"Permanecei
em mim"
A
Liturgia nos fala da UNIDADE profunda
dos
discípulos com o Ressuscitado,
através
da imagem da VIDEIRA
verdadeira.
Devem
"permanecer"
em comunhão de vida
com
Cristo e com a comunidade.
Na
1a
Leitura, PAULO
narra a experiência do Caminho de
Damasco
para
ser aceito na Comunidade. (At
9,26-31)
Três
anos após a sua conversão, Paulo vai a Jerusalém
para
se encontrar com Pedro e se integrar com a Comunidade.
Lá
o antigo perseguidor encontrou um clima de medo e de desconfiança.
Mas
ele não se decepcionou, nem se afastou da comunidade,
pelo
contrário, "permaneceu"
unido a Cristo e à Comunidade.
Cristianismo
não é só um encontro pessoal com Jesus Cristo,
é
também uma experiência de partilha da fé e do amor com os irmãos.
*
Quem são os "Paulos", hoje?
-
NÓS
também, muitas vezes, podemos encontrar dificuldade
para permanecer em comunhão com os irmãos de nossa comunidade:
- Diante das contrariedades, somos tentados a abandonar tudo…
- Nenhum motivo nos deve levar a renunciar à unidade…
-
Quantas pessoas
são vistas com reservas ou desconfiança na Comunidade
e
não encontram um "Barnabé" que acredite nelas!
- Sabemos acolhê-las com alegria e compreensão?
Na
2a
Leitura, João
ensina que a nossa fé
se
manifesta através das obras de amor.
(1Jo,
3,18-24)
Permanecendo
unidos a Cristo, circulará também em nós a sua vida (seiva).
No
Evangelho,
Jesus afirma "Eu SOU a
Videira Verdadeira". (Jo
15,1-8)
Essas
palavras, numa ceia de despedida, representam o seu "Testamento".
-
Na Bíblia,
a imagem da "Vinha"
é muito freqüente:
Israel era considerado uma vinha plantada pelo próprio Deus,
mas que não produziu os frutos esperados.
E
Deus, o vinhateiro, foi obrigado a abandoná-la, permitiu que fosse
destruída…
-
JESUS
se apresenta como a "Videira
verdadeira",
capaz de produzir frutos que Israel não produziu.
Jesus
é o tronco, nós somos os ramos e o Pai é o Agricultor.
Ele
cuida da videira, poda os ramos para produzirem mais.
Os
ramos secos ele corta e joga no fogo.
Para
dar FRUTOS, os "Ramos" precisam de DUAS
COISAS:
+
da Seiva da Videira,
que é Cristo, pois "sem mim
nada
podeis fazer".
O texto fala 8 vezes em "permanecer
em Cristo" e 7 vezes em "dar
frutos".
Se
não "permanecermos" unidos a Cristo, recebendo essa seiva,
nos
tornaremos ramos secos e estéreis, que serão cortados e
excluídos...
* Poderão ser eficazes os nossos trabalhos
pastorais,
sem
a seiva dessa videira e o contato com Jesus, através da oração?
+
da Poda
: Quem não viu já a poda de
um parreiral?...
As
gotas até parecem lágrimas chorando de dor pela poda... dolorosa...
mas
necessária... "para dar mais
fruto".
-
Sem a poda, poderá ter muita folha e pouco fruto...
*
Aceitamos as podas?
Quem
são as tesouras?
-
Deus,
como trabalhador da vinha, se encarrega de fazer a poda.
A
sua Palavra põe às claras as nossas limitações e falhas…
e
PODA nosso egoísmo, o orgulho, a vaidade, a falsidade, a ganância...
-
As pessoas afastadas:
com críticas duras e ásperas contra a Igreja…
* Não poderiam se tornar uma poda salutar, ainda que muito dolorosa?
-
As pessoas participantes:
por motivos pessoais, também podem "podar"...
* Sabemos aceitar com humildade e tranqüilidade?
-
Familiares:
"Gostaria de atuar, mas o marido (ou esposa...) não deixa..."
+
Poderíamos resumir a mensagem de
hoje em três Palavras:
Um
Apelo: "Produzir
frutos…"
Uma
Condição: "Permanecer
unido a ele". Para isso,
precisa:
-
Gastar tempo com ele.
Nenhum trabalho, mesmo pastoral, justifica
o
abandono do encontro pessoal com Cristo, na Oração.
Jesus nos adverte: "Sem mim NADA
podeis fazer".
Devemos antes falar com Deus... para depois falar de Deus...
-
Alimentar a
nossa espiritualidade com esta "seiva
divina",
que é a graça de Deus, na escuta da Palavra, na prática
sacramental...
-
Uma Advertência:
Cristão que não "permanece"
com ele não dá frutos.
Tornar-se-á então um "galho
seco" que será cortado e
jogado ao fogo...
Isso acontece com aqueles que se separam de Cristo
e
da própria Comunidade
Hoje,
Cristo continua produzindo frutos, que agradam ao Pai,
por
meio dos cristãos de nossas comunidades,
que
"permanecem"
sempre unidos a Cristo.
Pe.
Antônio Geraldo Dalla Costa - 06.05.2012
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