sábado, 24 de fevereiro de 2018

Mensagem do Papa para a jmj



O maior obstáculo é o medo


«Desejo que, na Igreja, sejam confiadas responsabilidades importantes» aos jovens, que se tenha a coragem de lhes conceder maior espaço, e que eles se preparem «para assumir estas responsabilidades»: foram os votos expressos pelo Papa Francisco na mensagem para a trigésima terceira jornada mundial da juventude, que este ano se celebra a nível diocesano no próximo dia 25 de março, domingo de Ramos.
O texto pontifício, difundido na manhã de quinta-feira 22 de fevereiro, inspira-se nas palavras que o arcanjo Gabriel dirigiu à Virgem de Nazaré: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30). À mãe de Jesus, observou o Papa, «foi confiada uma tarefa importante, precisamente porque era jovem». Considerando que, prosseguiu Francisco atualizando a reflexão, «vós, jovens, tendes força» e energias precisaria usá-las «para melhorar o mundo, começando pelas realidades mais próximas». Eis o convite a preparar o encontro da jmj no Panamá, programado para janeiro de 2019, «com a alegria e o entusiasmo de quem deseja fazer parte de uma grande aventura». De resto, advertiu Francisco exortando a aceitar o desafio, a Jornada mundial da juventude «é para os corajosos», não para quantos «procuram apenas a comodidade, recuando à vista das dificuldades».
Certamente, o Pontífice está ciente dos muitos medos que se insinuam no espírito dos jovens «quando nos deparamos com as opções fundamentais dos quais depende o que seremos e faremos. É a “perplexidade” que sentimos face às decisões sobre o nosso futuro». Com efeito, muitas vezes o obstáculo para a fé não é a incredulidade mas o medo. Enumerando os principais temores dos jovens, Francisco menciona o «medo “de fundo” de não ser amados, estimados, de não ser aceites» que se reflete na «sensação de ter que ser diferentes» do que são na realidade, «na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inatingíveis». Eis então o recurso a «contínuos “photoshops” das imagens próprias, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um “fake”». Há «em muitos a obsessão de receber o maior número possível de apreciações “gosto”». Em suma, disto nasce uma «sensação de desajustamento» do qual «surgem muitas incertezas», como de quantos «temem não conseguir encontrar uma segurança afetiva e ficar sozinhos». Noutros, continuou Francisco na sua análise, «à vista da precariedade do trabalho, entra o medo de não conseguirem encontrar uma conveniente afirmação profissional, de não verem realizados os seus sonhos». Eis portanto a importância do discernimento e do diálogo com os adultos que têm mais experiência: «nunca percais o prazer de gozar do encontro – advertiu o Papa. Não deixeis, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão de uma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone. Os vossos espaços e tempos sejam habitados por pessoas concretas, relações profundas, que vos deem a possibilidade de compartilhar experiências autênticas e reais no vosso dia a dia»

(osservatoreromano)

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