segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A autoridade seja serviço,
se exercitada mal é opressão
Angelus

Cidade do Vaticano (RV) – “Fico triste em ver pessoas que psicologicamente vivem correndo atrás das honras. Não devemos de modo algum dominar os outros, olhá-los de cima para baixo. É uma atitude difusa na vida civil, mas também na vida eclesiástica. Entre nós deve existir a simplicidade”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, condenando com força o comportamento farisaico na Igreja, encarnado por aqueles, como diz o Evangelho, “amar­ram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo”. E continuou o Papa:

“Esta atitude é um mau exercício da autoridade, que, em vez disso, deveria ter sua primeira força precisamente no bom exemplo, para ajudar os outros a praticarem o que é correto e apropriado, sustentando-os nas provas que se encontram no caminho do bem. A autoridade é uma ajuda, mas se for exercitada mal, torna-se opressiva, não deixa as pessoas crescerem e cria um clima de desconfiança e hostilidade. E leva até à corrupção”.

Na sua breve catequese que precedeu o Angelus o Papa Francisco recordou que no Evangelho deste domingo Jesus denuncia abertamente alguns comportamentos negativos dos escribas e dos fariseus que “gostam do lugar de honra nos banquetes e dos primeiros assentos nas sina­go­gas, de serem cumprimentados nas pra­ças­ pú­blicas”.

Esta – explicou o Papa - é uma tentação que corresponde ao orgulho humano e que nem sempre é fácil vencer. E recordou o que Jesus disse aos seus discípulos: “não vos façais chamar de ‘ra­bi’,­ pois um só é vosso Mestre e todos vós sóis irmãos. Não deixeis que vos chamem de ‘guia’, pois um só é o vosso Guia, o Cristo. Quem dentre vós é o maior deve ser aquele que vos serve”.

“Nós, discípulos de Jesus, não devemos buscar títulos de honra, de autoridade ou de supremacia. Eu digo a vocês que eu fico triste ver pessoas que psicologicamente vivem correndo atrás da vaidade das honras. Nós, discípulos, não devemos de modo algum fazer isso, pois entre nós deve existir uma atitude simples e fraterna. Somos todos irmãos e não devemos dominar os outros, olhá-los de cima para baixo. Não, somos todos irmãos”.

Se nós recebemos qualidades do Pai Celeste, - continuou o Papa -, devemos colocá-las ao serviço dos irmãos e não se aproveitar delas para a nossa satisfação pessoal. Não devemos nos considerar superiores aos outros; a modéstia é essencial para uma existência que deseja se conformar ao ensinamento de Jesus, que é gentil e humilde de coração. Ele veio não para ser servido mas para servir”.

“Que a Virgem Maria, - concluiu Francisco -, nos ajude com a sua materna intercessão, a fugir do orgulho e da vaidade e a sermos dóceis ao amor que vem de Deus, no serviço aos nossos irmãos para a alegria deles, que também será nossa”. (SP)


(radiovaticana)

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