XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Fariseu ou Publicano?
No domingo passado, refletimos
sobre a necessidade da Oração perseverante:
Um apelo muito atual ao homem moderno,
tão ocupado e preocupado com tantas coisas,
que quase não sobra tempo para si mesmo.
E o tempo que sobra gasta na TV ou outras
diversões.
Mas não basta rezar, precisa rezar bem...
- E qual é o espírito que deve animar a
nossa oração
para
que seja agradável a Deus e proveitosa para nós?
As leituras da Liturgia de hoje nos dão uma
resposta.
Na 1ª Leitura,
Deus afirma que escuta as sua súplicas os HUMILDES:
"A oração do humilde penetra as
nuvens..." (Eclo
35,15a-17.20-22a)
* A nossa
oração só tem valor e é acolhida por Deus,
quando parte de um coração pobre, humilde e
justo
e é solidária com todos os oprimidos e
empobrecidos.
Na 2ª Leitura,
Paulo, velho, preso, condenado à morte,
medita e reza sobre a sua VIDA... (1Tm 4,6-8.16-18)
"Combati
o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé..."
* É o testamento de alguém que está com a consciência
do dever cumprido
e
aguarda com humildade e confiança a
recompensa de Deus.
No Evangelho,
Jesus mostra a ORAÇÃO HUMILDE de um
pecador,
que se apresenta diante de Deus de mãos
vazias,
mas disposto a acolher o Dom de Deus. (Lc 18,9-14)
- Os destinatários da Parábola do Fariseu "santo"
e do Publicano "pecador"
são:
"alguns que se consideravam justos e
desprezavam os outros".
- Os dois rezam no Templo: um espera a
recompensa e o outro a misericórdia...
O modo
de rezar dos dois é bem diferente:
O Fariseu
pelo caminho do orgulho, o Publicano pelo caminho da humildade.
+ O FARISEU:
na frente... "de pé"... reza satisfeito pelo que é e pelo que faz:
- Sua oração é longa: é uma arrogante
exaltação de si.
Agradece
a Deus por não ser como os demais, nos quais só vê erros e pecados.
- É auto-suficiente: não precisa de Deus e
despreza os irmãos.
A sua
Salvação não é dom de Deus, mas conquista de suas "boas obras".
+ O PUBLICANO:
no fundo... de cabeça baixa... batendo no peito...
Reconhece
com humildade a soberania de Deus e a própria pequenez...
Ele precisa de Deus e aceita a salvação que Deus lhe oferece.
- Sua
oração é breve: resume-se em pedir perdão:
"Meu
Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador..."
+ À primeira vista, daria a impressão que o
fariseu era mau e o publicano bom. No entanto, o fariseu era "bom
praticante" e o publicano praticava injustiças. Mas, quem se comportava
bem foi condenado e o pecador voltou "justificado".
O fariseu ofereceu suas obras, o publicano
sua miséria e seus pecados...
- E Jesus conclui:
"Quem se exalta será humilhado, e quem
se humilha será exaltado".
A Parábola nos fala de DOIS TIPOS de Pessoas:
+ O Fariseu é modelo do homem
"justo", cumpridor de todas as leis,
que leva uma vida impecável. Ninguém o pode
acusar de ações contra Deus,
nem contra os irmãos. Está contente por não
ser como os outros.
Vai à missa todos os domingos... Paga o
dízimo... Confessa de vez em quando... Mas na confissão "não tem pecados".
Só tem boas obras a declarar...
Na Oração, ao invés de louvar a Deus,
louva-se a si mesmo...
Umas práticas religiosas bem observadas lhe
dão a segurança da salvação.
* CRISTO
quer uma religião em espírito e verdade, com o mandamento do amor.
E ele
a reduz a umas obrigações, para estar em dia com Deus...
+ O
Publicano é modelo do homem humilde, que se reconhece
pecador.
Sente necessidade de Deus, confia nele e lhe
oferece seu pobre coração abatido.
* Aceita com humildade os meios da Confissão,
da Missa e da Comunhão.
Não se considera melhor do que os outros... Nem os julga...
+ Os novos Fariseus...
O FARISAÍSMO é uma atitude religiosa que
nos impede de ver-nos como somos
e deturpa nossa relação com Deus e com os
irmãos.
Ninguém está isento da contaminação dessa
perene soberba humana.
PUBLICANOS são todos aqueles que tomam
consciência de seus erros
e pedem perdão.
+ Quais são os sentimentos que animam o
nosso coração na oração?
-
Do Fariseu ou do Publicano?
-
Como pretendemos voltar para casa?
- Será que muitas vezes não imitamos a
posição de suficiência do fariseu?
- Ao invés de escutar Deus e suas
exigências,
preferimos convidá-lo a que admire a boa pessoa que somos?
- Não seria melhor, nos colocar ao lado do
publicano,
reconhecendo
com humildade nossa condição de pecadores,
confiando na misericórdia de Deus.
Assim voltaremos para casa participando
mais perfeitamente
de sua justiça e de sua santidade.
Com este espírito, continuemos a nossa
oração,
para que ela seja realmente agradável a
Deus e proveitosa para nós.
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 27-10-2013