· Na audiência geral o Papa indicou a missão da
Igreja no encontro de Emaús ·
24
de Maio de 2017
No encontro de
Jesus com os discípulos de Emaús «está todo o destino da Igreja» que «não se
fecha numa cidadela fortificada mas avança no seu ambiente mais vital, ou seja,
no caminho», recordou o Papa Francisco ao comentar o episódio evangélico na
audiência geral de quarta-feira 24 de maio na praça de São Pedro.
«Nele – explicou
o Pontífice referindo-se ao “cenário” do caminho – encontramo-nos com as
pessoas, com as suas esperanças e desilusões, muitas vezes graves. A Igreja
ouve as histórias de todos, como saem do íntimo da consciência pessoal; para
depois oferecer a palavra de vida, o testemunho do amor de Deus, amor fiel até
ao fim. Então o coração das pessoas volta a arder de esperança».
Foi o que
aconteceu aos discípulos que na estrada para Emaús «caminhavam desiludidos,
tristes, decididos a deixar para trás a amargura de uma vicissitude frustrada».
De facto, os dois «cultivavam uma esperança unicamente humana que agora
desmoronava». A cruz elevada no Calvário era para eles «o sinal mais eloquente
de uma derrota que não tinham previsto».
O encontro com
Jesus, pelo contrário, marca o início de uma verdadeira «terapia da esperança».
O Senhor «pergunta e ouve», depois fala «através das Escrituras» e repete «o
gesto-chave de cada Eucaristia: toma o pão, abençoa-o, parte-o e oferece-o».
Uma «série de gestos» que se tornam «o sinal do que deve ser a Igreja». De
facto, Ele «toma-nos, abençoa-nos, “parte” a nossa vida e oferece-a aos
outros».
«Todos nós –
reconheceu Francisco a tal propósito – tivemos momentos difíceis, escuros;
momentos nos quais caminhávamos tristes, preocupados, sem horizontes, só com um
muro na frente». Mas Jesus «está sempre ao nosso lado para nos restituir a
esperança, para aquecer o nosso coração». Eis o «segredo» do caminho que leva a
Emaús: «Também através das aparências contrárias, continuamos a ser amados e
Deus nunca deixará de nos amar». Ele – garantiu o Papa – «caminhará sempre
connosco, sempre, até nos momentos mais dolorosos, mais terríveis, até nos
momentos da derrota: ali está o Senhor. E esta é a nossa esperança».
(L´osservatoreromano)
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