Marcelo
distingue "heroísmo" e "bravura" de militares e emigrantes
O Presidente da
República condecora hoje o "heroísmo e a bravura" de seis militares,
mas também de emigrantes portugueses que ajudaram vítimas dos atentados de
Paris, cidade onde pela primeira vez decorrem as comemorações do 10 de Junho.
As comemorações do
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portugueses dividem-se este ano, e
de forma inédita, entre Lisboa, e Paris, onde o Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, proferirá os primeiros discursos do 10 de Junho do seu
mandato.
As celebrações
iniciam-se de manhã, no Terreiro do Paço, em Lisboa, com um âmbito militar, em
que o Chefe de Estado condecorará seis militares, por se terem destacado no
cumprimento de missões no âmbito nacional e internacional, três dos quais pela
sua atuação no período final da guerra colonial, entre 1973 e 1974, um deles em
Angola e dois em Moçambique, e outros três no ativo.
As
comemorações prosseguem em Paris, onde o Presidente permanece até ao dia 12 de
junho, onde condecorará cinco emigrantes portugueses, uma luso-descendente e
três franceses que destacaram na comunidade lusa na capital francesa.
"No dia
10 de Junho, esta é a minha visão, devem ser condecorados aqueles que no quadro
militar ou civil tiveram atuações que se aproximam da ideia de heroísmo ou de
bravura. Depois há muitos outros que têm comportamentos que merecem ser
galardoados e o ano tem mais 364 dias", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa,
em declarações aos jornalistas, na quinta-feira.
Margarida de Santos
Sousa, Manuela Gonçalves, José Gonçalves e Natália Teixeira Syed recebem hoje o
grau de Dama/Cavaleiro da Ordem da Liberdade, quase sete meses depois de terem
prestado auxílio a vítimas dos atentados de 13 de novembro em Paris, quando
abriram os portões dos seus pátios para abrigar os sobreviventes e ajudaram a
prestar os primeiros socorros a dezenas de pessoas.
Os
emigrantes portugueses serão condecorados nas cerimónias que decorrem na Câmara
Municipal de Paris, depois de um encontro, no Palácio do Eliseu, de Marcelo
Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, como Presidente
francês, François Hollande, e o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
Ao longo da
sua visita a Paris, o Presidente distinguirá outras personalidades que se
destacaram na comunidade lusa da capital francesa.
O fotógrafo
que mais retratou os bairros de lata portugueses em França nos anos 60 e 70,
nascido no Haiti há 89 anos (mas com nacionalidade francesa) Gérald Bloncourt,
vai receber a ordem de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Joaquim
Silva Sousa, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris, vai ser agraciado
com o grau de Comendador da Ordem do Mérito, por se tratar "de uma
personalidade consensual que reúne o respeito e admiração da comunidade
portuguesa em Paris, devido às atividades que desenvolve no seio da Santa
Casa".
O grau de
comendador da ordem de Mérito também vai ser atribuído ao empresário Valdemar
Francisco, de 62 anos, que está a ajudar a construir um monumento de homenagem
a um antigo autarca francês pela ajuda prestada aos imigrantes portugueses no
bairro de lata de Champigny.
Louis
Talamoni, antigo autarca de Champigny, vai ser condecorado a título póstumo com
o grau de comendador da Ordem da Liberdade, por "durante largos anos, a
partir de 1956 e até 1972, data da extinção do bidonville" ter procurado
"com grande determinação e uma inegável coragem, minorar o sofrimento de
todos os que viviam no bairro de lata".
Também o atual
Presidente da Câmara de Champigny, o francês Dominique Adenot, vai receber o
grau de Comendador da Ordem do Mérito, por "ter demonstrado um especial
interesse e empenho junto da comunidade portuguesa e lusodescendente do
município que dirige".
(notociasaominuto)
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