“Não
aos rígidos de vida dupla,
na
Igreja é necessária a mansidão”
Missa
Santa Marta
Cidade
do Vaticano (RV) – Também hoje, na Igreja, existem pessoas
que usam a rigidez para encobrir os próprios pecados. Esta foi a advertência que o Papa Francisco fez na
homilia da missa celebrada
esta sexta-feira (05/05) na capela da Casa Santa Marta.
Comentando a
Primeira Leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, o Pontífice falou sobre a
figura de São Paulo que, de rígido perseguidor, se tornou manso e paciente
anunciador do Evangelho.
“A primeira vez que
aparece o nome de Saulo – observou Francisco – é na lapidação de Estevão”.
Saulo era um “jovem, rígido, idealista” e estava “convencido” da rigidez da
Lei.
Não aos rígidos de vida dupla
Era
rígido, comentou o Papa, mas “era honesto”. Ao invés, Jesus “teve que condenar
os rígidos que não eram honestos”:
“São os
rígidos de vida dupla: se mostram belos, honestos, mas quando ninguém os vê,
fazem coisas feias. Ao invés, este jovem era honesto: acreditava nisso. Quando
falo disso, penso em muitos jovens que caíram na tentação da rigidez, hoje, na
Igreja. Alguns são honestos, são bons, devemos rezar para que o Senhor os ajude
a crescer no caminho da mansidão”.
Francisco
prosseguiu dizendo que outras pessoas “usa a rigidez para encobrir as
fraquezas, pecados, doenças de personalidade e usam a rigidez” para se afirmar
sobre os outros. O Papa observou que Saulo, crescido nesta rigidez, não pode
tolerar aquela que para ele é uma heresia e, assim, começa a perseguir os
cristãos. “Pelo menos – comenta o Pontífice com amargura – deixava as crianças
vivas: hoje, nem isso”.
Saulo
então vai a Damasco para capturar os cristãos e conduzi-los prisioneiros a
Jerusalém. E no caminho há o encontro “com outro homem que fala com uma
linguagem de mansidão: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’”.
De perseguidor, São
Paulo se torna evangelizador
A
criança, disse, “o rapaz rígido, que se fez homem rígido – mas honesto! – se
fez criança e se deixou conduzir para onde o Senhor o chamou. A força da
mansidão do Senhor”. Saulo se torna então Paulo, anuncia o Senhor até o fim e
sofre por Ele:
“E assim,
este homem da própria experiência prega aos outros, de uma parte a outra:
perseguido, com muitos problemas, inclusive na Igreja, também teve que sofrer
com o fato que os próprios cristãos brigassem entre si. Mas ele, que tinha
perseguido o Senhor com o zelo da Lei, dirá aos cristãos: ‘Com o mesmo que se
afastaram do Senhor, pecaram, com a mente, com o corpo, com tudo, com os mesmos
membros agora sejam perfeitos, deem glória a Deus’”.
Que os rígidos sigam o caminho
da mansidão de Jesus
“Existe o
diálogo entre a suficiência, a rigidez e a mansidão”, disse o Papa. “O diálogo
entre um homem honesto e Jesus que lhe fala com doçura”. E assim, destacou,
“começa a história deste homem que conhecemos ainda jovem, na lapidação de
Estevão, e que acabará traído por um cristão”. Para alguns, a vida de São Paulo
“é uma falência”, assim como aquela de Jesus:
“Este é o
caminho do cristão: ir avante pelos vestígios que Jesus deixou, vestígios da
pregação, do sofrimento, da Cruz, da ressurreição. Peçamos a Saulo, hoje, de
modo especial pelos rígidos que existem na Igreja; pelos rígidos-honestos como
ele, que têm zelo, mas erram. E pelos rígidos hipócritas, os de vida dupla,
aqueles aos quais Jesus dizia: ‘Façam o que dizem, mas não o que fazem’. Hoje,
rezemos pelos rígidos”.
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(radiovaticana)
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