Ir à Missa é como ir ao
Calvário
Audiência Geral
Cidade do Vaticano (RV) -
“Quando vamos à Missa é como se fôssemos a um Calvário. (...) Cada celebração
da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado”.
Na Audiência Geral desta
quarta-feira, o Papa Francisco deu prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre
a Missa, falando sobre a “Missa, memorial do mistério pascal de Cristo”.
Mas,
essencialmente, o que é a Missa? - perguntou Francisco aos cerca de 15 mil
fiéis presentes na Praça São Pedro à uma temperatura de 10°C.
“A Missa é o
memorial do Mistério pascal de Cristo. Ela nos torna partícipes na sua vitória
sobre o pecado e a morte e dá significado pleno a nossa vida” - respondeu -
ressaltando, que para compreender o seu valor, devemos antes de tudo entender o
significado bíblico de “memorial”. E explicou:
“Este não é somente a recordação
– o memorial não é somente uma recordação - não é somente uma recordação dos
acontecimentos do passado, mas o memorial os torna de certo modo presentes e
atuais. Precisamente assim Israel entende a sua libertação do Egito: toda vez
que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes na
memória dos fiéis para que conformem a própria vida a eles”.
“Jesus, com sua
paixão, morte, ressurreição e ascensão ao Céu, levou a Páscoa ao seu
cumprimento”, completou.
Assim, a Missa “é o
memorial da sua Páscoa, de seu “êxodo”, que realizou por nós, para nos fazer
sair da escravidão e nos introduzir na terra prometida da vida eterna. Não é
somente uma recordação, não, é mais do que isto: é fazer presente o que
aconteceu há 20 séculos”.
Assim, “a
Eucaristia nos leva sempre ao ápice da ação de salvação de Deus: o Senhor
Jesus, fazendo-se pão partido por nós, derrama sobre nós toda a sua
misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, renovando o nosso coração, a nossa
existência e o nosso modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos":
“Cada celebração da Eucaristia é
um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado. Participar da Missa, em
particular no domingo, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser
iluminados pela sua luz, aquecidos pelo seu calor. Por meio da celebração
eucarística, o Espírito Santo nos torna partícipes da vida divina que é capaz
de transfigurar todo o nosso ser mortal. Na sua passagem da morte à vida, do
tempo à eternidade, o Senhor Jesus nos leva com Ele para fazer a Páscoa. Na
Missa se faz Páscoa. Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e
Ele nos leva para frente, para a vida eterna. Na Missa nos unimos a Ele. Antes
ainda, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele (...). Assim pensava São Paulo”.
Na Páscoa
estamos com Jesus morto e ressuscitado que nos impulsiona para a vida eterna.
Na Missa nos unimos a Ele. Ou melhor, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele”,
como afirma São Paulo”.
O seu sangue –
completa o Santo Padre – “nos liberta da morte e do medo da morte”:
“Nos liberta não somente do
domínio da morte física, mas da morte espiritual que é o mal, o pecado, que
toma conta de nós cada vez que caímos vítima do pecado nosso ou dos outros. E
então a nossa vida é sujada, perde a beleza, perde o significado, esmorece”.
Cristo, pelo
contrário “nos dá a vida novamente; Cristo é a plenitude da vida, e quando
enfrentou a morte, a aniquilou para sempre”:
“A Páscoa de Cristo é a vitória
definitiva sobre a morte, porque Ele transformou a sua morte em supremo ato de
amor. Morreu por amor. E na Eucaristia, Ele quer nos comunicar este seu amor
pascal, vitorioso. Se o recebemos com fé, também nós podemos amar
verdadeiramente Deus e o próximo, podemos amar como Ele nos amou, dando a
vida”.
E “se o amor de
Cristo está em mim – sublinhou o Papa – posso doar-me plenamente ao outro, na
certeza interior de que mesmo que o outro me fira, eu não morrerei. Caso
contrário, deverei defender-me”:
“Os mártires deram a sua vida
justamente por esta certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Somente se
experimentamos este poder de Cristo, o poder de seu amor, somos realmente
livres para nos doar sem medo”.
E esta é a Missa –
enfatizou o Papa - entrar nesta paixão, morte, ressurreição, ascensão de Jesus:
“E quando vamos à Missa é como
se fôssemos a um Calvário, é a mesma coisa. Mas pensem: se vamos ao Calvário -
pensemos usando a imaginação - naquele momento, nós sabemos que aquele
homem ali é Jesus. Mas, nós nos permitiremos ficar conversando, tirar
fotografias, fazer um pouco o espetáculo? Não! Porque é Jesus! Nós, certamente
estaremos em silêncio, no choro, e também na alegria de sermos salvos. Quando nós
entramos na Igreja para celebrar a Missa, pensemos isto: entro no Calvário,
onde Jesus dá a sua vida por mim, e assim desaparece o espetáculo, desaparecem
as conversas, os comentários, e estas coisas que nos distanciam disto que é tão
bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus”.
Penso que agora
esteja mais claro – disse Francisco ao concluir – como a Páscoa nos torna
presente e atuante cada vez que celebramos a Missa, isto é, o sentido de
memorial”.
(JE)
(radiovaticano)
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