domingo, 21 de agosto de 2011

Hoje é o dia do Senhor




DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM – Ano A






Liturgia da Palavra:


Is 22, 19-23

Sl 137, 1-2a.2bc-3.6.8bc

Rm 11, 33-36

Mt 16, 13-20


MEDITAÇÃO PARA HOJE


Portas, janelas, alicerces.
Para serem habitáveis, as casas têm que ter paredes, portas e janelas. Mas o que dá firmeza, segurança e resistência aos edifícios são, sobretudo, os alicerces. O que se diz de uma casa aplica-se também, dum modo muito especial, à Igreja, cujos fundamentos ou alicerces são constituídos pela pessoa, pela fé e pela doutrina dos Apóstolos e, em última análise, pelo próprio Jesus Cristo que a instituiu sobre essas «pedras vivas». O Senhor é que é, propriamente, o rochedo, Aquele que atribuiu a Pedro (= pedra), seu «Vigário», as «chaves do Reino dos Céus», com a responsabili-dade – muito mais do que com o poder ou a dignidade – que tal missão acarreta.

Interrogado, com os Doze, sobre quem pensava ser Jesus, Simão Pedro, inspirado pelo «Pai que está nos Céus», soube descobrir no Mestre o «Messias, Filho de Deus vivo». Condição não apenas para ser Papa, mas para ser simplesmente cristão e para pertencer à Igreja, é ter-se convicções pessoais profundamente arraigadas acerca de Jesus. Ser cristão consiste num relacionamento pessoal com o Senhor, relacionamento que se reflecte necessariamente na vida e se traduz em empenhamento de testemunho e, de modo algum, no simples conhecimento teórico de normas e artigos doutrinais, por mais bem decorados que sejam.

Quem é Jesus para mim? Que lugar ocupa na minha vida? É o «Messias» de que preciso, sendo quem é: o pregador ambulante vindo de Nazaré, simpatizante dos pobres e dos pequeninos, perseguido e condenado à morte? É o «Filho de Deus vivo», que nos revelou o seu como sendo também o nosso Pai? Não basta professar, no Credo, a nossa fé. Temos que esforçar-nos constantemente por redescobrir Jesus como rochedo inabalável que nos dá segurança, como tesouro da nossa esperança, como acompanhante do nosso caminhar. Jesus não nos pede que O definamos com frases correctas, mas sim que Lhe respondamos com o coração, dizendo que Ele é o tudo do nosso viver e que, verdadeiramente, acreditamos na palavra que nos deixou: «Sem Mim, nada podeis fazer!» (Jo 15, 5).

Abrir e fechar.
As chaves passaram a ser, desde há muito, algo de imprescindível. Com elas se pode fechar e com elas se pode abrir. Jesus veio para nos abrir as portas do Céu. Para os que O seguem, Ele quis ser, mais do que chave ou fechadura, porta para a vida, uma porta sempre escancarada. Quem, com a chave, põe uma máquina ou o carro a trabalhar, aquele que pode abrir e/ou fechar portas, também tem poder sobre pessoas. Coisa que encerra em si muitos perigos. É possível, para quem o tem, abusar do poder das chaves. Quantos pecados, crimes e ofensas graves se cometeram, ao longo da história (mesmo da história da Igreja), por se ter interpretado abusivamente a autoridade que esse poder implica! Ainda por cima, com a pretensa melhor das intenções e a partir de pessoas muito «piedosas»!

Jesus, que prometeu dar a Pedro as «chaves do Reino dos Céus», deu-lhe, como encargo e missão, o primado da caridade e do serviço («Servo dos servos…»). Na Última Ceia, o Senhor, ao predizer a Pedro que haveria de O negar «antes de o galo cantar», declarou-lhe: «Tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos!» (Lc 22, 32). Jesus Cristo entregou as chaves, mas Ele próprio permanece a porta, e esta é que é deveras importante. Jesus é a porta para a vida, aberta a todos, sempre. Que todos os que possuem o «poder das chaves» o usem para abrir e não para fechar, para fortalecer e não para excomungar! Que não esqueçam a palavra do Evangelho: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque fechais aos homens o Reino dos Céus; nem entrais vós nem deixais entrar aqueles que querem entrar» (Mt 23, 13).

O Senhor é a porta para a vida. Cabe a cada um fazer a opção: «…Ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida…!» (Deut 30, 19). Abrimos portas, quando não retemos uma palavra de alento, quando não recusamos um gesto de ajuda, quando ousamos dar o passo seguinte e acreditar no impossível. Bem-aventurados os que não fecham à chave o amor de Deus, não o deixando actuar!

(In: www.apostoladodaoracao.pt)



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