· O Papa condenou o insensato ato de violência que
causou a morte de vinte e duas pessoas ·
23
de Maio de 2017
Tem 16 anos a
primeira vítima identificada do massacre de Manchester. O seu nome é Georgina
Bethany Callander e, poucas horas antes de morrer, disse no Twitter que estava
animada para ir ao concerto do seu ídolo, a cantora Ariana Grande, na
Manchester Arena. Tudo aconteceu na madrugada entre segunda e terça-feira, de
acordo com um esquema que já se tornou tragicamente conhecido. Um homem-bomba —
como confirmou a polícia britânica — conseguiu evitar os controles, fazendo-se
explodir no meio da multidão. O balanço fala de 22 vítimas, entre as quais três
crianças e 59 feridos.
Pesar e
solidariedade às vítimas do ataque foram expressos pelo Papa Francisco num
telegrama assinado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado. O Papa
«está profundamente triste ao tomar conhecimento da ferida e da trágica perda
de vidas humanas causadas pelo bárbaro ataque em Manchester, e exprime a sua
sincera solidariedade a todos aqueles que foram atingidos por este insensato
ato de violência», lê-se no telegrama. O Papa Francisco «elogia o esforço
generoso do pessoal de emergência e segurança, garantindo as suas preces por
todos os feridos e por todos os que morreram. Evocando, de modo especial, as
crianças e os jovens que perderam a vida, e as suas famílias em luto, o Papa invoca
a bênção de Deus sobre as nações pela paz, a cura e a força».
Como no Bataclan
de paris e no Reina Club de Istambul, o terrorismo jihadista responde às
derrotas militares no Médio Oriente atacando os grandes lugares de encontro e
de diversão, frequentados sobretudo por jovens e adolescentes. O chamado Estado
islâmico (Is) reivindicou o ataque e, covardemente, os sites da propaganda
jihadista exultaram: «As bombas da aviação britânica sobre as crianças de Mosul
e Raqqa foram devolvidas ao remetente».
O chefe da
polícia de Manchester, Ian Hopkins, confirmou que se tratou de um ataque
suicida. Mas ainda não ficou claro — explicou Hopkins — se o terrorista morreu
na explosão ou não. «O homem agiu sozinho», explicou o chefe da polícia.
«Julgamos que ele dispunha de uma bomba improvisada que detonou, causando esta
atrocidade. Ainda devemos descobrir se tinha cúmplices ou fazia parte de uma
rede». Hopkins não divulgou a identidade do terrorista e nem sequer confirmou
se era um cidadão britânico. Aliás, exortou a imprensa a não «fazer
especulações sobre a sua identidade, nem a fazer circular nomes. É uma
investigação complexa e ampla, ainda em curso», acrescentou, deixando entender
que os investigadores não querem comprometer as inquirições, divulgando a
identidade do terrorista. Entretanto, poucas horas após tais declarações, um
jovem de 23 anos foi preso no sul de Manchester: parece que está ligado ao
ataque terrorista.
O ataque ocorreu
no final do concerto da estrela pop norte-americana Ariana Grande, muito amada
pelos adolescentes e pelas crianças. Naquele momento, na Manchester Arena havia
pelo menos 21.000 pessoas. Também por isso, a dinâmica dos acontecimentos e o
balanço exato do atentado são difíceis de reconstruir. Ainda não há notícias de
muitas crianças cujos vestígios, no pânico geral, se perderam. Nas redes
sociais intensificam-se os apelos a compartilhar informações. Segundo a
imprensa local, haveria pelo menos 12 desaparecidos de 15 a 29 anos. Alguns
pais feridos no atentado não querem ser curados antes de conhecer o destino dos
seus filhos, dos quais não têm notícias desde o momento da explosão.
(osservatoreromano)
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