Papa reza pelos mortos
em guerra:
Que o Senhor nos dê a
graça de chora
Celebrações
Cidade
do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou a santa missa no cemitério de
Nettuno no Dia de Finados.
O
Pontífice deixou o Vaticano na parte da tarde e de carro percorreu cerca de 50
km até a cidade que fica na Diocese de Albano.
Antes da celebração, Francisco
se deteve em oração entre os túmulos, onde estão sepultados os soldados
estadunidenses que combateram a II Guerra Mundial na Itália, em memória de
todos os caídos em combates.
Em sua homilia pronunciada sem
um texto escrito, o Papa repetiu as palavras de Paulo na segunda leitura, “A
esperança não decepciona” e comentou: “Mas a esperança muitas vezes
nasce e finca raízes em muitas chagas humanas, em muitas dores humanas. Esses
momentos de dor nos fazem olhar o céu e dizer ‘creio que o Redentor está vivo,
mas chega Senhor, não mais a guerra. Nunca mais esse massacre inútil, como
disse Bento XV”.
Seria melhor
esperar o reencontro com Deus, prosseguiu Francisco, sem essa destruição, sem
ver milhares e milhares de jovens mortos, de esperanças despedaçadas.
“Não mais, Senhor. Isso devemos
dizer hoje, rezemos por todos os mortos, mas de modo especial por esses jovens.
Hoje que o mundo mais uma vez está em guerra e se prepara ainda mais fortemente
para a guerra. Nunca mais Senhor. Com a guerra, tudo se perde.”
O Papa citou uma
idosa entre as ruínas de Hiroshima, que dizia com resignação sapiencial: “Os
homens fazem de tudo para declarar e fazer uma guerra. E no final, destroem a
si mesmos”.
“Esta é a guerra. A destruição
de nós mesmos”,
comentou o Pontífice, afirmando que a humanidade não pode esquecer hoje as
lágrimas derramadas em guerras, as lágrimas das mães e esposas quando recebiam
a notícia da morte de seus filhos e maridos.
“Mas a humanidade
não aprendeu a lição e parece que não quer aprendê-la”, constatou o Papa:
“Quando muitas vezes na
história os homens pensam em fazer uma guerra, estão certos de levar um mundo
novo, de fazer uma primavera e tudo acaba num inverno cruel, reino do terror e
de morte. Hoje, rezemos por todos os defuntos, mas de modo especial por esses
jovens. Num momento onde muitos morrem nas batalhas de todos os dias, nesta
guerra em pedaços, rezemos também pelos mortos de hoje em guerra, inclusive
crianças inocentes. Este é o fruto da guerra: a morte. Que o senhor nos dê a
graça de chorar.”
Após a celebração,
Francisco visitou o sacrário-monumento nacional italiano “Fossas Ardeatinas”,
onde se deteve brevemente em oração pelas vítimas do excídio de 24 de março de
1944, no qual 335 civis e militares italianos foram trucidados pelas tropas de
ocupação alemãs.
Ao regressar ao
Vaticano, o Pontífice vai à cripta da Basílica Vaticana para um momento de
oração em sufrágio dos Papas ali sepultados e de todos os defuntos.
(radiovaticana)
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