REDAÇÃO
CENTRAL, 06 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- “Seria um pecado não repartir muito,
sendo que Deus nos dá tanto”, costumava dizer São Nicolau, padroeiro das
crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos viajantes e da Rússia,
Grécia e Turquia. Um azeite milagroso brota de seus restos, que serviu para a
cura dos doentes. Sua festa se celebra neste dia 6 de dezembro.
Por
se tratar de um santo dos primeiros séculos, pouco se sabe com exatidão a
respeito dele, salvo que nasceu na Licia (atual a Turquia), em uma família
muito rica. Tinha um tio Bispo que o ordenou sacerdote.
Seus pais
morreram ajudando os doentes de uma epidemia e deixaram uma fortuna para
Nicolau. Entretanto, o jovem decidiu reparti-la entre os pobres e tornar-se
monge. Mais tarde, peregrinou ao Egito e à Palestina, onde conheceu a Terra
Santa.
Ao
retornar, chegou à cidade de Mira, na Turquia, onde os bispos e
sacerdotes discutiam no templo sobre quem devia ser eleito novo Bispo da
cidade. Ao final, decidiram que seria o próximo sacerdote que ingressasse no
recinto. Nesse momento, São Nicolau entrou e foi eleito Prelado por aclamação
de todos.
Mas, teve
início uma perseguição promovida pelo imperador Diocleciano contra os cristãos
e ele foi preso, sendo libertado apenas quando o imperador Constantino subiu ao
trono.
“Graças
aos ensinamentos de Nicolau, a metrópole de Mira foi a única que não se
contaminou com a heresia ariana, a qual rechaçou firmemente, como se fosse um
veneno mortal”, dizia São Metódio. O arianismo negava a divindade de Jesus
Cristo. Dessa forma, São Nicolau combateu incansavelmente o paganismo.
Defensor da justiça, salvou três jovens de ser executados, vítimas de um
suborno do governador Eustácio, que logo se arrependeu ao ser repreendido por
São Nicolau.
Três
oficiais foram testemunhas destes fatos e, posteriormente, quando estavam em
perigo de morte, rezaram a São Nicolau. O santo apareceu em sonhos a
Constantino e lhe ordenou que os libertasse porque eram inocentes.
Após os
soldados dizerem ao imperador que tinham invocado São Nicolau, ele os libertou,
com uma carta ao Bispo, em que lhe pedia que rezasse pela paz no mundo.
O santo é
patrono dos marinheiros porque, em meio a uma tempestade, alguns marinheiros
começaram a clamar: “Oh Deus, pelas orações de nosso bom Bispo Nicolau, nos
salve”. Nesse momento, conta-se, apareceu São Nicolau sobre o navio, abençoou o
mar e este se acalmou. Em seguida, o Bispo desapareceu.
Segundo o
costume do Oriente, os marinheiros do mar Egeu e do Jônico têm uma “estrela de
São Nicolau” e desejam boa viagem dizendo: “Que São Nicolau leve seu leme”.
Narra-se
também que três meninos foram assassinados e jogados em um barril de sal. Mas,
pela oração de São Nicolau, os infantes voltaram para a vida.
Por isso, é padroeiro das crianças e costuma ser representado com três pequenos
ao seu lado.
Outra
lenda narra que na Diocese de Mira havia um vizinho em extrema pobreza que
decidiu expor suas três filhas virgens à prostituição para que todos eles
pudessem sobreviver.
São
Nicolau, procurando evitar que isto acontecesse e na escuridão da noite, jogou
pela chaminé da casa daquele homem uma bolsa com moedas de ouro. Com o
dinheiro, a filha mais velha se casou.
Quis o
santo fazer o mesmo em benefício das outras duas, mas na segunda ocasião,
depois de atirar a bolsa sobre a parede do pátio da casa, acabou sendo
descoberto pelo pai das jovens, que lhe agradeceu por sua caridade.
São
Nicolau partiu para a Casa do Pai em 6 de dezembro, mas não sabe com exatidão
se foi no ano 345 ou 352. Mais tarde, sua devoção aumentou e foram reportados
inúmeros milagres.
No século
VI, o imperador Justiniano construiu uma Igreja em
Constantinopla (hoje Istambul) em sua honra e o santo se tornou popular em todo
o mundo.
São
Nicolau é patrono da Rússia, Grécia e Turquia. Além disso, é honrado em cidades
da Itália, Holanda, Suíça, Alemanha, Áustria e Bélgica.
Em 1087
seus ossos foram resgatados de Mira, que já estava sob domínio dos muçulmanos,
e levados para Bari, na costa da Itália. Por isso, é chamado São Nicolau de Mira
ou São Nicolau de Bari. Suas relíquias repousam na Igreja de “San Nicola de
Bari”, na Itália.
De seus
restos mortais brota um azeite conhecido como o “Manna di S. Nicola”. Em Mira,
dizia-se que “o venerável corpo do bispo, embalsamado no azeite da virtude,
suava uma suave mirra que lhe preservava da corrupção e curava os doentes, para
glória daquele que tinha glorificado Jesus Cristo, nosso verdadeiro Deus”.
Sua
figura bondosa e caridosa passou a ser associada em muitos lugares a figura do
Papai Noel nos países latinos, que traz presentes para as crianças na Noite de Natal.
Na Alemanha, é Nikolaus, e nos países anglo-saxões, Santa Claus. Neste período,
este simbolismo deve remeter a São Nicolau e, assim, recordar a todos do amor e
caridade para com as crianças e os mais pobres, além da alegria de servir a
Deus.
(acidigital)
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