REDAÇÃO
CENTRAL, 03 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Sacerdote jesuíta, padroeiro das
missões, “São Paulo do Oriente”, assim é conhecido São Francisco Xavier, cuja
memória litúrgica é celebrada neste 3 de dezembro. Cofundador da Companhia de
Jesus, empreendeu um amplo trabalho evangelizar na Índia, no Japão e na China.
Francisco
Xavier nasceu em Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506, filho de uma nobre
família. Aos 18 anos, foi estudar na Universidade de Paris, tendo se formado em
Filosofia. Lecionava na mesma Universidade, onde conheceu Santo Inácio de
Loyola, o fundador dos jesuítas.
Vendo em
Francisco um homem que poderia ajudá-lo no seu propósito de defesa e propagação
do cristianismo, Loyola costumava lhe dizer: “De que vale a um homem ganhar o
mundo inteiro se perder sua alma?” (Mc 8, 36). Foi esta frase que tocou o seu
coração, fazendo com que se decidisse a seguir Cristo.
Graças
aos exercícios espirituais de Santo Ignácio, compreendeu o que seu amigo lhe
dizia: “Um coração tão grande e uma alma tão nobre não podem se contentar com
as efêmeras honras terrenas. Sua ambição deve ser a glória que dura
eternamente”.
Consagrou-se ao serviço de Deus com os jesuítas em 1534. Anos depois foi
ordenado sacerdote em Veneza. Mais adiante, estando em Roma, São Francisco
Xavier ajudou Santo Ignácio na redação das Constituições da Companhia de Jesus.
Mais
tarde, o rei de Portugal, Dom João III, solicitou a Inácio de Loyola que
organizasse alguns sacerdotes para acompanhar suas expedições ao Oriente e
evangelizar na Índia. Quando este grupo já estava formado, um dos missionários
adoeceu e Francisco Xavier tomou o seu lugar, partindo de Lisboa rumo ao
Oriente.
Após uma
longa viagem, São Francisco Xavier e seus companheiros chegaram a Goa, uma
colônia portuguesa.
Neste
local, o santo empreendeu um árduo trabalho de catequese. Atendia os doentes,
celebrava Missa com os leprosos, ensinava os
escravos e até adaptava as verdades do cristianismo à música popular. Pouco
depois, suas canções eram cantadas nas ruas, casas, campos e locais de
trabalho.
Mas,
também foi testemunha dos abusos que os portugueses e pagãos cometiam contra os
nativos, algo que ele mesmo descreveu como “um espinho que levo constantemente
no coração”. Posteriormente, São Francisco Xavier escreveria ao rei de Portugal
para denunciar os fatos.
Realizou
sua missão evangelizadora um muitas cidades, povos e ilhas. Até que, em 1549,
partiu para o Japão, onde, ao final de um ano, obteve cerca de cem conversões.
As autoridades japonesas, então, proibiram-no de continuar o seu trabalho
pastoral.
Realizou
também incursões ao território chinês. Seguiu para a Malaca, de onde
empreenderia a viagem à China, território inacessível para os estrangeiros.
Partiu com uma expedição e chegou à ilha de Shang-Chawan, perto da costa e cem
quilômetros ao sul de Hong Kong. Ali, ficou doente e foi consumido por
uma forte febre, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas 46
anos.
Seu
caixão foi preenchido de barro para que posteriormente pudesse ser transladado.
Depois de dez semanas, tiraram o barro e viram que seu corpo estava incorrupto
e não tinha perdido a cor.
O corpo
do santo foi levado a Malaca e finalmente foi transladado a Goa, onde os
médicos comprovaram seu estado incorrupto. Ali, na Igreja do
Bom Jesus, até hoje repousam parte de seus restos. Suas mãos, também
incorruptas, estão em um relicário na igreja dos jesuítas em Roma.
São
Francisco Xavier foi canonizado em 1622 junto com Santo Inácio de Loyola, Santa
Teresa D’Ávila, São Felipe Neri e São Isidoro Lavrador.
O Papa
Bento XIV lhe outorgou o título de Patrono da Propagação da Fé e Patrono
Universal das Missões. Em 1925, o Papa Pio IX proclamou São Francisco Xavier,
juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeiro das Missões.
(acidigital)
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