Cairo (RV) - O Papa Francisco e
o Patriarca copta-ortodoxo, Tawadros II, assinaram uma declaração conjunta,
nesta sexta-feira (28/04), no Cairo, na qual se comprometem em promover a
comunhão plena entre as duas comunidades, separadas desde o século V.
“O nosso vínculo profundo de
amizade e fraternidade tem sua origem na plena comunhão que existia entre as
nossas Igrejas nos primeiros séculos tendo-se expressado de várias maneiras nos
primeiros Concílios Ecumênicos, começando pelo Concílio de Nicéia em 325 e a
contribuição de Santo Atanásio, corajoso Padre da Igreja que mereceu o título
de «Protetor da Fé». A nossa comunhão manifestava-se através da oração e
práticas litúrgicas semelhantes, na veneração dos mesmos mártires e santos, e
no fomento e difusão do monaquismo, seguindo o exemplo do grande Santo Antão,
conhecido como o pai de todos os monges”, destaca o texto.
“Esta experiência
comum de comunhão, anterior ao tempo de separação, assume um significado
especial em nossa busca atual de restabelecimento da plena comunhão. A maior
parte das relações que existiam nos primeiros séculos continuaram, apesar das
divisões, entre a Igreja Católica e a Igreja Copta-ortodoxa até o dia de hoje e
recentemente foram mesmo revitalizadas. Estas nos desafiam a intensificar os
nossos esforços comuns, perseverando na busca duma unidade visível na
diversidade, sob a guia do Espírito Santo.”
Papa Francisco e
Tawadros II recordaram também o encontro fraterno realizado em Roma, em 10 de
maio de 2013, e a instituição do dia 10 de maio, como Dia da Amizade
copta-católica.
“Alguns
acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e
mortos pelo simples motivo de serem cristãos, nos recordam mais do que nunca
que o ecumenismo dos mártires nos une e nos encoraja a prosseguir no caminho da
paz e da reconciliação”, lê-se na declaração.
“Este renovado
espírito de proximidade permitiu-nos discernir ainda melhor como o vínculo que
nos une foi recebido de nosso único Senhor no dia do Batismo. Com efeito, é
através do Batismo que nos tornamos membros do único Corpo de Cristo que é a
Igreja Esta herança comum é a base da peregrinação que juntos realizamos
rumo à plena comunhão, crescendo no amor e na reconciliação.”
O documento, com 12
itens, apresenta o Egito como “terra de mártires e de santos”, na qual os
cristãos se encontram e dialogam sob a “herança comum” do Batismo.
“Esforcemo-nos em
promover a tranquilidade e a concórdia através da coexistência pacífica entre
cristãos e muçulmanos, testemunhando que Deus deseja a unidade e a harmonia de
toda a família humana e a igual dignidade de cada ser humano”, ressaltam ainda
os dois líderes no documento, defendendo o direito da “liberdade religiosa, que
engloba a liberdade de consciência e está enraizada na dignidade da pessoa.
Esta é a pedra angular de todas as outras liberdades. É um direito sagrado e
inalienável”.
(MJ)
radiovaticana
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