quinta-feira, 25 de julho de 2013

S. Tiago, apóstolo – Festa

Igreja de São Tiago, Coimbra 

2ª Carta aos Coríntios 4,7-15.
Irmãos: Nós trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso. 
Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; 
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. 
Trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifesta no nosso corpo. 
Estando ainda vivos, estamos continuamente expostos à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus seja manifesta também na nossa carne mortal. 
Assim, em nós opera a morte, e em vós a vida. 
Animados do mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: Acreditei e por isso falei, também nós acreditamos e por isso falamos, 
sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos há-de ressuscitar com Jesus, e nos fará comparecer diante dele junto de vós. 
E tudo isto faço por vós, para que a graça, multiplicando-se na comunidade, faça aumentar a acção de graças, para a glória de Deus.

Livro de Salmos 126(125),1-2.2-3.4-5.6.
Quando o Senhor mudou o destino de Sião, 
parecia-nos viver um sonho. 
A nossa boca encheu-se de sorrisos 
e a nossa língua de canções. 
Diziam então os pagãos: 
«O Senhor fez por eles grandes coisas.» 


Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas; 
por isso, exultamos de alegria. 
Transforma, Senhor, o nosso destino, 
como as chuvas transformam o deserto do Négueb. 

Aqueles que semeiam com lágrimas, 
vão recolher com alegria. 
À ida, vão a chorar, 
levando as sementes; 
à volta vêm a cantar, 
trazendo molhos de espigas. 



Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.
Naquele tempo, aproximou-se então de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, com os seus filhos, e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer um pedido. 
«Que queres?» perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.» 
Jesus retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.» 
Jesus replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.» 
Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos. 
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. 
Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer se grande, seja o vosso servo; e 
quem, no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 
Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.»

…………..

Comentário do dia: Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja - Sermão para a consagração de um bispo, Guelferbytanus nº 32; PLS 2, 637


«Podeis beber o cálice que Eu vou beber?»


«Cristo deu a sua vida por nós, e nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3,16). […] Jesus disse a Pedro: «Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres» (Jo 21,18). É a cruz que Ele lhe havia prometido, é a Paixão. «Sobe, diz o Senhor, apascenta as minhas ovelhas, sofre pelas minhas ovelhas.» É assim que deve ser um bom bispo. Se não o for, não será bispo. […] 


Ouve outro testemunho. Dois dos seus discípulos, os irmãos João e Tiago, filhos de Zebedeu, aspiravam aos primeiros lugares. […] O Senhor respondeu-lhes: «Não sabeis o que pedis.» E acrescentou: «Podeis beber o cálice que Eu vou beber?» E que cálice era esse, senão o da Paixão? […] E eles, ávidos de honras, esquecidos da sua fraqueza, imediatamente dizem: «Podemos.» Ele replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.» […] Deu assim prova da sua humildade; na verdade, tudo o que o Pai prepara é também preparado pelo Filho. […] Ele veio humilde: Ele, o Criador, foi criado entre nós; Ele, que nos fez, foi feito para nós. Deus antes do tempo, homem no tempo, libertou o homem do tempo. Este grande médico veio curar o nosso cancro […]; veio curar o próprio orgulho pelo seu exemplo. 


É a isso que devemos estar atentos no Senhor: olhemos a sua humildade, bebamos o cálice da sua humildade, aprendamos dele, contemplemo-Lo. É fácil ter pensamentos nobres, é fácil apreciar as honras, é fácil ouvir os aduladores e os que nos elogiam. Mas ouvir insultos, suportar pacientemente as humilhações, orar por aqueles que nos ofendem (Mt 5,39-44), isso é o cálice do Senhor, isso é o banquete do Senhor.

(In: Evangelho Quotidiano)


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