quarta-feira, 24 de maio de 2017

Bárbaro ataque em Manchester


· ​O Papa condenou o insensato ato de violência que causou a morte de vinte e duas pessoas ·

23 de Maio de 2017


Tem 16 anos a primeira vítima identificada do massacre de Manchester. O seu nome é Georgina Bethany Callander e, poucas horas antes de morrer, disse no Twitter que estava animada para ir ao concerto do seu ídolo, a cantora Ariana Grande, na Manchester Arena. Tudo aconteceu na madrugada entre segunda e terça-feira, de acordo com um esquema que já se tornou tragicamente conhecido. Um homem-bomba — como confirmou a polícia britânica — conseguiu evitar os controles, fazendo-se explodir no meio da multidão. O balanço fala de 22 vítimas, entre as quais três crianças e 59 feridos.
Pesar e solidariedade às vítimas do ataque foram expressos pelo Papa Francisco num telegrama assinado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado. O Papa «está profundamente triste ao tomar conhecimento da ferida e da trágica perda de vidas humanas causadas pelo bárbaro ataque em Manchester, e exprime a sua sincera solidariedade a todos aqueles que foram atingidos por este insensato ato de violência», lê-se no telegrama. O Papa Francisco «elogia o esforço generoso do pessoal de emergência e segurança, garantindo as suas preces por todos os feridos e por todos os que morreram. Evocando, de modo especial, as crianças e os jovens que perderam a vida, e as suas famílias em luto, o Papa invoca a bênção de Deus sobre as nações pela paz, a cura e a força».
Como no Bataclan de paris e no Reina Club de Istambul, o terrorismo jihadista responde às derrotas militares no Médio Oriente atacando os grandes lugares de encontro e de diversão, frequentados sobretudo por jovens e adolescentes. O chamado Estado islâmico (Is) reivindicou o ataque e, covardemente, os sites da propaganda jihadista exultaram: «As bombas da aviação britânica sobre as crianças de Mosul e Raqqa foram devolvidas ao remetente».
O chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, confirmou que se tratou de um ataque suicida. Mas ainda não ficou claro — explicou Hopkins — se o terrorista morreu na explosão ou não. «O homem agiu sozinho», explicou o chefe da polícia. «Julgamos que ele dispunha de uma bomba improvisada que detonou, causando esta atrocidade. Ainda devemos descobrir se tinha cúmplices ou fazia parte de uma rede». Hopkins não divulgou a identidade do terrorista e nem sequer confirmou se era um cidadão britânico. Aliás, exortou a imprensa a não «fazer especulações sobre a sua identidade, nem a fazer circular nomes. É uma investigação complexa e ampla, ainda em curso», acrescentou, deixando entender que os investigadores não querem comprometer as inquirições, divulgando a identidade do terrorista. Entretanto, poucas horas após tais declarações, um jovem de 23 anos foi preso no sul de Manchester: parece que está ligado ao ataque terrorista.
O ataque ocorreu no final do concerto da estrela pop norte-americana Ariana Grande, muito amada pelos adolescentes e pelas crianças. Naquele momento, na Manchester Arena havia pelo menos 21.000 pessoas. Também por isso, a dinâmica dos acontecimentos e o balanço exato do atentado são difíceis de reconstruir. Ainda não há notícias de muitas crianças cujos vestígios, no pânico geral, se perderam. Nas redes sociais intensificam-se os apelos a compartilhar informações. Segundo a imprensa local, haveria pelo menos 12 desaparecidos de 15 a 29 anos. Alguns pais feridos no atentado não querem ser curados antes de conhecer o destino dos seus filhos, dos quais não têm notícias desde o momento da explosão. 
(osservatoreromano)




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