Missa
Santa Marta
Cidade
do Vaticano (RV) - É preciso deixar-se interpelar pelo Espírito Santo, apender
a ouvi-lo antes de tomar decisões. Esta foi a exortação que o Papa Francisco
dirigiu aos fiéis na homilia da Missa desta segunda-feira (29/05) na capela da
Casa Santa Marta.
Nesta semana que
antecede Pentecostes, afirmou o Papa, a Igreja pede que rezemos para que
o Espírito venha no coração, na paróquia, na comunidade. Francisco inspirou-se
na Primeira Leitura, que poderíamos chamar de “Pentecostes de Éfeso". De
fato, a comunidade de Éfeso tinha recebido a fé, mas não sabia nem mesmo que
existisse o Espírito Santo. Eram “pessoas boas, de fé”, mas não conheciam
este dom do Pai. Depois, Paulo impôs as mãos sobre eles, desceu o Espírito
Santo e começaram a falar em línguas.
O Espírito Santo move o coração
O Espírito Santo, de fato, move o coração, como se lê nos Evangelhos, onde tantas pessoas - Nicodemos, a samaritana, a pecadora - são impulsionados a se aproximar de Jesus justamente pelo Espírito Santo. O Pontífice então convidou a nos questionar qual o lugar que o Espírito Santo tem em nossa vida:
“Eu sou
capaz de ouvi-lo? Eu sou capaz de pedir inspiração antes de tomar uma decisão
ou dizer uma palavra ou fazer algo? Ou o meu coração está tranquilo, sem
emoções, um coração fixo? Certos corações, se nós fizéssemos um
eletrocardiograma espiritual, o resultado seria linear, sem emoções. Também nos
Evangelhos há essas pessoas, pensemos nos doutores da lei: acreditavam em Deus,
todos sabiam os mandamentos, mas o coração estava fechado, parado, não se
deixavam inquietar”.
Não à fé ideológica
A exortação central do papa, portanto, é deixar-se inquietar, isto è, interpelar pelo Espírito Santo que faz discernir e não ter uma fé ideológica:
“Deixar-se
inquietar pelo Espírito Santo: “Eh, ouvi isso… Mas, padre, isso é
sentimentalismo?” - “Pode ser, mas não. Se você for pela estrada justa não é
sentimentalismo”. “Senti a vontade de fazer isso, de visitar aquele doente ou
mudar de vida ou abandonar isso …”. Sentir e discernir: discernir o que sente o
meu coração, porque o Espírito Santo é o mestre do discernimento. Uma pessoa
que não tem esses movimentos no coração, que não discerne o que acontece, é uma
pessoa que tem uma fé fria, uma fé ideológica. A sua fé é uma ideologia, é
isso”.
Interrogar-se sobre a relação
com o Espírito Santo
Este era o “drama” daqueles doutores da lei que eram contrários a Jesus. O Papa exortou a se interrogar sobre a própria relação com o Espírito Santo:
Este era o “drama” daqueles doutores da lei que eram contrários a Jesus. O Papa exortou a se interrogar sobre a própria relação com o Espírito Santo:
“Peço que
me guie pelo caminho que devo escolher na minha vida e também todos os dias?
Peço que me dê a graça de distinguir o bom do menos bom? Porque o bem do mal se
distingue logo. Mas há aquele mal escondido, que é o menos bom, mas esconde o
mal. Peço essa graça? Esta pergunta eu gostaria de semeá-la hoje no coração de
vocês.”
Portanto,
é preciso se interrogar se temos um coração irrequieto porque movido pelo
Espírito Santo ou se fazemos somente “cálculos com a mente” . No Apocalipse, o
apóstolo João inicia convidando as “sete Igrejas” – as sete dioceses daquele
tempo, disse o Papa Francesco – a ouvir o que o Espírito Santo lhes diz.
“Peçamos também nós esta graça de ouvir o que o Espírito diz à nossa Igreja, à
nossa comunidade, à nossa paróquia, à nossa família e cada um de nós, a graça
de aprender esta linguagem de ouvir o Espírito Santo”.
radiovaticana
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