IV DOMINGO DO TEMPO DA QUARESMA
Domingo da alegria
A Reconciliação
A Liturgia é um convite à RECONCILIAÇÃO.
As leituras mostram os caminhos da
Reconciliação:
O Amor de Deus Pai se manifesta dando uma
pátria ao povo de Israel,
uma casa paterna ao filho que volta e uma
personalidade nova em Cristo.
Como resposta, o homem celebra o dom de
Deus, reconhece seu pecado
e volta arrependido aos braços do Pai e
reconhece que a iniciativa
da reconciliação vem de Deus por meio de
Cristo reconciliador.
Na 1ª Leitura Deus se reconcilia com o seu Povo. (Jos 5,9a.10-12)
Israel celebra pela 1ª
vez a Páscoa na Terra Prometida.
Antes, os nascidos no
deserto, ainda não circuncidados, devem passar
pela circuncisão, como
sinal da Aliança e de pertença ao Povo eleito.
Assim TODOS poderiam
celebrar a Páscoa, como início de uma vida nova.
* A Quaresma é tempo de
retificar os caminhos e nos reconciliar com Deus.
O Povo de Israel caminhou pelo deserto,
buscou a liberdade e,
no final, chegou à terra prometida. Nela
celebrou a Páscoa.
E nós, novo povo de Deus, que páscoa, que
terra, que libertação procuramos?
A 2ª Leitura é um Hino que enaltece a Misericórdia de Deus,
que nos
deu a vida em Cristo e recomenda:
"DEIXAI-VOS RECONCILIAR com Deus". (2Cor 5,17-21)
* Ser cristão é aceitar essa Reconciliação com
Deus, em Cristo.
A
comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros irmãos.
No Evangelho,
o PAI se reconciliou com o filho e
convidou os filhos se
reconciliarem entre eles. (Lc
15,1-3.11-32)
Um grupo de fariseus e escribas criticava
Jesus,
pela atenção especial que dava aos
marginalizados,
muitas vezes tidos como "pecadores pela sociedade de então.
- Jesus responde com três parábolas
(Ovelha, Moeda e Filho Pródigo),
que revelam a grande bondade e
misericórdia de Deus,
que sai à procura do perdido
A Parábola do PAI MISERICORDIOSO (ou do Filho
Pródigo)
narra 2 cenas: o Filho mais novo e o Filho
mais velho,
unidas pela ação do PAI, que é o centro
do relato:
+ O Filho mais novo, numa atitude
de orgulho e de desprezo...
afastou-se do Pai, da família e da comunidade...
renunciou à sua posição de filho e foi "para longe"...
- Sonhou sua felicidade com uma vida de
independência e de liberdade,
e
voltou espoliado, esfarrapado, faminto e sem dignidade...
- "Longe" da casa do Pai, não encontrou
a felicidade desejada.
A
fome fez ter saudades da casa do Pai e
a
lembrança da bondade do Pai o animou a voltar...
+ O Filho mais velho é um "bom
filho", sóbrio, obediente e trabalhador...
mas
não é um bom irmão. Não aceita a volta do irmão,
nem mesmo o amor do Pai, que o acolheu...
+ O Pai é o personagem central:
Sai ao encontro dos DOIS FILHOS:
-
CORRE "movido de compaixão"
ao encontro do Filho mais novo...
abraça-o...
beija-o... Manda buscar roupa, calçado, o anel,
para que o filho seja restituído em sua dignidade de filho.
E faz uma FESTA para celebrar na alegria a sua volta...
- VAI também ao encontro do Filho mais velho...
Suplica-lhe
que entre... convida-o para a festa... para a alegria...
* Podemos abandonar a nossa dignidade de
filhos.
Deus
não abandona a sua missão de Pai.
Deus sai à procura dos perdidos e festeja porque são resgatados...
A
ação do Pai reflete a atitude de Jesus e deve ser também a nossa.
- Quem é esse jovem, que num desejo de liberdade e felicidade,
vai
longe do pai, da família, da comunidade e de Deus...
e
quando sente o vazio em que se encontra,
começa
a sentir saudades da casa do pai?
- Quem é esse irmão mais velho,
"bom praticante", mas mau irmão,
que
não se alegra com o retorno do irmão arrependido,
e
até tenta impedir a volta de quem se desgarrou na vida?
Quantos
filhos pródigos (Jovens) continuam ainda hoje pródigos,
perdidos,
longe da casa do Pai...
porque
não há quem acredite neles e vá ao seu encontro,
ajudando-os
a descobrirem os valores da vida e da fé...
*
Talvez sejamos um pouco dos dois:
Todos temos um pouco do pecado do mais novo e
da intransigência do mais velho.
+ O Evangelho de hoje nos convida a imitar
o gesto do Pai:
-
que respeita a liberdade e as decisões dos seus filhos...
-
que continua a amar e a esperar o regresso dos filhos rebeldes.
- que está sempre preparado para abraçar os
filhos que retornam..
-
que os acolhe com amor e os reintegra na sua família.
-
que festeja com alegria a sua volta...
Acolhendo os apelos de conversão da
Quaresma e da Palavra de Deus,
a nossa celebração será sempre um
verdadeiro banquete
para celebrar na alegria a volta ao Pai e à
comunidade
dos filhos pródigos que estavam perdidos,
mas que voltaram à vida
pela Bondade de Deus e pela Acolhida
dos irmãos.
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 10.03.2013
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