A OLHAR O MAR
Esta CASA tem-me dado volta ao meu coração!
Ela nem sequer é muito bonita! Situada em cima do mar, seria
como um barco a receber o vento forte salgado, as vagas de tempestade; seria a
vigia na faina dos pescadores e da baleação, seria a primeira vítima do cheiro
a peixe apodrecido e do barulho das “ganhoas” a reclamar os restos...
Mas eu gosto dela!
Também seria, logo de manhã, a janela aberta para o mar que convidava
a um mergulho, seria o balcão de onde se contemplava o luar sobre o mar e as rochas,
seria o baloiço onde se adormecia ao som do “marujar” das ondas nos calhaus, ou
se ouvia o canto das cagarras...
Mas é tudo do que eu gosto!
Esta Casa foi a casa dos meus Avós, onde nasceu a minha mãe!
Tudo isso ela deve ter visto, sentido e vivido! A minha mãe sempre apreciou a
natureza, contemplando-a com alegria e muita serenidade; era comunicativa,
óptima nadadora, boa marinheira... O mar para ela, era um elemento que fazia
parte dela!
Foi na semana passada que eu vi a CASA pela primeira vez, no
Facebook – através da simpatia de uma amiga -, porque ela foi destruída, há
muitas décadas para em seu lugar ser construído o porto da Calheta de Nesquim,
Pico.
Então, eu idealizo a minha mãe naquela janela que tem uma
cortina, ou o meu avô a sair à porta... ou uma das minhas tias à janela da
torre... ; vejo-as a brincar na costa com as amiguinhas...
Já tinha ido por algumas vezes ao sítio onde pensava ser o
da CASA... Costumava estar lá um tempo, dava uma voltinha e vinha embora. Agora,
quando lá for, vou ver a CASA!
PASSA UM BOM DIA
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