segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Papa no Angelus





Amar nossa comunidade sem ciúmes e fechamentos
“O comportamento dos discípulos de Jesus é muito humano, muito comum, e podemos encontrá-lo nas comunidades cristãs de todos os tempos, provavelmente também em nós mesmos", disse Francisco.

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (30/09), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice ressaltou que “o Evangelho deste domingo nos apresenta um daqueles particulares muito instrutivos da vida de Jesus com os seus discípulos”. (Mc 9,38-43.45.47-48)
“Eles tinham visto que um homem, que não fazia parte do grupo dos seguidores de Jesus, expulsava os demônios no nome de Jesus, e por isso queriam proibi-lo. João, com o entusiasmo zeloso típico dos jovens, refere o fato ao Mestre buscando o seu apoio; mas, Jesus, ao contrário, responde: «Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois pode falar mal de mim. Quem não está contra nós, está a nosso favor».”

Discípulos manifestam atitude de fechamento

Segundo o Papa, “João e os outros discípulos manifestam um comportamento de fechamento diante de um acontecimento que não entra em seus esquemas, neste caso a ação, mesmo sendo boa, de uma pessoa ‘externa’ ao grupo de seguidores”.
“ Em vez disso, Jesus parece muito livre, plenamente aberto à liberdade do Espírito de Deus, que não é limitado em sua ação por nenhum confim e por nenhum recinto. Jesus quer educar os seus discípulos, e também a nós hoje, a esta liberdade interior. ”
Francisco disse que “nos faz bem refletir sobre este episódio e fazer um pouco de exame de consciência”.

Medo da concorrência

“O comportamento dos discípulos de Jesus é muito humano, muito comum, e podemos encontrá-lo nas comunidades cristãs de todos os tempos, provavelmente também em nós mesmos.”
“De boa fé, aliás, com zelo, se gostaria de proteger a autenticidade de uma certa experiência, tutelando o fundador ou o líder dos falsos imitadores.”
Segundo o Papa, “ao mesmo tempo, existe o medo da ‘concorrência’ de que alguém possa atrair novos seguidores, e então não se consegue apreciar o bem que os outros fazem: não é bom porque ele “não é um dos nossos”. É uma forma de auto-referencialidade. De fato, aqui está a raiz do proselitismo. E a Igreja, disse o Papa Bento XVI, não cresce pelo proselitismo, cresce pela atração, isto é, cresce pelo testemunho dado aos outros com a força do Espírito Santo”.

Liberdade de Deus

“A grande liberdade de Deus em doar-se a nós é um desafio e uma exortação a mudar os nossos comportamentos e nossas relações. É um convite que Jesus nos faz hoje."
“ Ele nos convida a não pensar segundo as categorias do “amigo/inimigo”, “nós/eles”, “quem está dentro/quem está fora”, "meu/seu", mas a ir além, a abrir o coração a fim de reconhecer a sua presença e a ação de Deus mesmo em âmbitos incomuns e imprevisíveis e em pessoas que não fazem parte de nosso círculo. ”
“Trata-se de estar mais atentos à genuinidade do bem, do bonito e do verdadeiro que é realizado, do que ao nome e procedência de quem o faz. E - como nos sugere o restante do Evangelho de hoje -  em vez de julgar os outros, devemos examinar a nós mesmos e “cortar” sem pactos tudo o que pode escandalizar as pessoas mais fracas na fé”, disse ainda o Papa.

Abertura ao Espírito Santo

Francisco concluiu, pedindo à Virgem Maria, “modelo de acolhimento dócil das surpresas de Deus, para que nos ajude a reconhecer os sinais da presença do Senhor no meio de nós, descobrindo-o em todo lugar que Ele se manifestar, até mesmo nas situações mais impensáveis e incomuns. Que ela nos ajude a amar a nossa comunidade sem ciúmes e fechamentos, sempre abertos ao horizonte vasto da ação do Espírito Santo”.

(vaticannews)


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