quinta-feira, 28 de março de 2013

VIA-SACRA NO COLISEU DE ROMA 2 – 2013.




DEPARTAMENTO PARA AS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE
PRESIDIDA POR SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
SEXTA-FEIRA SANTA DO ANO 2013
MEDITAÇÕES preparadas por jovens libaneses sob a orientação do Senhor Cardeal Béchara Boutros Raï
(Continuação)
VII ESTAÇÃO: Jesus cai pela segunda vez

«Todos os que me vêem escarnecem de mim; estendem os lábios e meneiam a cabeça. (…) Não te afastes de mim, porque estou atribulado e não há quem me ajude» - Sl 22, 8.12
Jesus está sozinho sob o peso interior e exterior da cruz. Sobrevém a queda, quando o peso do mal se torna demasiado grande e parece já não haver limite à injustiça e à violência.
Mas Ele volta a levantar-se, fortalecido com a confiança infinita que tem em seu Pai. Perante os homens que o abandonam à sua sorte, a força do Espírito o levanta; une-o inteiramente à vontade do Pai, à vontade do amor que tudo pode.
Senhor Jesus, na vossa segunda queda,
reconhecemos muitas das nossas situações que parecem sem saída.
Entre elas se incluem as resultantes de preconceitos e do ódio, que endurecem os nossos corações e levam a conflitos religiosos. Iluminai as nossas consciências
a fim de reconhecermos que, não obstante «as divergências humanas e religiosas,
há um raio de verdade que ilumina todos os homens»,
chamados a caminhar juntos – no respeito da liberdade religiosa –
rumo à verdade que está unicamente em Deus. Assim as diversas religiões podem
«juntar-se para servir o bem comum, contribuindo para o desenvolvimento de toda a pessoa e a edificação da sociedade» (Exort. ap. Ecclesia in Medio Oriente, 27-28).
Vinde, Espírito Santo, consolar e fortalecer os cristãos,
em particular os do Médio Oriente, para que, unidos a Cristo, sejam
as testemunhas do seu amor universal numa terra dilacerada pela injustiça
e pelos conflitos. Ámen.

VIII ESTAÇÃO: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele
«Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: "Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos"» - Lc 23, 27-28
No caminho do Calvário, o Senhor encontra as mulheres de Jerusalém. Estas mulheres choram o sofrimento do Senhor, como se tratasse de um sofrimento sem esperança. Olhando a cruz, elas não vêem senão o madeiro, sinal de maldição (cf. Dt 21, 23), ao passo que o Senhor a desejou como meio de Redenção e Salvação.
Na Paixão e Crucifixão, Jesus oferece a sua vida em resgate por muitos. Assim deu Ele alívio a quantos estavam oprimidos sob o jugo e consolou os aflitos. Enxugou as lágrimas das mulheres de Jerusalém e abriu-lhes os olhos à verdade pascal.
O nosso mundo está cheio de mães aflitas, de mulheres feridas na sua dignidade, lesadas pelas discriminações, a injustiça e o sofrimento (cf. Exort. ap. Ecclesia in Medio Oriente, 60). Ó Cristo padecente, sede a sua paz e o bálsamo das suas feridas.

Senhor Jesus,
com a vossa encarnação no seio de Maria «bendita entre as mulheres» (Lc 1, 42),
elevastes a dignidade de toda a mulher. Com a Encarnação,
unificastes o género humano (cf. Gl 3, 26-28).
Senhor, o anseio dos nossos corações seja o de Vos encontrar.
O nosso caminho, embora repleto de tribulações, seja sempre um percurso de esperança
convosco e para Vós, que sois o refúgio da nossa vida
e a nossa Salvação. Ámen.

IX ESTAÇÃO: Jesus cai pela terceira vez

«O amor de Cristo nos absorve completamente, ao pensar que um só morreu por todos e, portanto, todos morreram. Ele morreu por todos, a fim de que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou» - 2Cor 5, 14-15.
Pela terceira vez, Jesus cai sob a cruz, sobrecarregado com os nossos pecados, e pela terceira vez procura levantar-se reunindo as forças que lhe restam, para continuar o caminho para o Gólgota, recusando deixar-se esmagar e sucumbir à tentação.
A partir da sua Encarnação, Jesus carrega a cruz do sofrimento humano e do pecado. Assumiu plena e eternamente a natureza humana, mostrando aos homens que a vitória é possível e que o caminho da filiação divina está aberto.
Senhor Jesus,
a Igreja, nascida do vosso lado aberto, vive oprimida sob a cruz das divisões
que afastam os cristãos uns dos outros e da unidade que Vós quisestes para eles;
desviam-se do vosso desejo de «que todos sejam um só» (Jo 17, 21)
como o Pai convosco. Esta cruz grava com todo o seu peso
sobre a sua vida e o seu testemunho comum. Concedei-nos, Senhor, a sabedoria e a humildade para nos levantarmos e avançarmos pelo caminho da unidade, na verdade e no amor, sem sucumbir à tentação de fazer apelo simplesmente aos critérios
dos interesses pessoais ou sectários, quando nos embatemos nas divisões
(cf. Exort. ap. Ecclesia in Medio Oriente, 11).
Concedei-nos renunciar à mentalidade de divisão «para não esvaziar da sua eficácia
a cruz de Cristo» (1 Cor 1, 17). Ámen.


(vatican.va)


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