o discípulo amado de Jesus
REDAÇÃO
CENTRAL, 27 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- “Meus filhinhos, amai-vos uns aos
outros”, costumava dizer São João Evangelista, o mais jovem dos Apóstolos e que
se distingue como o “discípulo amado de Jesus”. Foi quem acolheu a Virgem Maria em
sua casa e é padroeiro dos teólogos e escritores. Sua festa se celebra neste
dia 27 de dezembro.
São
João era judeu da Galileia, filho do Zebedeu e irmão do São Tiago Maior, com
quem era pescador. Foi designado para acompanhar Pedro na preparação da última
ceia, onde reclinou sua cabeça sobre o peito do Jesus. Esteve ao pé da cruz com
a Virgem Maria, a quem levou para sua casa como Mãe para honrá-la, servi-la e
cuidá-la.
Quando
chegou a notícia do sepulcro vazio, São João correu junto a São Pedro para constatar.
Foi quando os dois “viram e acreditaram”. Mais tarde, quando Jesus lhes
apareceu à beira do lago da Galileia, Pedro perguntou sobre o futuro de João e
o Senhor respondeu: “Se quiser que fique até que eu venha, o que te importa?
Você, me siga”.
Por esta
resposta, circulou o rumor de que João não ia morrer, algo que o próprio
apóstolo desmentiu ao indicar que o Senhor nunca disse: “Não morrerá”.
Escreveu
o Apocalipse, três epístolas e o Evangelho de São João, no qual se refere a si
mesmo como “o discípulo que Jesus amava”.
Segundo
São Clemente da Alexandria, em uma cidade, São João viu um jovem na congregação
e, com o sentimento de que poderia tirar dele muita coisa boa, levou-o até o
Bispo, o qual o próprio João havia consagrado, e lhe disse: “Em presença de
Cristo e ante esta congregação, recomendo este jovem a seus cuidados”.
Pela
recomendação de São João, o jovem se hospedou na casa do Bispo, que o instruiu
na fé, batizou-o e confirmou. Entretanto, os cuidados do Bispo se esfriaram, o
moço andou com más companhias e se tornou assaltante.
Depois de
um tempo, São João voltou e pediu ao Bispo o encargo que Jesus Cristo e ele
tinham encomendado a seu cuidado diante da Igreja.
O Prelado se surpreendeu pensando que se tratava de algum dinheiro, mas o
apóstolo lhe explicou que se referia ao jovem.
O Bispo
exclamou: “Pobre jovem! Morreu”. “Do que morreu?”, perguntou São João. “Morreu
para Deus, posto que é um ladrão”, respondeu-lhe. Ao ouvir isto, o ancião
apóstolo pediu um cavalo e com a ajuda de um guia dirigiu-se às montanhas onde
os assaltantes tinham seu esconderijo. Logo que entrou, foi feito prisioneiro.
No
esconderijo dos malfeitores, o jovem reconheceu o santo e tentou fugir, mas o
apóstolo gritou: “Moço! Por que foge de mim, seu pai, um velho e sem armas?
Sempre há tempo para o arrependimento. Eu responderei por ti ante meu Senhor
Jesus Cristo e estou disposto a dar a vida por
sua salvação. É Cristo quem me envia”.
O rapaz
ficou imóvel, baixou a cabeça, começou a chorar e se aproximou do santo para
lhe implorar uma segunda oportunidade. São João, por sua vez, não abandonou o
esconderijo dos ladrões até que o pecador foi reconciliado com a Igreja.
Esta
caridade, que procurava inflamar nos outros, refletia-se em seu dito: “Meus
filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Uma vez lhe perguntaram por que repetia
sempre a frase e São João respondeu: “Porque esse é o mandamento do Senhor e se
o cumprirem já terão feito o bastante”.
Diferentemente
de todos os outros apóstolos que morreram martirizados, São João partiu
pacificamente para a Casa do Pai, em Éfeso, na Turquia, por volta do ano cem da
era cristã e aos 94 anos de idade, segundo Santo Epifânio.
(acidigital)
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