Missa Santa Marta
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco
celebrou a missa matutina, nesta segunda-feira (08/05), na Casa Santa Marta. Em
sua homilia, ressaltou que o “Espírito Santo movimenta a Igreja e faz a
comunidade cristã se mover”.
Segundo o Santo Padre, esta
verdade nós a encontramos em particular na primeira leitura do dia extraída dos
Atos dos Apóstolos.
O Espírito Santo realiza
milagres, coisas novas e “alguns certamente tinham medo dessa novidade da
Igreja”:
“O Espírito é o dom de Deus,
desse Deus, nosso Pai, que sempre nos surpreende. O Deus das surpresas. Por
que? Porque é um Deus vivo, um Deus que habita em nós, um Deus que move o nosso
coração, um Deus que está na Igreja, caminha conosco e neste caminhar nos
surpreende sempre. Assim como Ele teve a criatividade de criar o mundo, o Deus
que nos surpreende tem a criatividade de criar coisas novas todos os dias.”
Isso pode criar
“dificuldade” como acontece a Pedro que foi contestado pelos outros discípulos
quando souberam que “também os pagãos tinham acolhido a Palavra de Deus”. Para
eles, Pedro tinha exagerado e o repreenderam porque, segundo eles, era um
“escândalo”. E disseram a Pedro: “Você, pedra da Igreja! Para aonde quer nos
levar?”
Pedro fala de sua
visão, “um sinal de Deus” que lhe faz “tomar uma decisão corajosa”. “Pedro,
reiterou o Papa, “é capaz de acolher a novidade de Deus”. Diante de muitas
surpresas do Senhor, “os Apóstolos devem se reunir, discutir e chegar a um
acordo” para dar “o passo adiante que o Senhor deseja”:
“Sempre, desde os tempos dos
profetas até hoje, existe o pecado de resistir ao Espírito Santo: a resistência
ao Espírito. Este é o pecado repreendido por Estevão aos membros do Sinédrio:
‘Vocês e seus pais resistiram sempre ao Espírito Santo’. A resistência ao Espírito
Santo. Não. Sempre foi feito assim e deve ser feito assim. Não venha com essas
novidades, Pedro! Fique tranquilo. Tome um ansiolítico para acalmar os nervos.
Fique tranquilo! É o fechar-se para a voz de Deus. O Senhor, no Salmo, fala ao
seu povo: ‘Não endureça o seu coração como os seus pais.”
O Senhor, afirmou o
Papa referindo-se ao Evangelho do dia sobre o Bom Pastor, nos pede sempre para
não endurecer o nosso coração. “O que o Senhor deseja é que existam outros
povos”, outros rebanhos, “mas haverá um só rebanho e um só pastor”. Os que eram
julgados pagãos, condenados, quando aceitavam a fé eram considerados “fiéis de
segunda categoria: ninguém dizia, mas de fato era assim”:
“O fechamento, a resistência ao
Espírito Santo, aquela frase que fecha sempre, que bloqueia a pessoa: sempre
foi feito assim. Isso mata. Isso mata a liberdade, mata a alegria, mata a
fidelidade ao Espírito Santo que sempre age na frente fazendo a Igreja progredir.
Mas, como eu posso saber se algo é do Espírito Santo ou da mundanidade, do
espírito do mundo, ou do espírito do diabo? Como posso? E preciso pedir a graça
do discernimento. O instrumento que o Espírito nos dá é o discernimento.
Discernir, em todo caso, como se deve fazer. Foi o que fizeram os Apóstolos: se
reuniram, falaram e viram qual era o caminho do Espírito Santo. Ao contrário,
os que não tinham esse dom ou não tinham rezado pedindo esse dom, permaneceram
fechados e inertes.”
Nós cristãos devemos
entre as muitas novidades “saber discernir, discernir uma coisa da outra,
discernir qual é a novidade, o vinho novo que vem de Deus, qual é a novidade
que vem do espírito do mundo e qual é a novidade que vem do diabo”.
“A fé nunca muda. A
fé é a mesma, porém, em movimento, cresce e se expande”. Recordando um monge
dos primeiros séculos, São Vicente de Lerino, o Papa sublinhou que “as verdades
da Igreja vão adiante: se consolidam com os anos, se desenvolvem com o tempo,
se aprofundam com a idade, para que sejam mais fortes com o tempo, com os anos,
se expandam com o tempo e sejam mais elevadas com a idade da Igreja”.
“Peçamos ao Senhor
a graça do discernimento para não errar o caminho e não cair na inércia, na
rigidez e no fechamento do coração”, concluiu o Papa.
(MJ)
radiovaticana
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