segunda-feira, 27 de junho de 2016

Nunca mais tragédias e indiferença


· Da Arménia o Papa lança um novo apelo à convivência pacífica e pede que sejam isolados quantos se servem da religião para justificar guerras e perseguições ·


25 de Junho de 2016


 «Que não haja mais tragédias como esta»: contêm uma admoestação e uma esperança as palavras escritas pelo Papa Francisco no final da visita ao memorial arménio do «Grande Mal». O Pontífice ficou prolongadamente em oração diante da chama perene que arde na esplanada de Tzitzenakaberd em recordação das vítimas do extermínio de que este povo foi vítima sob o império Otomano no início do século XX. Depois confiou às páginas do livro de honra dos hóspedes os seus auspícios: «Que a humanidade não esqueça – escreveu – e saiba vencer o mal com o bem. Deus conceda ao amado povo arménio e ao mundo inteiro paz e consolação».
O momento, doloroso e comovedor, no lugar que conserva a memória ferida da nação arménia abriu o segundo dia da viagem papal, que prosseguiu depois com a missa celebrada ainda na manhã de 25 de junho em Gyumri, coração da comunidade católica do país, próximo da fronteira turca. Mas o drama de Metz Yeghern já tinha sido evocado com palavras fortes por Francisco no discurso pronunciado na tarde de sexta-feira durante o encontro com o presidente da República e com as autoridades políticas, diplomáticas e civis em Yerevan. Aquela tragédia – indicada pelo Papa como a primeira da «triste lista das imanes catástrofes do século passado» – permanece de facto como exemplo de todas as aberrações «raciais, ideológicas e religiosas» que no século XX moveram as mãos de tantos «carnífices» animados pela intenção de «aniquilar povos inteiros». E é «tão triste que as grandes potências olhavam para o outro lado», comentou o Pontífice com amargura. Por conseguinte, a lição permanece atual. E tendo precisamente diante dos olhos «os êxitos nefastos a que levaram o ódio, o preconceito e o desejo desenfreado de domínio», Francisco lançou um novo apelo de paz à humanidade, desejando que ela procure sempre o caminho do diálogo e «saiba tirar daquelas trágicas experiências o ensinamento para agir com responsabilidade e sabedoria a fim de prevenir os perigos de voltar a cair em tais erros».

(br.radiovaticana)



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