segunda-feira, 3 de junho de 2013

A CASA


A OLHAR O MAR


Esta CASA tem-me dado volta ao meu coração!
Ela nem sequer é muito bonita! Situada em cima do mar, seria como um barco a receber o vento forte salgado, as vagas de tempestade; seria a vigia na faina dos pescadores e da baleação, seria a primeira vítima do cheiro a peixe apodrecido e do barulho das “ganhoas” a reclamar os restos...
Mas eu gosto dela!
Também seria, logo de manhã, a janela aberta para o mar que convidava a um mergulho, seria o balcão de onde se contemplava o luar sobre o mar e as rochas, seria o baloiço onde se adormecia ao som do “marujar” das ondas nos calhaus, ou se ouvia o canto das cagarras...
Mas é tudo do que eu gosto!

Esta Casa foi a casa dos meus Avós, onde nasceu a minha mãe! Tudo isso ela deve ter visto, sentido e vivido! A minha mãe sempre apreciou a natureza, contemplando-a com alegria e muita serenidade; era comunicativa, óptima nadadora, boa marinheira... O mar para ela, era um elemento que fazia parte dela!

Foi na semana passada que eu vi a CASA pela primeira vez, no Facebook – através da simpatia de uma amiga -, porque ela foi destruída, há muitas décadas para em seu lugar ser construído o porto da Calheta de Nesquim, Pico.
Então, eu idealizo a minha mãe naquela janela que tem uma cortina, ou o meu avô a sair à porta... ou uma das minhas tias à janela da torre... ; vejo-as a brincar na costa com as amiguinhas...

Já tinha ido por algumas vezes ao sítio onde pensava ser o da CASA... Costumava estar lá um tempo, dava uma voltinha e vinha embora. Agora, quando lá for, vou ver a CASA!

PASSA UM BOM DIA



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