Dia de apoio às
vítimas de tortura. Papa: "Torturar é pecado mortal"
Celebra-se em 26 de junho o Dia Internacional de Apoio às
Vítimas de Tortura. Não obstante as proibições internacionais, ainda hoje
inúmeras pessoas sofrem tratamentos desumanos.
Cidade do Vaticano
A Assembleia Geral das
Nações Unidas proclamou 26 de junho Dia Internacional de Apoio às Vítimas de
Tortura. A ONU sempre condenou a tortura como um dos atos mais vis cometidos
por seres humanos contra seus semelhantes.
Segundo o Direito
Internacional, trata-se de um crime que não pode ser justificado em nenhuma
circunstância. Isso se aplica a todos os membros da comunidade internacional,
independentemente do fato de que o Estado tenha ou não ratificado tratados
internacionais em que a tortura é expressamente proibida.
Não obstante o Direito Internacional e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda hoje esta prática se verifica em muitas prisões ou como arma de guerra.
Não obstante o Direito Internacional e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda hoje esta prática se verifica em muitas prisões ou como arma de guerra.
A condenação do Papa
No decorrer do seu
pontificado, o Santo Padre foi contundente ao condenar esse crime. “Torturar as
pessoas é um pecado mortal, é um pecado muito grave”, disse no Angelus de 22 de
junho de 2014. “Convido os cristãos a se empenharem para colaborar à sua
abolição e apoiar as vítimas e seus familiares”.
A visita do Pontífice a Auschwitz
Durante a sua viagem à
Polônia, assim se expressou: "A crueldade não acabou em Auschwitz e
Birkenau. Hoje, pessoas são torturadas. Muitos prisioneiros são torturados para
que falem, terrível, hoje há homens e mulheres que vivem como animais em
prisões superlotadas”.
Combate e prevenção à tortura
No Brasil, a Pastoral
Carcerária tem um trabalho de combate e prevenção à tortura em todos seus
aspectos: físico, psicológico, social e espiritual.
Um dos resultados deste trabalho de denúncia foi o relatório Tortura em Tempos de Encarceramento em Massa, lançado em 2016.
Um dos resultados deste trabalho de denúncia foi o relatório Tortura em Tempos de Encarceramento em Massa, lançado em 2016.
O relatório é resultado
de dois anos de acompanhamento e análise de 105 casos de torturas que foram
denunciados pela Pastoral Carcerária, além de uma experiência de monitoramento
em 19 unidades prisionais no Estado de São Paulo que abrigam presos
provisórios.
Tortura não é exceção, e sim a regra
O estudo mostra que a
tortura no Brasil continua extremamente viva e presente, e que a quase
totalidade da população carcerária brasileira se encontra em condições
desumanas e de absoluta ilegalidade; sendo assim, não seria equivocado afirmar
que nunca antes tantos brasileiros privados de liberdade foram expostos à
tortura.
Todas as denúncias dos
105 casos de tortura presentes no relatório foram arquivadas pelo Ministério
Público.
Para o Padre
Valdir Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, isso mostra
que a tortura não é exceção, e sim a regra do sistema carcerário.
“O sistema carcerário do
Brasil é caracterizado por produzir massacres, torturas e mortes. É um sistema
criado para deixar a pessoa doente. Quando uma pessoa se adapta ao sistema
carcerário, quer dizer que ela é imprópria para viver na sociedade, porque ela
se adaptou a um ambiente que tirou toda sua individualidade, criatividade e
habilidade de agir como um ser humano racional”.
(vaticannews)
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