quarta-feira, 23 de maio de 2012

“Palavra de Vida” - Mês de Maio





«Eu vim lançar fogo sobre a Terra,
e como gostaria que ele já estivesse aceso!»
(Lc 12, 49).
No Antigo Testamento, o fogo é o símbolo da Palavra de Deus, pronunciada pelo profeta. Mas simboliza também o julgamento divino, que purifica o seu povo, passando no meio dele.
Assim é a Palavra de Jesus: constrói, mas, ao mesmo tempo, destrói o que não tem consistência, o que deve cair, o que é vaidade, e deixa em pé unicamente a verdade.
João Batista tinha dito a respeito de Jesus: «Ele vos batizará no Espírito Santo e com o fogo» (Lc 3,16), prenunciando o batismo cristão, inaugurado no dia de Pentecostes com a efusão do Espírito Santo e o aparecimento das línguas de fogo (cf At. 2,3). Portanto, é esta a missão de Jesus: lançar fogo sobre a Terra, trazer o Espírito Santo com a sua força renovadora e purificadora.

«Eu vim lançar fogo sobre a Terra, e como gostaria que ele já estivesse aceso!».

Jesus nos doa o Espírito. Mas de que modo age o Espírito Santo?
Ele age derramando em nós o amor, aquele amor que, segundo o Seu desejo, devemos manter aceso em nossos corações.

E como é esse amor?
Não é um amor terreno, limitado; é um amor segundo o Evangelho. É universal como o amor do Pai celeste, que manda a chuva e o sol para todos, para os bons e os maus, inclusive para os inimigos (cf Mt 5, 44-45).
É um amor que não espera nada dos outros, mas que toma sempre a iniciativa, que é o primeiro a amar.
É um amor que se “faz um” com toda e qualquer pessoa: partilha com ela o seu sofrimento, sua alegria, suas preocupações e esperanças. E faz isso concretamente, com fatos, quando se apresenta a ocasião. Portanto, não é um amor simplesmente sentimental, ou feito só de palavras.
É um amor que nos faz amar Cristo no irmão ou na irmã, porque nos faz lembrar aquelas palavras Dele: «… a mim o fizestes» (Mt 25,40).
É, ainda, um amor que tende à reciprocidade, que busca realizar com os outros, o amor mútuo. É este amor que, sendo expressão visível, concreta da nossa pautada pelo Evangelho, reforça e confirma nossa palavra que, depois, poderemos e deveremos oferecer para evangelizar.

«Eu vim lançar fogo sobre a Terra, e como gostaria que ele já estivesse aceso!».

O amor é como o fogo: o importante é que permaneça aceso. E, para que isso aconteça, é preciso sempre queimar alguma coisa. A começar pelo nosso “eu” egoísta. E nós o conseguimos porque, quando amamos, estamos completamente projetados no outro; ou em Deus, cumprindo a Sua vontade, ou no próximo, ajudando-o.
Um fogo aceso, ainda que pequeno, se for alimentado, pode tornar-se um grande incêndio. Aquele incêndio de amor, de paz, de fraternidade universal que Jesus trouxe à Terra.


Chiara Lubich

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