3. É o Dia do lazer e do descanso:
Aquela alegria dos batizados que são ressuscitados com Cristo,
destinados a uma eternidade de alegria numa festa eterna.
Há uma significativa diferença entre o sábado hebraico e domingo cristão.
O sábado concluía uma semana, era um fim.
O Domingo, ao contrário, abre a semana, é um início.

E o nosso Domingo, como vai?

- É de fato um dia "santificado",
  fonte de alegria, de liberdade, de comunhão com Deus e com os irmãos,
  ou uma  mera observância externa, um costume?
- Sobra mais tempo: - para a família?  - para a comunidade?
- Para a oração, para o culto a Deus? - Para a caridade?
- É um dia de descanso? Para que?

O nosso domingo é de fato o "Dia do Senhor"?
ou apenas o dia do futebol, do namoro, da TV, dos negócios, do lazer,
ou das festinhas para comer e beber ?


 Pe Antônio Geraldo Dalla Costa - 03-06-2018
(buscandonovasaguas)

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