São dezenas de estruturas em pedra ou escavadas na
rocha encontradas em várias ilhas dos Açores e estão a gerar polémica, porque
parecem apontar para a presença humana no arquipélago muito antes da chegada dos
portugueses.
A multiplicação de descobertas arqueológicas no
Corvo, na Terceira e noutras ilhas dos Açores está a provocar polémica, porque
parece indicar a presença de navegadores muitos séculos antes da chegada
oficial dos portugueses, em 1427 (Diogo de Silves).
Celtas, fenícios, cartagineses, romanos podem
ter passado pelo arquipélago, porque o regresso ao Mediterrâneo ou ao norte da
Europa de qualquer barco que viajasse ao longo da costa africana teria de ser
feito pela chamada volta do Atlântico, por causa da direção dominante dos
ventos de nordeste.
Essa rota passava precisamente pelo grupo
central das ilhas dos Açores e pelos seus dois melhores portos naturais: Angra
do Heroísmo, na Terceira, e Horta, no Faial.
Faltam sondagens, escavações e datações por
radiocarbono para se tirarem conclusões definitivas, mas se fosse provada a
origem pré-portuguesa dos achados arqueológicos, a História teria de ser
rescrita, tanto no que diz respeito à descoberta das ilhas como ao paradigma da
navegação no Atlântico.
Félix Rodrigues, professor catedrático da
Universidade dos Açores, que descobriu e estudou em profundidade alguns destes
achados, vai mais longe e afirma ao Expresso: "Seria a maior descoberta
arqueológica da Europa dos últimos 100 anos".
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