sexta-feira, 19 de maio de 2017

Não se honra o nome de Deus matando


· O Pontífice condenou o fundamentalismo
e o recurso à força para resolver conflitos ·

18 de Maio de 2017

A firme condenação do fundamentalismo religioso e do recurso à força para resolver os conflitos foi reafirmada por Francisco no discurso que dirigiu esta manhã, quinta-feira 18 de maio, a seis novos embaixadores junto da Santa Sé. «A quem deturpa a imagem de Deus – foi o seu apelo – seja oposta uma ação unânime para mostrar que se honra o seu nome salvando vidas e não matando-as».
Recebendo na Sala Clementina as cartas credenciais do primeiro representante diplomático da Mauritânia e dos novos embaixadores do Nepal, Trindade e Tobago, Sudão, Cazaquistão e Níger, Francisco proferiu um discurso no qual, partindo do atual «cenário internacional atravessado por densas nuvens», desejou «mais consciência dos comportamentos e das ações necessárias para enveredar por um percurso de paz que diminua as tensões».
O Papa indicou entre «os fatores que agravam os problemas» antes de tudo o conceito errado de «uma economia e de uma finança que, em vez de servir o ser humano, se organizam para se servirem a si mesmas e se subtraírem ao controle dos poderes públicos». O Pontífice denunciou ainda «o aumento da propensão a considerar o recurso à força não como última ratio mas quase como um meio entre outros». E advertiu sobretudo contra «o abuso da religião para justificar a sede de poder, a instrumentalização do santo nome de Deus para fazer avançar» os desígnios hegemónicos. Trata-se, disse a este propósito, de verdadeiras “degradações” que fazem correr riscos enormes «à paz no mundo». «O homem e não o dinheiro volte a ser o fim da economia» desejou, exortando a «fazer face às divergências com a paciência corajosa do diálogo e da diplomacia, com iniciativas de encontro e de paz e não com a exibição da força e o seu uso precipitado e desconsiderado». Por isso convidou também a «isolar todo aquele que procura transformar uma pertença e uma identidade religiosa num motivo de ódio». É preciso contrastar esta mentalidade com o compromisso de levar «reconciliação e paz e não divisão e guerra», agindo «com a misericórdia e a compaixão e não com a indiferença e a brutalidade». Só assim, concluiu, «a causa da paz e da justiça dará concretos passos em frente».


(L´osservatoreromano)

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